Dia 9: Provando a brisa
Em nossos dias corridos, cheios de compromissos, de aplicativos online, de muitas vozes, como podemos filtrar tantos ruídos em nossa vida para melhor percebermos a presença de Deus?
Certamente não devemos nos acostumar com o barulho do dia e dia e nos alimentar somente dele... Mas para isso é preciso buscar ir além: Com que frequência fazemos uma pausa para perceber os sons que ouvimos? As imagens e cores que vemos? Os aromas que sentimos? Esse tipo de consciência é fundamental para vivenciar a espiritualidade inaciana. Santo Inácio chamaria isso de “aplicação dos sentidos”, em que abrimos nossa consciência para nossos cinco sentidos.
Vamos pensar em uma criança de três anos: Em geral as crianças vivem ao redor do seu próprio mundo... Elas se encantam como cores, sons, luzes, texturas, com a brisa que sopra sobre seu rosto... Quando foi a última vez que você provou a brisa soprando sobre seu rosto? Jesus nos disse que as crianças poderiam ser as mais sábias entre nós (Mateus 18,1-5). As crianças nos lembram que o mundo é um lugar maravilhoso.
Para as crianças, os sons que elas ouvem não é algo de que querem se livrar, mas ao contrário, elas se deixam envolver pelos sons que ouvem. Elas percebem, ouvem, experimentam, se envolvem...
Aplicar nossos sentidos é um convite não apenas a perceber, mas a se envolver. Esta é a diferença entre ver e perceber, ouvir e escutar, provar e saborear. Os ruídos em grande parte se referem a sons da vida cotidiana. Por que não prestar atenção neles? O que eles estão querendo dizer? Que mensagem trazem? Será que Deus não pode usá-los para se comunicar conosco?
Devemos retornar a nosso olhar de criança e perceber a beleza surpreendente da criação de Deus. O primeiro passo para encontrar Deus em todas as coisas é provar a brisa...
Fonte: Adaptação livre do site Ignatian Spirituality
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