quarta-feira, 12 de julho de 2017

31 dias com Santo Inácio de Loyola – Dia 12

Dia 12: Pequenos Gestos


Vejamos este relato:
Oito anos atrás, quando retornei de um retiro de 30 dias, uma amiga me enviou um artigo sobre os Exercícios Espirituais, no qual apresentava uma impressionante passagem do filme “A Missão”, no qual um padre é amarrado a uma cruz e lançado em uma cachoeira.

O que eu pretendia fazer, perguntou-me ela? Talvez tenha sido este o motivo para eu ter feito os Exercícios, respondi-lhe. Quem sabe eu gostaria de me tornar um mártir, mas infelizmente não há cachoeiras nas redondezas da Filadélfia.

Extremamente cansado de trabalhos externos, estava lutando para continuar seguindo meus exercícios físicos na academia. No último fim de semana, quando fazia meus últimos exercícios, eu percebi, pela janela, um homem sentado numa cadeira de rodas. Observei por uns 15 minutos sua presença lá e me perguntei: Será que ele precisa de ajuda?

Quando eu cruzei o estacionamento, eu vi que o homem ainda estava lá, com olhos fechados e as mãos no colo, pensei novamente se ele precisa de alguma ajuda. Uma enxurrada de pensamentos veio à minha mente.

É um estereótipo assumir que aquele homem precisa de ajuda só porque ele está numa cadeira de rodas?

Ele se sentiria insultado se eu me aproximasse dele?

E se ele estivesse apenas esperando para dar uma volta?

Certamente o pessoal perceberia e o ajudaria, se ele precisasse de ajuda.

E se eu perguntasse e ele precisasse realmente de ajuda, o que eu poderia fazer? Seria mais do que o meu tempo, minha energia ou paciência?

Decidido, eu me voltei e perguntei: Há alguma coisa que eu posso fazer para lhe ajudar?

Não, não precisa, respondeu o homem.
Está um lindo dia!
Realmente, disse ele esticando os braços e levantando seu rosto para o sol.
A imagem do filme “A Missão” de repente veio à minha mente, um despencar na cachoeira, braços estendidos, um mártir pela fé, precipitando-se para o fundo.

Há cachoeiras nos subúrbios da Filadélfia. “A fé abre janelas para a presença e a inspiração do Espírito” disse o Papa Francisco há um ano atrás, em sua homilia na Filadélfia. Mostra-nos que santidade está sempre ligada à pequenos gestos.

Uma janela se abriu no estacionamento de Havertown, no qual por um momento eu pude ver o Espírito Santo trabalhando, me convidando a me lançar nas correntes das minhas ansiedades e perguntar o que eu poderia fazer.

O que eu consegui? Nenhum grande final cinematográfico, como eu esperava, mas pequenos gestos, pequenos atos de fé, leve martírio.

Dá-me me somente seu amor e sua graça, oh Senhor, que eu tenha fé suficiente para me saltar nestas cachoeiras, braços estendidos...

Fonte: Adaptação livre do site Ignatian Spirituality

2 comentários:

  1. Sempre vale a pena ter atenção com quem está ao nosso redor, os mais próximos! É oportunidade que Deus nos dá para mais amar e servir!

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