sábado, 22 de julho de 2017

31 dias com Santo Inácio de Loyola – Dia 22

Dia 22: Encontrar Deus nas emoções negativas


Enquanto frequentemente enfatizamos o papel da consolação na Espiritualidade Inaciana, devemos pensar sobre como encontrar Deus nas emoções negativas.  Sem querer enfocar os sentimentos de tristeza, raiva, decepções ou outras fortes emoções que Deus vem para nos confortar, amenizar ou nos encorajar, também é verdadeiro pensar nos casos em que as emoções são negativas, emoções que não nos fazem sentir bem- apesar de indicar a existência da presença de Deus. 

Aqui vão três exemplos:

-- RAIVA JUSTA: Enquanto muitos pensam que a raiva é uma emoção ruim, a visão de Aristóteles considera que a raiva justa é uma virtude se for direcionada para as pessoas certas, sobre um direito e por um certo período de tempo. Devemos considerar as instâncias de injustiça social, a fome depois de uma tempestade, os sistemáticos atos de racismo, ou a terrível pobreza em contraste com uma grande riqueza social. A raiva pode ser um primeiro ato do despertar a consciência, que nos ajuda a perceber a injustiça.

No livro do profeta Amós, Deus expressa raiva sobre os povos ricos de Israel por “comprarem o pobre com moedas de prata e o necessitado por um par de sandálias” (Amós 8,6)

Não se deve alimentar nossa raiva. Eventualmente a raiva pode se transformar em amor, compaixão e paciência, mesmo contra aqueles que causam ou perpetuam a injustiça. Porém raiva pode ser tornar uma emoção saudável pela qual Deus nos guia a considerar a injustiça social.

--TRISTEZA: Muitas vezes não são os outros, mas nos mesmos que causamos uma injustiça ou machucamos os outros. Tristeza e contrição pode nos deixar péssimos. 

Quando jovem, na escola, ocasionei um acidente jogando uma bola num famoso candelabro. Me senti completamente envergonhada e tive que confessar aos professores o que tinha feito. Felizmente os professores entenderam e eu não fiquei com reputação de ser para sempre "a menina que quebrou o candelabro "

Porém tristeza e pesar são emoções quando atuamos erradamente. A verdadeira tristeza nos leva ao outro um “me desculpe”. Tristeza pode nos levar a conversação, a humildade e finalmente ao perdão. Desta maneira, tristeza já é um sinal de Deus em nos.

-- SAUDADE: Quando estamos longe da pessoa que amamos, sentimos a perda de sua presença. Sentimos pesar por aqueles que foram antes de nos. Sentimos saudade quando perdemos uma comunidade de pessoas depois de uma interessante troca de experiências. Saudade nos traz uma sensação de “um buraco no coração”. 

Esses sentimentos de saudade são sinais de um grande apreço e conexão com o outro. Sentimos saudades na falta de nossos parentes quando vamos viver em outra parte do país.

Da mesma maneira podemos sentir que Deus está ausente e nessa sensação a consolação desaparece e sentimos então uma sensação de secura e aridez. 

Porém Deus ainda está presente, mesmo numa grande saudade,  e para os outros que estão conectados com Ele, a saudade nos aponta para Deus, a fonte mais profunda e o objeto do nosso amor.

Fonte: Adaptação livre do site Ignatian Spirituality

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