segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Árvores: Raízes da Vida IV

Sarça: Árvore do Horeb

Folhas e caules são envolvidos pela vibração do fogo sagrado.
Entre os elementos vegetais, quase camuflados, as quatro letras do divino Tetragrammaton[1] espreitam...

O anjo do Senhor apareceu a Moisés numa chama de fogo do meio de uma sarça. Moisés prestou atenção: a sarça ardia no fogo, mas não se consumia. Então Moisés pensou: «Vou chegar mais perto e ver esse espetáculo extraordinário: por que será que a sarça não se consome?» (Ex, 3,2-3)


Cada época tende a desenvolver uma reduzida autoconsciência dos próprios limites. Por isso, é possível que hoje a humanidade não se dê conta da seriedade dos desafios que se lhe apresentam, e «cresce continuamente a possibilidade de o homem fazer mau uso do seu poder» quando «não existem normas de liberdade, mas apenas pretensas necessidades de utilidade e segurança». O ser humano não é plenamente autônomo. A sua liberdade adoece, quando se entrega às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da violência brutal. Neste sentido, ele está nu e exposto frente ao seu próprio poder que continua a crescer, sem ter os instrumentos para o controlar. Talvez disponha de mecanismos superficiais, mas podemos afirmar que carece de uma ética sólida, uma cultura e uma espiritualidade que lhe ponham realmente um limite e o contenham dentro de um lúcido domínio de si. (Encíclica Laudato si, n. 105)


Videira: Árvore da alegria

Símbolo milenar de alegria, benção e paz, a videira é considerada um mensageiro da plenitude, e um elixir da vida.
Seus brotos, crescendo para cima, são uma força vital; seus ramos avermelhados são um sinal concreto de uma promessa.

Eu sou a videira, vós os ramos (Jo 15,5)

A espiritualidade cristã propõe uma forma alternativa de entender a qualidade de vida, encorajando um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo. É importante adotar um antigo ensinamento, presente em distintas tradições religiosas e também na Bíblia. Trata-se da convicção de que «quanto menos, tanto mais». Com efeito, a acumulação constante de possibilidades para consumir distrai o coração e impede de dar o devido apreço a cada coisa e a cada momento. (Encíclica Laudato si, n. 222)




[1] Tetragrammaton: O nome hebraico de Deus transliterado em quatro letras - YHWH ou YHVH - e articulado como Javé.

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