O tema proposto para o mês da Bíblia de 2015 é o Evangelho segundo João, sob a perspectiva do discipulado missionário. O tema escolhido fundamenta-se nos cinco
aspectos essenciais do processo do discipulado: o encontro com Jesus
Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão.
O lema “Permanecei no amor, para dar muitos frutos” (cf. Jo 15,8-9) foi
indicado pela comissão bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com as instituições bíblicas.
João cita aproximadamente 36 vezes a palavra “vida”, mais que o dobro
dos outros Evangelhos e geralmente vem acompanhada da expressão “eterna”
(aproximadamente 17 vezes). A vida eterna não é somente a vida após a
morte, mas é viver o nosso cotidiano conforme o projeto de Deus, que
deseja vida plena aqui e agora. Como diz uma canção popular: “Quem sabe
faz a hora, não espera acontecer”. Por isso, a tradição associou o
quarto evangelho à águia, capaz de atingir os mais altos cumes celestes,
mas com o olhar penetrante na profundidade terrestre. O leitor precisa
de asas para elevá-lo ao alto, mas é necessária a capacidade de
discernir a realidade daqui de baixo.
O Filho Unigênito, a Palavra que vem de Deus, o enviado do Pai,
encarnando-se na história e retornando ao Pai como o Filho Glorioso e
Todo Poderoso, envia o Espírito sob os discípulos para que possam
continuar a sua missão, como anunciadores do Reinado de Deus. Nós também
somos convidados a crer que Jesus Crucificado é o Glorificado e
Ressuscitado e acreditar no seu plano salvífico, que envolve a todos e a
totalidade do ser humano.
Em Jo 20,30-31, o autor apresenta a finalidade do quarto Evangelho:
“Jesus fez ainda, diante de seus discípulos, muitos outros sinais, que
não estão escritos neste livro. Esses, porém, foram escritos para
crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais a vida em seu nome”. Deste modo, acredita-se que a finalidade
era orientar o posicionamento da comunidade, a partir dos critérios
apresentados por Jesus de Nazaré. Critérios que apontam para a certeza
da vida, para quem é fiel a Jesus e se envolve na comunidade. Mas, não
deixa de ser intrigante, pois essa comunidade, por causa de sua fé, pelo
fato de seguir alguém que foi crucificado e humilhado, está sujeita às
mesmas humilhações e perseguições.
Assim, diante deste contexto, o quarto Evangelho quer fortalecer a
adesão, o acreditar em Jesus Cristo, para resistir às perseguições e
pressões, mantendo a fidelidade ao seu projeto de vida, e vida em
abundância.
Fonte: CNBB
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