tag:blogger.com,1999:blog-74144153026454461792024-03-23T07:16:19.436-03:00Blog Amar e ServirClaudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.comBlogger745125tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-72570106586288309432024-03-20T23:13:00.001-03:002024-03-20T23:13:10.575-03:00Domingo de Ramos<p><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj, como sugestão para rezar o relato da "Entrada de Jesus em Jerusalém" - Domingo de Ramos.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><i><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Humanizar nossa Jerusalém através de relações mais
amorosas</span></span></i></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Depois de um longo percurso quaresmal chegamos às portas das celebrações
centrais da nossa vida cristã: <b>Paixão,
Morte e Ressurreição</b> de Jesus Cristo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Nas celebrações da <b><i>Semana Santa</i></b>, muitas vezes corremos
o risco de nos deter no secundário e esquecer o essencial. E o mais essencial é
que as diversas celebrações (procissões, via sacra, liturgias...) nos aproximem
e nos façam crescer na identificação com o protagonista principal: <b>Jesus de Nazaré.</b> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, precisamos voltar constantemente ao Evangelho para compreender
o mais essencial sobre Jesus. Recuperemos, como diz o Papa Francisco, o frescor
original do Evangelho.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">E a primeira coisa que o Evangelho nos diz é que Jesus foi um <b><i>buscador
de alternativas.</i></b><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Ele não foi conivente e nem compactuou com a estrutura
social-política-religiosa de seu tempo, que era profundamente desumanizadora.
Sonhou novas possibilidades de vida e novas relações entre as pessoas. Por
isso, ao anunciar o Reino, transgrediu a situação vigente e, a partir das
periferias, foi despertando uma alentadora esperança nos corações dos mais
pobres e excluídos, vítimas de um mundo fechado. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus sempre sonhou com uma “nova humanidade”.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">A Campanha da Fraternidade deste ano (<i>“Vós sois
todos irmãos”</i>) constata esta realidade: há profundas divisões e conflitos
em nossa sociedade, rompendo as relações fraternas e acentuando mais ainda os
diferentes distanciamentos que estavam escondidos, mas que agora vieram à tona
com mais força. A Paixão de Jesus continua na paixão dos excluídos, das vítimas
e de todos os rejeitados de nossos ambientes.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">A vida de Jesus foi uma grande subida em direção a <b>Jerusalém</b>; e
nesta subida, segundo os relatos evangélicos, Ele <b><i>desconcertou</i></b> a
todos. Evidentemente, desconcertou as pessoas mais religiosas e observantes da
religião judaica: fariseus, escribas, sacerdotes, anciãos... <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Ele desencadeou na história da humanidade um “modo de viver” que quebrou
toda estrutura petrificada, sobretudo religiosa, constituindo um <b><i>“movimento”</i></b>
ousado que colocava o ser humano no centro. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Este movimento, desencadeado na Galileia, chega agora às portas da
“cidade santa”, Jerusalém. Aquele homem que movia multidões por todo o país,
por sua pregação e milagres, não é um revolucionário violento. E, no entanto,
nem por isso deixou de ser provocativo, transgressor e perigoso. E tudo em nome
da <b>vida.<o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus participava do sonho de todo o povo de Israel que via em<b> Jerusalém</b> a cidade da promessa de paz
e plenitude futura, lugar para onde deviam vir em procissão todos os povos da
terra. A tradição profética havia anunciado uma “subida” dos povos, que viriam
a Jerusalém para iniciar um caminho de comunhão, de justiça e adorar a Deus no
Templo, que estaria aberto para todos. Toda a cidade se converteria num grande
Templo, lugar onde se cumpriria a esperança dos povos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus, presença de vida nos povoados, vilas e campos,
quis também levar <b>vida</b> a uma cidade que carregava forças de morte em seu
interior. Ele quis pôr o <b>coração de Deus</b>
no coração da grande cidade; desejava re-criar, no coração da capital, o ícone
da nova Jerusalém, a cidade cheia de <b>humanidade
</b>e<b> comunhão,</b> o lugar da <b>justiça </b>e <b>fraternidade...</b> <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus entra na grande cidade de Jerusalém montado num
jumentinho, sinal da humildade e da simplicidade; sinal da pobreza evangélica,
que são os verdadeiros sinais de sua messianidade. E morrerá desnudo em uma
cruz, em meio às chacotas e burlas de todos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Não basta pregar a pobreza; é preciso descer ao mundo
dos pobres. Não basta falar dos pobres; é preciso fazer-se pobres com os
pobres, partilhando a mesma pobreza. É preciso menos sapatos lustrados e mais
pés cheirando a pó dos caminhos. Deus não necessita de Ferraris e Mercedes; a
Deus lhe basta um jumentinho.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">As nossas cidades também estão se revelando, cada
vez com mais intensidade, como espaço de grandes rupturas e violências, lugar
de exclusão e isolamento, visibilização de uma desumanização trágica.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Também os <b>muros</b>
estão voltando à moda. Há em todo ser humano uma tendência a cercar-se de
muros, a encastelar-se, a criar uma rede de proteção. Os muros, no interior das
cidades, são muito concretos: muros sociais, religiosos, políticos,
culturais... Com tantos muros é impossível estabelecer relações de fraternidade
e reconciliação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O gesto profético de Jesus de <b><i>“entrar em
Jerusalém”</i></b> nos convida a contemplar nossas <b>cidades</b> e nos desafia
ser presença evangélica, portadora de vida nos nossos grandes centros urbanos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Por causa de seu tipo de <b>vida</b> e de sua <b>espiritualidade</b>,
o(a) seguidor(a) de Jesus desenvolve uma relação específica com o <b><i>espaço
urbano.</i></b> Para ele(ela), a <b>cidade </b>é
também o espaço para a <b>busca</b> e o <b>encontro</b> de Deus. Podemos falar de um <b><i>“típico
modo de proceder cristão</i></b>” em sua referência ao espaço urbano.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">A
<b>cidade</b> é uma realidade humana que
pode e deve ser iluminada pelo <b>Evangelho,</b>
sustentada pela <b>graça, </b>animada pela <b>esperança</b> da vinda do Reino. É
necessário aprender a <b>ler a cidade</b>
com os olhos <b><i>caridosos, pacientes, misericordiosos, amigos, fecundos, cordiais...<o:p></o:p></i></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">É
preciso reconhecer o <b>bem profundo</b>
que habita o coração de tantas pessoas da cidade; é necessário perceber e
sentir a <b>força</b> da ação do Espírito
em cada canto da cidade e em cada rosto anônimo que encontramos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30.0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Deus
constrói a cidade perene, a cidade sem muralhas, a cidade da plenitude e da
amizade, a cidade da fraternidade na qual todos se reconheçam como irmãos e
irmãs sob um único Nome e sob um único Céu. Deus é o grande arquiteto; é Ele
quem constrói, para a humanidade, a imensa cidade na qual todos se reconhecem
fraternos, próximos, ternos...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Como
seguidores(as) de Jesus, é preciso voltar a <i>“<b>pôr o coração de Deus no coração da grande cidade”,</b></i> para
renová-la a partir de <b>dentro.<o:p></o:p></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Faz-se
necessário uma opção por <b><i>adentrar e viver imersos,</i></b> com todas
as consequências, no <b>interior</b> dos
grandes centros urbanos, em seu coração, para aí descobrir o verdadeiro <b>coração de Deus, </b>que pulsa ao ritmo dos
<i><span style="font-size: 10pt;">despossuídos</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">,</span></i><i> </i>dos
<i><span style="font-size: 10pt;">excluídos</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">,</span></i><i> </i>dos <i><span style="font-size: 10pt;">sofredores</span></i><i> </i>e dos <i><span style="font-size: 10pt;">sedentos</span></i><span style="font-size: 10pt;"> </span>por uma vida mais digna.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Nosso
zelo e amor pelo Evangelho e pela semente do <b>Reino</b> que nele está contida, deve favorecer o advento de uma <b><i><span style="font-size: 10pt;">“Nova
Jerusalém”; </span></i></b>é preciso
cuidar o <b>coração</b> do “<i><span style="font-size: 10pt;">ser humano urbano</span></i><i>”,</i> <span style="font-size: 11.0pt;">esva</span>ziá-lo, limpá-lo, aquecê-lo, transformá-lo
em humilde <b>receptáculo,</b> para que o
Espírito do Senhor possa pousar-se e habitar nele como num ninho acolhedor,
transmitindo-lhe <b><i>vida, luz, calor, paz, ternura...<o:p></o:p></i></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30.0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Uma das tarefas prioritárias
do cristão de hoje é ajudar as comunidades cristãs a criar <b>espaços</b> fraternos de <b><i>silêncio</i></b>, de <b><i>oração, </i></b>pulmões que
impedirão a asfixia de nossas grandes cidades;<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">* <span style="font-size: 11.0pt;">encontrar
lugares de</span> <i><span style="font-size: 10pt;">“</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">silêncio
pacificador”</span></i> <span style="font-size: 11.0pt;">na vida pública;</span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">* <span style="font-size: 11.0pt;">nossas
instituições devem ser</span> <i><span style="font-size: 10pt;">“</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">escolas do
silêncio habitado”.</span></i><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30.0pt; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 11.0pt;">A <b>espiritualidade
urbana</b> deve nos possibilitar <b><i>“paradas”</i></b> com a finalidade de olhar
em profundidade e <b>“ler”</b> tudo à luz
da Palavra de Deus. A <b>cidade</b> é o
lugar por excelência do <b><i>discernimento</i></b>, porque é o espaço de <b>decisão</b> onde se constrói o futuro
comum. <b>Lugar</b> da</span> <i><span style="font-size: 10pt;">política</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">,</span></i><i> </i>da
<i><span style="font-size: 10pt;">cultura</span></i><i>, </i>da <i><span style="font-size: 10pt;">educação</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">,</span></i><i> </i>da
<i><span style="font-size: 10pt;">saúde.</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">..</span></i><i> </i> onde <span style="font-size: 11.0pt;">se
forjam </span><i><span style="font-size: 10pt;">as mudanças, a capacidade de
criar novos modos</span></i><i> </i><i><span style="font-size: 10pt;">de
existir, de</span></i> <i><span style="font-size: 10pt;">romper com as estruturas que desumanizam e buscar o
diferente, o novo, o desconhecido...</span></i></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30.0pt; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhte6ighkhR-OUncHMD3F8iYuxgN9E_bjbXqBOMI89hNcYz1D7xjvGuXFQ3JvDeMjhvAJbB_gCwfXaPna2aL1wC5FU3LqsxgQ0415JzFi7wU5GF3mwi3GDOal80OIFg0XAwH5GwnBf2Rf_UlcT5_2aDMBEprvflIzDpJoPgnc6AxPdY6HeJVloYRKU0ko2i" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhte6ighkhR-OUncHMD3F8iYuxgN9E_bjbXqBOMI89hNcYz1D7xjvGuXFQ3JvDeMjhvAJbB_gCwfXaPna2aL1wC5FU3LqsxgQ0415JzFi7wU5GF3mwi3GDOal80OIFg0XAwH5GwnBf2Rf_UlcT5_2aDMBEprvflIzDpJoPgnc6AxPdY6HeJVloYRKU0ko2i" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30.0pt; text-align: justify;"><b><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Para oração:<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">+ Leia atentamente o Evangelho indicado para a
procissão de ramos; prepare-se para fazer uma contemplação: <b>Mc 11,1-10<o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">+ Com a imaginação recrie o cenário evangélico: a
cidade de Jerusalém, o grande Templo, a diversidade de pessoas... Com a chegada
de Jesus, montado em um burrinho e uma grande multidão, faça-se presente,
procurando olhar as pessoas, escutar o que elas dizem, observar o que elas
fazem...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">+ Faça um colóquio com Jesus, expressando sua
admiração pela atitude ousada e corajosa dele.<b> </b>Fale com Ele sobre sua presença na cidade onde mora: desejo de ser
presença inspiradora, profética, de compromisso com a construção de relações
humanizadoras...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">+ Traga à “memória” o que é mais desumano na sua
cidade: como você reage diante disso? passivo? suporta? denuncia? atua?... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">+ Procure descobrir <b><i>“sinais do
Reino de Deus”</i></b> no meio do ritmo frenético de sua cidade.<o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">+ Traga à mente <b><i>nomes</i></b> de
pessoas corajosas e criativas que contagiam e fazem crescer a esperança na sua
cidade.</span><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-52304656619613656552024-03-15T22:26:00.006-03:002024-03-15T22:26:42.737-03:00Desata a Vida de Deus que já Está em Ti!<p><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj, como sugestão para rezar o Evangelho do 5º Domingo da Quaresma (2024).</span></p><p align="center" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"> “<span style="font-size: 10pt;"><i><b>Quem
se apega à sua vida, perde-a”</b></i></span><span style="font-size: 9pt;">
(Jo 12, 25)</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
percurso quaresmal está chegando ao seu cume; aproxima-se o
desenlace final de uma vida entregue em favor da vida. Jesus sente o
clima pesado de rejeição por parte das autoridades religiosas.
Estamos no cap. 12 do quarto evangelho. Depois da unção em Betânia
e da entrada triunfal em Jerusalém, e como resposta aos gregos que
queriam vê-lo, João põe na boca de Jesus um pequeno discurso que
não responde nem aos gregos, nem a Felipe e André. Mais uma vez
Jesus fala da </span><span style="font-size: 12pt;"><b>Vida,</b></span><span style="font-size: 12pt;">
da sua vida; Ele tem plena consciência que não viveu em vão: viveu
des-centrado, investiu suas melhores energias vitais em favor de uma
causa, sua vida deixou transparecer um profundo sentido.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Compreendemos melhor o evangelho
deste domingo se o situamos no contexto da última viagem de Jesus a
Jerusalém: nesta viagem se entrelaçam a vida e a morte com muita
força.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">E, ao chegar a Jerusalém,
proclama de novo o triunfo da vida, como fizera durante sua
itinerância pela Galileia. Ele nos revela esta verdade, nem sempre
muito clara para nós: embora pareça que a vida se decompõe como o
grão de trigo, na realidade, o que acontece é uma eclosão de sua
fecundidade. Embora pareça que amar os outros e entregar a vida, dia
após dia, é uma perda, na realidade é o maior ganho, porque nossa
limitada vida se transforma numa vida plena, intensa, com sentido
(eterna). Embora pareça que pôr-se a serviço do Reino é perder a
liberdade, na realidade significa investir o melhor que há em nós,
potencializando nossos recursos para investir numa causa
mobilizadora, que é a causa do mesmo Jesus. Embora estejamos tão
perturbados como Jesus, desejando que nos livre de qualquer processo
que conduza ao sofrimento e à cruz, há um horizonte de glorificação
e plenitude. Onde nos situamos neste confronto entre a vida e a
morte?</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A
</span><span style="font-size: 12pt;"><b>vida</b></span><span style="font-size: 12pt;">
e a </span><span style="font-size: 12pt;"><b>morte</b></span><span style="font-size: 12pt;">
não são inimigas que se destroem; elas são amigas, irmãs
inseparáveis.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Morre-se
ao longo da vida. Este é o caminho normal de morrer. </span>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A
</span><span style="font-size: 12pt;"><b>vida</b></span><span style="font-size: 12pt;">
é o lento amadurecer da </span><span style="font-size: 12pt;"><b>morte.</b></span><span style="font-size: 12pt;">
Morre-se </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>na
</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">vida,
</span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>durante</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
a vida, na medida em que a morte é fruto maduro das </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>opções</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
de toda a vida. As decisões fazem e farão a nossa morte. A morte
nos ronda e nós rondamos a morte. </span><span style="font-size: 10pt;"><i>“Começamos
a morrer no dia em que nascemos”.</i></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A experiência cristã nos revela
o caminho de uma <b>morte</b>
preparada ao longo da vida, porque a entende em relação com a vida
e a vida em relação com a morte. Vida sem morte é irresponsável;
viver sem morrer é viver menos. Tira a seriedade da vida.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Só assumida em liberdade e
ativamente, a morte se <i><b>humaniza.</b></i>
Na fé, <i><b>cristianiza-se.</b></i></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A
consciência de nosso próprio fim nos leva a pensar num </span><span style="font-size: 12pt;"><b>sentido</b></span><span style="font-size: 12pt;">
para a existência, para que não termine no vazio e no absurdo.
Podemos afirmar, então, que </span><span style="font-size: 10pt;"><i>“a
morte está na vida”.</i></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Entre
os valores humanos fundamentais está o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>sentido.</b></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A
questão do </span><span style="font-size: 12pt;"><b>“sentido
da vida”</b></span><span style="font-size: 12pt;">
ou a </span><span style="font-size: 12pt;"><b>“vida
com sentido” </b></span><span style="font-size: 12pt;">é
fundamental na existência humana.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.27cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 9pt;">-
Por que vivemos? Para que vivemos? Quanto vale uma vida e o que vale
na vida?</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.27cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 9pt;">-
Quem quer ficar ancorado? Quem não aspira preencher a própria vida
de relatos, encontros, paixões,</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.27cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 9pt;">gestos,
lições, projetos, ideias e sentimentos?</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Qual o <b>sentido
da vida? </b>Pergunta
inquietante e parece que todos são por ela assombrados de vez em
quando: <b>“vale a pena
viver?”</b></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Ninguém tem uma <i><b>razão
</b></i>pela qual viver se
não tem ao mesmo tempo uma <i><b>razão</b></i>
pela qual morrer.
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O ser humano tem necessidade de
uma causa, de canalizar todas as suas forças, seus desejos,
energias, impulsos vitais e recursos internos e externos em direção
a um <b>objetivo</b>
no qual acredita apaixonadamente. E a ele dedicar-se com tudo que é
e possui. Com intensa paixão.<b>
</b>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Sabemos
que, para viver uma </span><span style="font-size: 12pt;"><b>vida</b></span><span style="font-size: 12pt;">
verdadeiramente humana, precisamos de </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>sentido.
</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">Segundo
Nietzsche, </span><span style="font-size: 10pt;"><i>“aquele
que tem um </i></span><span style="font-size: 10pt;"><i><b>porquê</b></i></span><span style="font-size: 10pt;"><i>
pelo qual viver pode tolerar praticamente qualquer </i></span><span style="font-size: 10pt;"><i><b>como”.
</b></i></span>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Para
Victor Frankl, fazemos a experiência do </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>“sentido
da vida”</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
quando respondemos aos questionamentos da situação concreta em que
vivemos, permitindo-nos a nós mesmos confiar em um </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>“sentido
último”</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
que podemos chamar ou não de </span><span style="font-size: 12pt;"><b>Deus.</b></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Ao perder o <i><b>sentido</b></i>
de sua origem e do seu fim, o ser humano perde o sentido da própria
vida.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Portanto, o <b>sentido
da vida</b> é algo que
experimentamos visceralmente, sem que saibamos explicar ou
justificar. Não é algo que se constrói, mas algo que nos ocorre de
forma inesperada e não preparada, como uma brisa suave que nos
atinge, sem que saibamos de onde vem nem para onde vai; é uma
<i><b>intensificação</b></i>
da vontade de viver a ponto de nos dar coragem para morrer por aquela
causa que dá à vida o seu sentido.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">É uma <i><b>transformação</b></i>
de nossa visão de nós mesmos e do mundo, na qual as coisas se
integram como uma melodia; isso nos faz sentir reconciliados com o
universo ao nosso redor, possuídos por um sentimento oceânico,
sensação inefável de eternidade e infinitude, de comunhão com
algo que nos transcende, envolve e embala, como se fosse um útero
materno de dimensões cósmicas.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Por
trás do ritmo acelerado e estressante dos nossos tempos, esconde-se
um enfraquecimento do sentido da existência. A crise pós-moderna
que vivemos revela este traço sinistro: as pessoas não percebem
mais </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>razões</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
e </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>causas</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
pelas quais se entregar, pelas quais dar a vida. E assim não
encontram igualmente motiva-ções para viver intensamente. Segundo
S. Inácio, uma pessoa vale pela </span><span style="font-size: 12pt;"><i><b>causa</b></i></span><span style="font-size: 12pt;">
à qual se entrega.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Muitas vezes, nossas fomes
viscerais, nossos desejos que nos devoram as entranhas, nossos sonhos
que nos inquietam... não encontram canais amplos para jorrar. E
então se atrofiam, permanecendo reféns de uma triste mediocridade.
<span style="font-size: 10pt;"><i>“E
a mediocridade não tem lugar na cosmovisão de Inácio”</i></span><span style="font-size: 10pt;">
(Pe. Kolvenbach).</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Surge então a <i><b>“normose”</b></i>
que mina as forças, atrofia os sonhos e mata a criatividade. E o
pior de tudo: anestesia a paixão. Se não há paixão naquilo que
fazemos, tudo vira rotina cansativa, não há empenho e nem
compromisso possível.
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">
“<i><b>Viver a fundo”</b></i>
é não passar pela superfície da <b>vida,
</b>é não perder a
capacidade de amar, de vibrar, de buscar... Aqueles que são movidos
pela paixão apostam que o ser humano tem potencial criador e foi
feito para voar alto, para tentar, mil e uma vezes, alcançar cumes
distantes.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">Inspirados
pelo evangelho deste domingo, somos convidados a tomar consciência
de como estamos gerenciando esta dinâmica: viver para nós mesmos
(ego) ou entregar a vida (oblação).</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Enquanto
o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>ego</b></span><span style="font-size: 12pt;">
for o centro, doar soa estranho; ele só se preocupa consigo,
conquista, executa, quer ser o melhor (“se outros perdem, eu
ganho”) e é obeso por natureza (ego inflado); devorador.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">
“<span style="font-size: 10pt;"><i>Se
alguém quer me servir, siga-me...”.</i></span>
“Diakonos” significa servir, mas por amor. É no serviço e no
seguimento de Jesus que as potencialidades de vida são ativadas.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus convida a segui-lo no
caminho que acaba de traçar, ou seja, doar a vida a serviço da
vida. Seguir Jesus é entrar na esfera do divino, é deixar-nos
conduzir pelo Espírito. Nossa vida só se reveste de pleno sentido
quando se põe a serviço da Vida maior. Participando da morte de
Jesus, podemos também fazer de nossa morte um ato de decisão, de
entrega, de oblação.
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh0LEwujgojnGxAZ4DCUtjnWkOWFSG1YrYFohqumpWDj1IKImqtAQq3yhj6wcDZRkDeQ2-PteSD56tIGOKR8iRQEnwbRGKlybPg23003r8nO2xWGKghQt1v3MPCdh7ZNQEsf7pHjLGQDav00geJEv3n30GZPJ9anRdPNFoJdeQ_2Wejq08hKzHAR23tjfoj" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><img alt="" data-original-height="400" data-original-width="560" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh0LEwujgojnGxAZ4DCUtjnWkOWFSG1YrYFohqumpWDj1IKImqtAQq3yhj6wcDZRkDeQ2-PteSD56tIGOKR8iRQEnwbRGKlybPg23003r8nO2xWGKghQt1v3MPCdh7ZNQEsf7pHjLGQDav00geJEv3n30GZPJ9anRdPNFoJdeQ_2Wejq08hKzHAR23tjfoj" width="320" /></span></a></div>
<p></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><u><b>Texto
bíblico</b></u><b>:
</b><b>Evangelho segundo
<span>Jo</span><span>ão</span><span>
12,20-33</span></b></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 10pt;"><b>Na
oração:</b></span>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Examine,
à luz do coração misericordioso do Pai, o percurso quaresmal
vivido; des-velar estas três dinâmicas: a da gratidão, a do perdão
e a da compaixão.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Em
que medida elas se fizeram presente ao longo deste tempo litúrgico.</span></p><p>
</p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">-
São três atitudes que mobilizam o “melhor” que há em cada
pessoa; três dinamismos que dão sentido à própria existência e
abrem horizontes inspiradores; três forças que revelam a essência
da vida cristã: identificação com Aquele que as viveu em
plenitude.</span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-60958167489480065182024-03-05T21:18:00.002-03:002024-03-05T21:18:16.375-03:00Quaresma, tempo para ativar a luz interior<p><span style="font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj, como sugestão para rezar o Evangelho do 4º Domingo da Quaresma (2024).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se
manifeste que suas ações são realizadas em Deus”</span></i></b><b><span style="font-size: 9pt;"> </span></b><span style="font-size: 9pt;">(Jo 3,21)</span><b><span style="font-size: 8pt;"> </span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Avança o tempo quaresmal e, neste quarto domingo,
nos encontramos com um discurso de Jesus, essencial para compreender seu
percurso até a Páscoa. Este texto faz parte do profundo diálogo que Ele manteve
com Nicodemos. Este era um rico fariseu, mestre em Israel e membro do Sinédrio,
mas com uma concepção do judaísmo mais aberta e com o convencimento de que
Jesus era um enviado do Deus de Israel.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Nicodemos foi encontrar-se com Jesus de noite; não
queria ser visto pois não lhe convinha. Sua boa reputação como mestre fariseu
poderia vir abaixo se as pessoas descobrissem que ele foi ao encontro de Jesus,
aquele que, com sua presença, havia provocado agitação na cidade de Jerusalém.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Na realidade, a noite não só era o cenário que o
envolvia; Nicodemos precisava de<b> luz</b> diante da obscuridade que o
habitava. Suas dúvidas sobre quem era Jesus iam crescendo na medida que este
realizava sinais em meio ao povo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">O
evangelho deste domingo poderia ter vários títulos, todos eles interessantes:
aqueles que buscam na noite da vida; os cristãos anônimos noturnos; diálogo
noturnos que falam de grandes amanheceres...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">De fato, nesse encontro entre Nicodemos e Jesus
fala-se de <b><i>“grandes amanheceres”. </i></b>É possível que Nicodemos visse
algo estranho e interessante em Jesus e procurasse cooptá-lo para seu grupo. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">E, no entanto, Jesus inverte totalmente a
situação e lhe faz grandes anúncios.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Talvez, se não tivesse
sido de noite, Nicodemos não teria se colocado em caminho. Ele é nosso espelho;
o que acontece com ele, também se faz presente em todos nós. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Assustam-nos as dúvidas, as interrogações, as
dificuldades que encontramos para entender o que acontece ao nosso redor e em
nosso próprio interior. Mas, bendita noite que nos inquieta e nos tira de nossa
anestésica comodidade! Bendita noite que nos move a nos perguntar os “porquês”
e os “comos” e põe em questão nossa vida! Bendita noite que nos faz buscadores
de sentido!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Por isso, o mestre busca o Mestre, o homem busca o
Homem. E este lhe fala de “nascer de novo”, de nascer do Espírito. <i><span style="font-size: 10pt;">“Como pode ser isto?”</span></i> E Jesus
re-situa Nicodemos em seu caminho de fé.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Jesus, conhecedor de nossa humanidade, confirma a
Nicodemos a existência da noite, a sua e a do mundo. Fala-lhe de obscuridades,
da cegueira que nos leva, às vezes, a amar mais as trevas que a luz, do mal que
provoca infelicidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Com suas palavras e
ações, Jesus colocou em questão as verdades mais profundas de Nicodemos,
aquelas certezas que o haviam configurado, aqueles pilares sobre os quais havia
assentado, até então, sua vida e seu ensinamento da Lei.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Jesus reaviva sua
memória para que Nicodemos não fique aí: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Deus não enviou seu
Filho ao mundo para</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">condenar o mundo, mas
para que o mundo seja salvo por ele”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"> Jesus lhe oferece
palavras de vida, que lhe recordam a possibilidade de eleger o bem, de agir na
verdade, de caminhar para a luz.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">E assim, no meio da noite, Nicodemos recupera a
luz. Porque Jesus é a <b>Luz;</b> o Amor é a luz.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Foi a Ele de noite, e n’Ele encontrou a luz.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Uma luz tão intensa que o tirou de sua obscuridade,
transformando sua vida; e, na morte de Jesus, será o próprio Nicodemos quem
abraçará o corpo do crucificado para envolvê-lo em lençóis e perfumes. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">O mestre dando testemunho público de seu amor ao
Mestre; o homem fazendo-nos fixar nosso olhar no Homem, levantado na Cruz, para
que n’Ele encontremos a Luz.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 12pt;">Quaresma</span></b><span style="font-size: 12pt;"> é um tempo privilegiado para “descer” em nossas
noites e responder estas perguntas: por que fugimos tanto de nós mesmos e de
Deus? Por que preferimos viver iludidos, sem buscar a luz presente no nosso
próprio interior? Porque costumamos praticar essa mentira com muita frequência:
pensamos de um modo, mas em nossa maneira de viver não atuamos como pensamos,
senão que buscamos manter as aparências, para que os outros tenham boa imagem
de nós?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Jesus desmascara nossas mentiras existênciais; é
preciso escutar suas palavras: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Quem age conforme a</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">verdade
aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em
Deus”.<o:p></o:p></span></i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">O símbolo da <b>luz </b>está muito presente na Bíblia
(e na vida). A luz é o princípio da criação da vida (Gn 1,3). O povo que vivia
nas trevas, viu uma grande luz (Mt 4,16). Eu sou a Luz do mundo (Jo 8,12; 9,5).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">A primeira ação e palavra de Deus no relato da
Criação é precisamente dar existência à Luz, a Luz que é a<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">consciência e a capacidade de compreender, de dar
sentido à realidade criada. Deus separa a Luz das trevas e o evangelho de hoje
nos recorda que viver na Luz nos encaminha para a verdade do que somos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Podemos eleger entre viver a partir
da força da Luz, que nos move a fazer o bem, a realizar ações inspiradas pelo
Deus-Amor, a co-criar uma nova humanidade..., ou viver a partir da tirania das
trevas que nos enreda na obscuridade das armadilhas, justificações e a
supremacia de nossos egos. Caminho complexo, de avanços e retrocessos, mas se
nos situamos sob a influência da Luz poderemos avançar sem perder o horizonte
da Vida eterna, eternizando a nossa vida, como plenitude do que já somos, mas
ainda não plenamente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Costumamos empregar o símbolo da luz nos momentos
mais importantes da vida: as mães “dão à luz”. Quando alguém morre, pedimos a
Deus Pai que lhe “conceda a luz eterna”. Em situações difíceis não vemos a luz,
a saída. Às vezes, nos encontramos com pessoas que “não tem luz” ou nós mesmos
somos carentes de luz por fraqueza, cansaços, falta de sentido etc.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Como cristãos, nos aproximamos d’Aquele que é a
Luz, para que Ele ilumine nossa vida e nós transmitamos, reflitamos um pouco de
Sua luz. Como cristãos, somos como João Batista: não somos a luz, Cristo é a
luz.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">A vida nos convoca a ser luz: como
pais e mães de família que iluminam a vida de seus filhos; como companheiros e
amigos que se iluminam mutuamente; uma comunidade religiosa deve deixar
transparecer a luz presente em cada membro; a responsabilidade de um educador,
de um mestre é grande à hora de iluminar, de ensinar mais com seu testemunho
que com sua ciência; os psicólogos, os médicos iluminam também a vida, os
problemas das pessoas; os presbíteros, os catequistas tem a responsabilidade de
transmitir a luz de Cristo. A luz cristã está presente nos corações compassivos
e misericordiosos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A chama não precisa fazer um “esforço” para
iluminar. Na nossa essência, <b><i>já somos luz,</i></b> carregamos a chama da
luz divina; o que se requer de nós é não bloqueá-la. Isso implica atitudes de
autenticidade e de transparência; </span><i><span style="font-size: 10pt;">“andar na verdade”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Assim como a chama ilumina por si mesma, a luz
brota em nós quando vivemos de uma maneira oblativa, sendo canais transparentes
pelos quais ela flui. A nós, como a chama, basta ser o que somos e viver em
coerência com isso. Então, crescerá em nós uma atitude de esvaziamento do ego e
de liberdade interior: deixaremos que a Vida flua, sendo presenças iluminantes
em cada recanto e em cada situação de nosso cotidiano. Sejamos transparência da
luz divina!<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi9Adm1nRRyHS_4RWrALF7cPCy5CWejVpKUT8R9SAiPnlqjSwo7SVJ06xwU5e8edwhFHtR8SUhBvP40VSWjYdgIrbW0mtS-ERlLuNYWxjSEB6oTdyxQEa9soGhDYQlnmbuQ_T37B8xRdgIm-nbLXoWcFIK9tIl6XoZcbVh5e9J5lzAmt5TcXnQLVlNINxs" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><img alt="" data-original-height="534" data-original-width="800" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi9Adm1nRRyHS_4RWrALF7cPCy5CWejVpKUT8R9SAiPnlqjSwo7SVJ06xwU5e8edwhFHtR8SUhBvP40VSWjYdgIrbW0mtS-ERlLuNYWxjSEB6oTdyxQEa9soGhDYQlnmbuQ_T37B8xRdgIm-nbLXoWcFIK9tIl6XoZcbVh5e9J5lzAmt5TcXnQLVlNINxs" width="320" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: Evangelho segundo </b><b><span style="font-size: 10pt;">João 3,14-21</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><b><span lang="PT" style="font-size: 10pt;">Na oração:</span></b><span lang="PT"> <o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="font-family: Roboto Condensed;">Verificar, diante de Deus, se
a experiência quaresmal está despertando em seu interior a <b><i>faísca da luz
divina,</i></b> que o(a) tornará lúcido(a) para dar uma direção oblativa à sua
vida; ao mesmo tempo, confirme se esta luz se revela como inspiração para viver
o espírito solidário e o compromisso com aqueles que estão perdidos no mundo
das trevas e da exclusão.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-14144615169574883732024-03-01T13:53:00.002-03:002024-03-01T13:53:06.112-03:00Jesus, o Homem das “Grandes Viradas”<p><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj, como sugestão para rezar o Evangelho do 3º Domingo da Quaresma (2024).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“...espalhou
as moedas e derrubou as mesas dos cambistas” </span></i></b><span style="font-size: 9pt;">(Jo 2,15)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O simbólico ataque frontal ao Templo foi determinante para
Jesus ser considerado como um subversivo e um blasfemo pelo sistema religioso e
político de seu tempo. Os quatro evangelhos fazem referência a esse fato, o que
mostra como indubitável e decisivo.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus foi
um profeta que viveu de tal maneira que quando começou a atuar e falar em
público, entrou em conflito com os responsáveis da religião e os mais estritos
observantes. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus oferecia uma visão diferente
daquela visão oficial do Templo; Ele olhava o mundo a partir de baixo, um olhar
rente ao chão capaz de provocar uma reviravolta em tudo o que existe; Ele não
se submeteu aos ditames das hierarquias políticas e religiosas de seu tempo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus foi o profeta da liberdade.
Cumpriu perfeitamente a profecia de Isaías de proclamar a liberdade aos cativos
da lei religiosa, e a liberdade aos oprimidos pelo sistema. Pensou e atuou
completamente independente, à margem da mentalidade oficial imposta pela
religião estabelecida e pela política do império. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Ao “virar
as mesas e espalhar as moedas”, Jesus estava atacando diretamente o tributo ao
Templo e, com ele, ao sistema econômico religioso dominante. O Templo era, para
Jesus, uma empresa que explorava economicamente o povo. De fato, o culto
proporcionava enormes riquezas à cidade e aos comerciantes, sustentava a
nobreza sacerdotal, o clero e os empregados. A ação de Jesus atingiu, portanto,
um ponto nevrálgico: o sistema econômico e ideológico que o Templo representava
em Israel.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O Templo era “casa do mercado”, e
ali o “deus” era o dinheiro. Ao chamar a Deus “meu Pai”, Jesus não o identifica
com o sistema religioso do Templo. A relação com Deus não é “religiosa”, mas
familiar, está no âmbito da casa familiar. A relação se dessacraliza e se
familiariza. Na “casa do Pai” já não pode haver comércio nem exploração, sendo
casa-família que acolhe a quem necessite amor, intimidade, confiança, afeto.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus derrubou as mesas dos
cambistas e jogou as moedas ao chão, para dizer que a vida não se faz de
moedas, mas de intercambio direto de vida. Jesus está supondo aqui que pode
haver um mundo sem bancos, um mundo de encontros pessoais... Um mundo onde o valor
supremo é o corpo e a palavra...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus, na
sua vida pública, nos revelou que <b>Deus</b> não é propriedade de nenhuma
religião ou sacerdócio e que ninguém pode reduzi-Lo a uma verdade única, porque
Ele revela seu rosto naqueles que vivem no amor mútuo e na entrega da própria
vida. Ao mesmo tempo, Jesus denunciou o <b>“deus” </b>manipulado pelos
representantes religiosos e que justificavam os seus poderes sobre as
consciências das pessoas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A
espiritualidade de Jesus planta suas raízes fora do Templo, em um território “profano”;
é, pois, uma espiritualidade laica. Jesus de Nazaré se retira ao deserto para
orar e a outros lugares não oficiais, e não é membro da comunidade dos
essênios. Sente profundamente sua religação com o Pai, dialoga com Ele, se
alimenta interiormente dessa relação íntima, mas retorna ao mundo, à história
na qual se encarnou.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Os
fariseus e sacerdotes, por sua vez, queriam um Deus e um céu que não se
contaminassem com os deserdados desta terra; queriam um Templo como lugar de
pureza e de perfeição, legitimado por uma ordem que se constrói sobre o
sofrimento e a exclusão. Eles não queriam um Templo que fosse a casa dos
impuros, dos abatidos e excluídos, dos encurvados e oprimidos, dos leprosos,
cegos e coxos...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O <b>Templo,</b> como não pode ser
o lar dos filhos e filhas afligidos da casa de Israel, será destruído. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O lugar da Presença que alimentava
as esperanças de Israel se converteu em cova de bandidos; o Templo passou a ser
gerido pelos traficantes da dor, aqueles que fazem sofrer em nome de Deus. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Tal
denúncia desestabilizou o sistema religioso sobre o qual a instituição
sacerdotal se sustentava.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Esta foi a principal fonte de <b>conflitos</b> de Jesus com os fariseus
e sacerdotes que, em nome de Deus, exerciam o <b><i>poder</i></b> e a <b><i>dominação
</i></b>sobre as pessoas e sobre o mais íntimo que há em cada um: sua
consciência e sua liberdade para tomar decisões na vida e expressar sua fé em
Deus. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 30.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O <b>conflito</b> de Jesus foi o
conflito com o <b>poder, </b>mas o poder levado até sua raiz última: o <b><i>“poder
religioso”. </i></b>Por isso, Jesus compreendeu que, para mudar o comportamento
dos dirigentes do Templo, a primeira coisa a fazer era desmontar o “ídolo” que
legitimava o poder autoritário daqueles que oprimiam o povo indefeso. No fundo,
o que preocupava Jesus era o problema de <b>“Deus”; </b>e Deus não era como os
dirigentes imaginavam e que estava de acordo com seus critérios e sua posição
social. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 30.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus desmontou o “seu deus” e
atirou por terra “seus podres poderes”. Ainda hoje, de acordo com o Deus<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">em quem
se crê, justifica-se o poder daqueles que socialmente aparecem como seus
representantes.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">De fato,
o “poder religioso” é o mais nefasto e desumanizador.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Aquele <b>“dia
de entrada no Templo”</b> foi uma autêntica manifestação de desafio; Jesus
transgrediu ousadamente ao</span> <i><span style="font-size: 10pt;">“expulsar os vendedores e cambistas”</span></i> <span style="font-size: 12pt;">instalados no Templo. E
essa foi a “sua hora”:</span> <span style="font-size: 12pt;">desmascarar
a manipulação e extorsão com as quais o <b>poder religioso</b> exercia sobre o
povo oprimido.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Quando os
chefes religiosos perguntam a Jesus com que autoridade desafia o poder
estabelecido, Ele respon-de:</span> <i><span style="font-size: 10pt;">“Destruí este Templo e em três dias o
reedificarei”. </span></i><span style="font-size: 12pt;">E
o evangelista acrescenta:</span> <i><span style="font-size: 10pt;">“Ele se referia à</span></i><i><span style="font-size: 9pt;">
</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">própria
pessoa”.<o:p></o:p></span></i></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O lugar do verdadeiro culto é a
Pessoa mesma de Jesus; culto que se expressa na identificação e no seguimento
d’Aquele que se revelou radicalmente livre perante todas as instituições
religiosas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O <b>templo</b> e a <b>lei</b>
devem ficar submetidos e devem estar a serviço do ser humano; portanto, este
não pode ser objeto de nenhuma manipulação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus diz que o autêntico <b>templo</b>
de Deus é cada pessoa e que esse templo não há quem o destrua. Ele revela que o
ser humano é o grande valor querido por Deus, e que o <b>sábado,</b> a <b>lei</b>
e o <b>Templo</b> são meios para facilitar a humanização; e a vida humana está
revestida de <b><i>sacralidade </i></b>e não os altares, os templos e os
costumes antigos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Em outro relato (Jo 4, 23) Jesus afirmara que o Pai não é
adorado em nenhum templo, mas em </span><i><span style="font-size: 10pt;">“espírito
e</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">em
verdade”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"> Ali onde há “espírito”, ali onde há “verdade”,
ali está Deus. Este mundo não precisa de templos, mas “espírito e verdade”. O
ruído das ruas é também “eco de Deus” como o silêncio dos mosteiros. Pretender
expulsar Deus de nossa realidade é pretender o impossível. São nossos olhos que
estão cegos e que não consegue ver a Deus presente nela.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A grande tragédia é que aqueles que
se consideram pessoas de fé tampouco O veem, ou melhor, não querem ver a
presença de Deus em tantos lugares “profanos”. Aqueles que se consideram
“religiosos” parece que só querem ver a Deus em determinados espaços, em seus
templos e em seus ritualismos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Mas Deus se revela presente em
tantas pessoas pobres, necessitadas, nas realidades profanas nas quais há amor,
embora talvez não haja ritos ou manifestações piedosas. Muitas vezes, os ritos
religiosos não modificam nossas condutas, mas, o efeito que produzem é tranquilizar
nossas consciências.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Chega-se ao extremo de harmonizar
tanta fidelidade religiosa com tanta infidelidade ética ou simplesmente com
tanta desumanização.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8.0pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGJ0upiDeoYo87A0gpC2TINfij2NiyWkvewspeR5y68n0iA8644V-QrOdgOGhY_57ht_IxSSsk5z9_0sFur-QLDNjigMo3Ax7eyZtcSLzufYXSBgbHVpk5YPDsV-fAfSMjahB7AkE1mZ6c57E_1wvlKc0FP2VpjgWUGiy2sqhS53ykBJ9WEBV52zn45sSx" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="568" data-original-width="1018" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGJ0upiDeoYo87A0gpC2TINfij2NiyWkvewspeR5y68n0iA8644V-QrOdgOGhY_57ht_IxSSsk5z9_0sFur-QLDNjigMo3Ax7eyZtcSLzufYXSBgbHVpk5YPDsV-fAfSMjahB7AkE1mZ6c57E_1wvlKc0FP2VpjgWUGiy2sqhS53ykBJ9WEBV52zn45sSx" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: Evangelho segundo João</b><b><span style="font-size: 10pt;"> 2,13-25</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Na
oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Há um tipo de
“templo” que está caindo também hoje. Que faremos? Chorar sua queda?
Contemplá-lo indiferentes? Ajudar a derrubá-lo? Se não começamos a destruir
nossos “templos sagrados” não faremos o caminho do Reino.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A ação profética de
Jesus nos obriga a revisar nossa visão de “templo”. Todo ser humano é “templo
de Deus”. O tema da CF deste ano – <b>“Fraternidade
e amizade social” </b>- deve despertar em nós uma nova sensibilidade para
alargar nosso círculo de amizade e nos aproximar daqueles que são “os amigos do
Rei Eterno”, ou seja, os pobres e excluídos. <o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">- Você consegue
discernir a <b><i>presença de Deus</i></b> nas realidades “mundanas”: na vida
concreta, no ambiente familiar e de trabalho, no protesto dos excluídos, na
sensibilidade ecológica de muitos, nas buscas sinceras de muitas pessoas, nas
diferentes expressões de amor daqueles que são considerados “ateus” ...?</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-38556812044079274652024-02-22T23:40:00.001-03:002024-02-22T23:40:02.350-03:00Uma subida desconcertante que nos transfigura<p><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj, como sugestão para rezar o Evangelho do 2º Domingo da Quaresma (2024).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Jesus
tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre
uma alta montanha”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mc 9,2)<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Os bons montanhistas
sabem que, para chegar ao cume, é necessário muito esforço e sacrifício. Subir
vai contra à nossa natureza humana; a gravidade nos arrasta para a comodidade
de uma poltrona.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A subida requer
programar o caminho, buscar uma rota acessível, usar calçado e uma roupa
adequada, exige uma preparação física, levar só o essencial; é imprescindível
ter bons companheiros de aventura para reativar o ânimo, ajudar-se mutuamente
diante dos perigos dos precipícios, dos escorregões, do mau tempo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Mas, quando chegam
no alto, não sentem mais as bolhas, os cansaços e os arranhões; o ar é como um
frio punhal que enche seus pulmões, a luz é sua vestimenta, as nuvens são sua
almofada, o céu é tão azul como nunca sonharam, e todos os problemas do seu
pequeno mundo que ficaram para trás se tornam insignificantes como formigas.
Nas alturas sentem-se mais eles mesmos, como se sua alma pudesse voar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">E assim
também aconteceu com Jesus e seus amigos Pedro, Tiago e João: Ele subiu o monte
Tabor, para que, a partir do mais alto pudesse revelar sua verdadeira
identidade, cheia de Luz e de Paz. O carpinteiro se revela como Panto-crator,
custodiado por Moisés e Elias.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A
compreensão do relato de Marcos nos revela que a realidade “transfigurada” de
Jesus é uma realidade compartilhada: todos somos seres transfigurados.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b>Transfiguração:</b> tempo de
interioridade, desejo de contemplar-nos a partir de nosso “eu profundo”,
“lugar” dos nossos recursos mais nobres, dos dinamismos de vida, da
criatividade, da intuição e dos sonhos, das forças que nos impulsionam a viver
em contínuas buscas... <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 11pt;">Todo ser humano
possui dentro de si uma <b>profundidade</b>
que é o seu <b><i>mistério íntimo e pessoal;</i></b> trata-se do <b>“eu original”,</b> aquele <b>lugar</b></span>
<i><span style="font-size: 10pt;">santo, intocável, onde reside o que é mais nobre em
cada pessoa, </span></i><span style="font-size: 11pt;">que só uma experiência de transfiguração é capaz de
des-velar.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">É aqui, onde a
pessoa encontra a sua <b>identidade pessoal</b>;
trata-se do <b>coração</b>, da dimensão
mais verdadeira de si, da sede das <b><i>decisões vitais</i></b>, lugar das <b><i>riquezas
pessoais,</i></b> onde ela vive o <b><i>melhor</i></b> de si mesma, onde se
encontram os <b><i>dinamismos</i></b> do seu crescimento, de onde partem as suas <b><i>aspirações
e desejos</i></b> fundamentais, onde percebe as dimensões do <b>Absoluto</b> e do <b>Infinito</b> da sua vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Uma das
características do mundo pós-moderno é a transformação, a evolução, a mudança.
O Evangelho deste segundo domingo da Quaresma nos revela que é possível “transfigurar-nos”
se formos capazes de descobrir a Presença transformadora de Jesus em nós no
caminho que nos cabe viver, na subida ao monte (Sinai, Hermón ou Tabor),
símbolo do divino. É a subida da consciência, do conhecimento interior, dos
sentimentos elevados, dos desejos mais nobres... que brotam do mais profundo de
nós mesmos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 11pt;">Diz o
texto de Marcos que Pedro, Tiago e João acompanharam Jesus. Que foi que viram?
Algo tão natural como cair na conta, em um momento concreto da existência, de
uma faísca, uma sensação que vai mais além dos sinais superficiais: a percepção
da presença do divino em si mesmos e a fonte da qual experimentaram um antes e
um depois. Poderíamos chamar isso de experiência fundante, prazerosa,
plenificante, quase nunca espetacular, mas que deixa uma profunda ressonância
interior. Nessa situação, pode surgir uma expressão tão humana como a de Pedro:
</span><i><span style="font-size: 10pt;">“é bom ficarmos aqui”.</span></i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Aqui, a
pessoa experimenta algo essencial em sua vida: sente-se como filho(a) amado(a).
Já paramos para pensar o que realmente significa ser “filho/a amado/a”?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 11pt;">Deus
conhece nossas necessidades, nossos desejos, nos oferece a oportunidade de
re-nascer, de transfigurar-nos. Em todo momento nos comunica sua Vida, a única.
Somos portadores do divino. No mais íntimo de nosso ser ouvimos sua voz: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Escutai
o que Ele diz!”.</span></i><span style="font-size: 11pt;"> Uma voz que mobiliza o há de melhor em nós. É preciso distingui-la
daquelas vozes que nos atordoam, confundem ou violentam, das palavras falsas,
vazias, carregadas de promessas e mentiras que, lamentavelmente, são pronunciadas
sem pudor.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Somos
vida transfigurada na qual todos estamos implicados.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Diante de um
contexto mundial tão obscuro faz-se urgente despertar em nós os atributos mais
humanos e divinos para sermos pessoas de <b>luz,</b> pessoas que, através dos estilos
de vida sintonizados com a natureza, brilham com luz própria. Somos, na
essência, <b><i>“seres translúcidos”, </i></b>que deixam passar a Luz divina
presente em nós. A Luz existe desde o princípio e a nós cabe sermos testemunhas
dessa Luz e, portanto, seres que deveríamos transluzir essa Luz eterna em nosso
agir cotidiano.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Seres translúcidos
existiram e existem sempre; mesmo no escondimento, são tantos e tantas que
deixaram e deixam passar a Luz em suas vidas e que deixam marcas impagáveis em
nós.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">De fato,
“ser translúcido” é nossa essência pois fomos criados por Amor, que é Luz,
embora tantas vezes podemos ficar opacos quando impera em nosso interior o
egocentrismo, o ódio, a intolerância, o medo, que nos atormenta e nos bloqueia.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Seguramente
que não podemos ser translúcidos sempre e em todo momento; assim como o sol, um
astro que brilha sempre, mas só chega a nós algumas horas do dia. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Mas,
podemos ser translúcidos a maior parte do tempo, levar a Luz que brilha desde
toda a eternidade e fazê-la brilhar na obscuridade que nos rodeia. Sejamos translúcidos, mostremos a Luz!<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A <b>Transfiguração</b>
não é algo externo, uma mudança de disfarces como no carnaval, mas é um
abrir-se à realidade cotidiana e cair na conta de que a vida e a história estão
cheias de sentido, de vida. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A realidade é uma
linguagem que nos fala de algo mais que a mera materialidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Há
pessoas que, no ambiente em que se encontram, transfiguram a vida e os
problemas, criando um clima de paz e serenidade na vida familiar, comunitária,
eclesial, laboral, etc...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Há
pessoas que transfiguram a guerra em paz, o pecado em graça, o ódio em respeito
e amor, a enfermidade em fonte de reflexão e aceitação da própria finitude, o
desespero em esperança...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Isso acontece
também no campo da arte, da estética: no fundo, é uma transfiguração do ferro,
da madeira, da pedra, da linguagem, dos sons e nos transportam a um “mais
além”.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Um
entardecer, um encontro, uma oração, podem transfigurar nosso ser, nossa
existência para a verdade, a bondade ou a beleza.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Quando
participamos de uma celebração de exéquias, evocando a morte dos seres
queridos, somos transportados, transfigurados e isso nos leva a outras
realidades de esperança, casa do Pai etc.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O mundo
de hoje pede pessoas capazes de transformar, de transfigurar, de proclamar uma
Palavra de verdade, de bondade, de estética, de ideais, valores, caminhos...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Viver é
transfigurar a existência, transcendê-la. A experiência, o encontro com Cristo
transformam, transfiguram nossa vida e a enchem de paz, de luz, de sentido.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjureX6Y0X4cLHh9HVjcSjhtUGb53-LKO9NxawUh60Cxs0CpUpMEEd3cNXtx1dOx8766A6tj1zSmvR_1PDErL4nZt4SMZx5c2DV1d17H90ZOEzWpA1FO2eazaKwNMq7Ap0cDMCtk-i8pBGgCUkCQGa3XlAi3fdsqm9YTEjXu5eHXgRrgd1-d0IMwG3pcQLh" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="836" data-original-width="1280" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjureX6Y0X4cLHh9HVjcSjhtUGb53-LKO9NxawUh60Cxs0CpUpMEEd3cNXtx1dOx8766A6tj1zSmvR_1PDErL4nZt4SMZx5c2DV1d17H90ZOEzWpA1FO2eazaKwNMq7Ap0cDMCtk-i8pBGgCUkCQGa3XlAi3fdsqm9YTEjXu5eHXgRrgd1-d0IMwG3pcQLh" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b><u><span style="font-size: 11pt;">Texto bíblico</span></u></b><b><span style="font-size: 11pt;">: Evangelho segundo
Marcos </span></b><b><span style="font-size: 10pt;">9,2-10</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Na oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Transfigura tua existência, eis a questão!<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Desapega-te de teus problemas, suba,
mesmo que te custe. Busque companheiros que te ajudem a situar-te a partir de
uma perspectiva de pássaro, onde o ar seja mais puro e a Luz mais clara.
Encontra teu Tabor, onde possas sentir a presença do Amor mais puro, onde
possas descansar, onde possas descobrir tua verdadeira identidade e o que é
essencial para tua vida. Desapega-te do celular, esquece tua agenda, silencia
tantos toques. Abandona tua pesada bagagem de preocupações e coisas que não
precisas. É teu Tabor.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">De tempos em tempos é preciso subir teu
Tabor, mesmo que custe desprender-te do passado e do pesado.<o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">- Você é uma pessoa que transfigura um
nascimento na família, um sofrimento, que transforma o trabalho, a convivência?
Está aberto(a) à transfiguração da grande noite da vida?</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-91203215230065160402024-02-12T15:01:00.007-03:002024-02-12T15:01:44.995-03:00 O deserto desmascara nossas tendências egóicas<p><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj, como sugestão para rezar o Evangelho do 1º Domingo da Quaresma (2024).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“O
Espírito levou Jesus para o deserto”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mc 1,12)<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O 1º. domingo da Quaresma nos conduz ao <b>deserto;</b> ali, na profunda solidão e silêncio,
Jesus teve uma experiência fundante, que marcou profundamente sua vida,
rompendo com a vida cotidiana anterior, em Nazaré. Enfrentou o que todos nós
enfrentamos continuamente: todos nascemos e somos movidos por uma forte tendência
a buscar poder, prestígio, riqueza; esta semente vai crescendo e se expandindo
por todos os meios possíveis. Prestemos atenção naqueles que fazem da busca do
poder, da riqueza e da vaidade, o centro de suas vidas, para ver os efeitos
devastadores deste veneno, presente dentro de nós e no nosso contexto social. São
as chamadas <b><i>“tendências egóicas”</i></b> que rompem toda possibilidade de
viver a fraternidade e a acolhida do diferente.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Quando nos deixamos determinar pelo
<b>poder,</b> para ter parte no “banquete de morte” dos poderosos, podemos
chegar a nos ajoelhar diante deles e “adorá-los”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Diante desta perene tentação, Jesus,
no deserto, vem nos diz: o amor e o serviço são duas atitudes que ativam e
elevam a vida.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Quando queremos tirar os obstáculos
de nosso caminho para tornar nossa vida mais fácil, procuramos transformar “as
pedras em pães” com o que temos à mão: ameaças, extorsão, mentiras, ódios...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus vem nos diz: “que a Palavra
sustente tua vida!”<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Quando nos sentimos tentados a
manipular Deus a nosso favor, queremos negociar e “comprá-lo” com nossos ritos
e observâncias, acreditando que Ele está em dívida conosco.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus vem nos convidar a viver como
filhos e filhas, sem tentar a Deus.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Para facilitar
o esvaziamento dos “impulsos egóicos” e re-ordenar a vida, a liturgia nos
convida a buscar inspiração junto a Jesus, durante sua estadia no deserto.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Ali, Jesus </span><i><span style="font-size: 10pt;">“vivia entre as
feras e os anjos o serviam”;</span></i><span style="font-size: 12pt;"> o texto grego e latino diz “animais selvagens”.
Podemos entender a maneira como Jesus se situou na vida, em meio às “forças”
que condicionam o ser humano, umas boas (Espírito, anjos), outras más
(“demônios”, “feras”). <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O relato do
evangelista Marcos também faz alusão aos tempos idílicos do Paraíso, onde a
harmonia entre seres humanos e a natureza inteira era total. Recordemos que o
tempo messiânico fora anunciado como uma etapa de convivência harmoniosa entre
seres humanos, os animais, a natureza...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Além disso, as <b>tentações </b>acompanharam
Jesus durante toda sua vida, como apontam claramente os Evangelhos. Isto quer
dizer, obviamente, que o <b>discernimento</b> que Jesus teve de fazer sobre sua
própria vida e sobre sua missão, não foi experiência de um dia ou de um
momento.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O Jesus
dos evangelhos é Aquele que busca, que reza, que discerne, que se vê na encruzilhada
de optar entre várias possibilidades, que se retira ao deserto para descobrir
qual é a Vontade do Pai, que elabora progressivamente seu projeto global e
passa depois às opções concretas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Tudo isso iluminado e orientado a
partir de uma opção fundamental: a opção pela <b>solidariedade</b> com todos
aqueles que em suas vidas só experimentaram a exclusão. E isto, mantendo-se
fiel até o final, mesmo às custas de encontrar-se em situações de conflitos e
perseguições, até culminar em sua morte na Cruz. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Jesus não
sai fragilizado de seu deserto. Sai tão fortalecido que seu compromisso
posterior, fruto de sua relação direta com o Abba, que transforma a história em
um antes e um depois.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Portanto,
quando nos perguntamos por que foi Jesus tão liberal naquilo que se refere às
leis, normas e tradições religiosas, e porque foi tão radical a respeito da
justiça, do amor e da proximidade junto aos pobres, doentes e excluídos, a
resposta é clara. O segredo de tudo está na <b><i>opção fundamental</i></b> que
Ele assumiu no <b>batismo</b> e a manteve durante suas <b>tentações, </b>ou
seja, a opção pela <b><i>solidariedade </i></b>como meio e caminho para
realizar sua missão.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O relato evangélico deste domingo
termina nos dizendo que, após o batismo e o retiro no deserto, Jesus caminhava
pela Galileia <i><span style="font-size: 10pt;">“proclamando a Boa Notícia de Deus” </span></i>(Mc 1,14). Para Jesus, Deus é uma
presença amistosa e próxima que faz viver e amar a vida intensamente. Jesus
vive Deus como o melhor amigo do ser humano: um Deus “Amigo da vida”. O que
contagia a todos é sua experiência de Deus como um “Mistério de bondade” que
nos liberta de tanto peso e de tantas culpas, alimentadas por um legalismo e
moralismo estéreis que acabam obscurecendo Seu rosto compassivo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Quanta alegria se despertaria em
muitos se pudessem ver em Jesus os traços do Deus da vida! Como se acenderia
sua fé se pudesse captar com olhos novos o rosto de Deus encarnado em Jesus! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Muitos homens e mulheres de fé
frágil, vacilante e quase apagada necessitam hoje escutar a notícia de um Deus
bom e amigo: o Deus de Jesus Cristo, que só quer uma vida mais digna e feliz
para todos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Tudo aquilo que impede acolher a
Deus como graça, libertação, perdão, alegria e força para crescer como seres
humanos não leva dentro a “Boa Notícia de Deus” proclamada por Jesus.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Crer no
Deus “amigo da vida” nos compromete a viver a <b>“amizade social” </b>como
atitude oblativa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Neste tempo
quaresmal,</span><span style="font-size: 12pt;"> <span lang="PT">a Campanha da Fraternidade nos motiva a
viver a <b>amizade social</b> como um
estilo de vida, fundado no <b><i>modo</i></b> de viver de Jesus. Viver como
Jesus significa encontrar-se com</span></span><span lang="PT"> </span><i><span lang="PT" style="font-size: 10pt;">“o mundo do sofrimento, da injustiça, da fome... e não
ficar indiferente”.</span></i><span lang="PT"> </span><span lang="PT" style="font-size: 12pt;">A <b>fraternidade,</b>
que nasce da <b><i>compaixão</i></b>, nos leva a reconhecer no <b>outro</b> uma dignidade e uma capacidade</span><span lang="PT"> </span><span lang="PT" style="font-size: 12pt;">criativa de superar sua situação.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">A amizade social se enriquece
quando se deixa pautar pelo diálogo fecundo, pela cultura do encontro, pela
paciência e tolerância com o diferente, pela renúncia a instrumentalizar e
descartar o outro simplesmente porque <i><span style="font-size: 10pt;">“vive, pensa, crê, sente e ama de
maneira diferente”. </span></i><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O(a) <b>discípulo(a) missionário(a)</b> não é aquele(a) que, por medo, se
distancia do mundo, mas é aquele(a) que, movido(a) por uma <b>radical paixão,</b> desce ao coração da realidade em que se encontra,
aí se encarna e aí revela os <b>traços</b>
da velada presença do Inefável; o <b>mundo </b>já não é percebido como ameaça
ou como objeto de conquista, mas como <b>dom</b> pelo qual Deus mesmo se faz
encontrar. O <b>mundo</b> não é lugar da exploração e da depredação, mas é o
lugar da <b>receptividade</b>,
da <b>oferenda </b>e do <b>encontro</b>
inspirador.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Isso pede de
todos nós uma atitude de abertura e de deslocamento frente ao outro, o que
implica colocar-nos em seu lugar, deixar-nos questionar e desinstalar por
ele... Importa, pois, re-descobrir com urgência a<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><b><span lang="PT">fraternidade</span></b><span lang="PT"> como valor ético e como hábito permanente de vida. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 17.0pt 31.2pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Corremos o risco de viver em
mundos-bolha; podemos construir nossa vida encapsulada em espaços feitos de
hábito e segurança, convivendo com pessoas semelhantes a nós e dentro de
situações estáveis. É difícil romper e sair do terreno conhecido, deixar o convencional.
Tudo parece conspirar para que nos mantenhamos dentro dos limites politicamente
corretos. Todos podemos terminar estabelecendo fronteiras vitais e sociais
impermeáveis ao diferente. Se isso acontece, acabamos tendo perspectivas
pequenas, visões atrofiadas e horizontes limitados, ignorando um mundo amplo,
complexo e cheio de surpresas. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 17.0pt 31.2pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">É urgente que nos deixemos “empurrar ao
deserto” pelo mesmo Espírito de Jesus, para sermos mais fraternos e humanos.
Vivamos com “sabor” a travessia quaresmal!</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 8pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIxMJHemwAeLTru4bXEYNTSIdCl3i9JpIUwu1j3KWOcNxNFHSO9TlsTKeqBOaq0A0-xyeidnHaljUgmt5mfM12nlLeJZGOxqpQ5B-tkU4ZdABn7xpH7FnBJYDeCTQjMSjhXtqeQ2-p2AZt25nSn__Pjw4J-sIjSxyval4uXVatPs2SYM-rNBvn4kukKQOz" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="451" data-original-width="800" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIxMJHemwAeLTru4bXEYNTSIdCl3i9JpIUwu1j3KWOcNxNFHSO9TlsTKeqBOaq0A0-xyeidnHaljUgmt5mfM12nlLeJZGOxqpQ5B-tkU4ZdABn7xpH7FnBJYDeCTQjMSjhXtqeQ2-p2AZt25nSn__Pjw4J-sIjSxyval4uXVatPs2SYM-rNBvn4kukKQOz" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: Evangelho segundo Marcos</b><b><span style="font-size: 10pt;"> 1,12-15</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">Na
oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">O Espírito de Jesus continua nos conduzindo ao
deserto para desintoxicar-nos de todo resquício de poder, vaidade, indiferença,
ódio, preconceito...; de tempos em tempos, precisamos nos deslocar para o
deserto, para o lugar de discernimento das diferentes vozes que nos movem por
dentro: vozes de morte (egóicas) e vozes de Vida. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">É na escuta atenta do Espírito que seremos
capazes de tomar decisões oblativas, des-centradas, com sabor de Reino, e a dar
passos em direção ao amor incondicional.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">- O que prevalece e determina sua vida: as más
tendências ou os sentimentos mais elevados, as vozes de morte ou as forças de
vida?<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: Roboto Condensed;">- Que experiências de deserto sustentam sua
vida?</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-40180629737597910482024-02-12T11:23:00.003-03:002024-02-12T11:39:18.565-03:00Renascer das cinzas para uma fraternidade universal<p><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, SJ, como sugestão para rezar o Evangelho da Quarta-feira de Cinzas (2024), que inicia o Tempo Litúrgico da Quaresma. Desejamos uma profunda "travessia quaresmal" a todos.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span face=""Century Gothic",sans-serif" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;">“Tu, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o
rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai”</span></i></b><span face=""Century Gothic",sans-serif" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;"> (Mt 6,17-18).</span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;">Começamos
a Quaresma com o rito da </span><b><i><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;">“imposição
das cinzas”.</span></i></b><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;"> Há um risco de vivermos
a travessia quaresmal contentando-nos com atos externos de penitência,
renúncia, mortificações... sem referência à pessoa de Jesus Cristo e sem
abertura aos outros. O silêncio do deserto nos ajuda a encontrar nosso centro,
a partir de onde podemos acertar em nossas opões vitais, sem cair nas
armadilhas do ego.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A <b>Quaresma</b> é um tempo privilegiado de discernimento e mudança;
ela des-vela as grandes carências existenciais que nos afligem e nos
desumanizam; ao mesmo tempo, ela nos faz ter acesso aos melhores recursos e
dons, encontrados em nosso interior e que ainda não tiveram chances de se
expressarem.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Há uma <b><i>“carência radical”</i></b> que nos afeta a todos e que,
cada vez mais, assume um rosto assustador. Trata-se das profundas <b>rupturas
fraternas</b> que se expressam numa cultura do ódio, da violência, da
intolerância, do preconceito... Precisamos, neste tempo litúrgico especial,
reforçar os nossos laços fraternos, reconstruir os vínculos quebrados e
alimentar a comunhão entre os diferentes. A Quaresma pode ser um tempo de graça
que ajuda a eliminar a “cultura da indiferença” de nossas vidas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Para tornar a nossa vida mais fraterna, aberta e acolhedora, a Campanha
da Fraternidade da Igreja no Brasil nos situa diante desta dura realidade que
nos escandaliza. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Com
o provocativo tema - <b>“Fraternidade e amizade social”</b> – e o lema – <b><i>“Vós
sois todos irmãos e irmãs”</i></b> (Mt 23,8) - somos chamados a despertar nossa
sensibilidade solidária frente a esta grave situação de divisão que nos
envergonha. Não podemos continuar passivos e indiferentes frente a esta
realidade tão desumana. Onde há divisões e conflitos é sinal de que o Evangelho
não está sendo vivido de modo coerente pelos cristãos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;">O caminho da Quaresma passa pelo <b>coração.</b> Como seguidores(as) de
Jesus, somos chamados(as) a retornar a Deus </span><span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;">“<i>de todo o coração”,</i></span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;"> a não nos contentar com uma vida medíocre,
mas a crescer na <b><i>amizade</i></b> com o Senhor. E quando alimentamos a
amizade com o Senhor também amadurecemos nossa amizade com os outros e, unidos
fraternalmente, celebraremos a Páscoa, a plenitude da vida cristã.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Assim,
em sintonia com o movimento humanizador de Jesus, a Quaresma se apresenta como
um momento privilegiado para despertar os nossos recursos internos e ativar
nosso espírito fraterno. Para isso, é preciso redescobrir o caminho do coração
para viver um permanente processo de reconciliação e conversão.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O “Tempo
Quaresmal” é uma excelente mediação para viver com mais sentido e inspiração. Ele
nos abre a possibilidade de acessar nossa interioridade e destravar os impulsos
relacionais que nos habitam: relação com Deus (oração), relação com os outros
(esmola) e relação com as coisas (jejum).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;">Viver a <b>cultura do encontro fraterno</b> é ativar nossa própria capacidade de contemplação,
de compaixão, de assombro, de escuta das mensagens e dos valores presentes no
mundo à nossa volta. Ela nos </span><span style="font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">mobiliza a viver uma relação
sadia com todos; nosso centro se expande em direção aos outros e à criação,
fazendo-nos viver uma conexão livre com toda a realidade, através da íntima
solidariedade e do compromisso ativo.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O gesto de receber as cinzas sobre nossas cabeças
tem o sentido de uma mobilização para começarmos a caminhar em direção ao
“centro de nosso ser”, conscientes de que este caminho nos humaniza e nos
diviniza ao mesmo tempo. A partir daí podemos sair ao encontro dos outros com
outra profundidade, com um amor mais puro, com mais gratuidade e, com a força
do Espírito, mais livres das redes egóicas. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Esta Quaresma pode ser um marco no nosso caminho,
um caminho de Paixão que já estamos vivendo nestes momentos de profundas crises
e rupturas sociais; quer ser também um caminho de Ressurreição e que não poderá
ser uma experiência solitária; ou nos renascemos todos para uma nova humanidade
ou este mundo será uma experiência falida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Os grandes momentos de nossa vida
(decisões, ano litúrgico...) pedem uma <b><i>“parada”,</i></b> um tempo de
preparação. Há sempre o perigo da improvisação e do imediatismo; vivemos a
cultura da pressa, buscando resultados rápidos. Sabemos que a vida tem seu
ritmo, como a natureza tem suas estações. É hora de parar, quebrar o ritmo
estressante, frear nossos pensamentos, sentimentos, afetos desordenados,
sentidos..., esvaziar o nosso ego para nos deixar conduzir pelo mesmo Espírito
de Jesus. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Existem aqueles que nunca freiam,
que vivem sempre com pressa, indo de um lado a outro, de uma experiência a
outra, de um momento a outro. A velocidade é a marca de nossos tempos. Mergulhados
na rapidez, perdemos a memória, pois esquecemos rapidamente as vivências que
nos marcaram.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, de tempos em tempos, é
preciso parar, deter-nos, plantar os pés na terra firme, olhar ao redor e,
também olhar para dentro. Perguntar o porquê da inércia ou da imediatez,
perguntar pelas pessoas que fazem parte de nosso horizonte diário, pelas metas
que guiam a nossa própria vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Para viver com mais intensidade o espírito
quaresmal, a liturgia nos propõe <b><i>três atitudes</i></b> que nos descentram
e nos fazem entrar no ritmo da radical gratuidade: a <b>oração,</b> o <b>jejum </b>e
a <b>esmola</b> (caridade fraterna).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Uma vez no deserto com Jesus,
devemos ativar a atitude de escuta daquela voz interior que se desperta diante
da força da Palavra. A isso chamamos <b>oração.</b> Oramos quando dirigimos
nosso olhar a Deus, ao mundo e a nós mesmos. Oramos com a Bíblia, com as
notícias, com os desejos, com os medos... Oramos de mil formas diferentes... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">E, se escutarmos profundamente com
os sentidos ativos, brotarão gestos de atenção e sensibilidade diante de homens
e mulheres que mais precisam de paz, pão e palavra. Chamamos isso de <b>“esmola”</b>
(ou “caridade fraterna”), que significa porta aberta para viver a partilha e o
encontro com todos, movidos pelo nosso olhar contemplativo e pelas nossas entranhas
compassivas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Depois da esmola e da oração, culminando a
trilogia da “justiça” do evangelho de Mateus, vem o gesto da renúncia positiva,
não por sadismo ou vitimismo, mas por elevação da interioridade pessoal e pela
solidariedade humana. Este é o sentido do <b>jejum</b> da quaresma cristã: ao
lembrar-nos de nossa precariedade, o <b>jejum</b> pode nos tornar sensíveis ao
próprio mistério da <b>vida</b> que somos; é colocar em questão a razão de ser
da vida. Para quê e para quem vivemos? Só para acumular e encher nossos
“celeiros”...?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Se uma pessoa autossuficiente não
aprende a renunciar, a jejuar, a contemplar Deus em tudo e amar os outros (para
que eles se liberem, rompendo as cadeias, os muros da separação e o impulso
egóico que mata) essa pessoa se destrói a si mesma, se torna enferma e perde o
equilíbrio de sua vida mesma. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Sem um jejum como atitude de
solidariedade, matamos os pobres e nos matamos a nós mesmos. Trata-se de um
jejum não só dietético e medicinal, mas humano, espiritual e corporal no
sentido mais profundo. Falamos de um jejum pessoal, que quebra nosso farisaísmo
e nos conduz a uma autêntica solidariedade e maturação existencial.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Jesus, ao recuperar o sentido verdadeiro destas
três práticas quaresmais, nos “revela” aquilo que os hipócritas escondem: o que
a esmola, a oração e o jejum têm em comum é que precisam ser vividas no “escondimento”.
O essencial da vida, que é o amor, sempre é discreto. O que não é essencial faz
barulho, como a vaidade, o prestígio social, o querer despertar uma boa
impressão nos outros...; tudo isso é pura hipocrisia. </span><span style="font-size: 12pt;">Quaresma pede humildade e sinceridade de coração.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEig2EtZdiR-2OJKvCHY-O6JsJWkFW8VqN-zmCeb4qVuz6zztP7ewyqPIDUhpQaRRIwQcg5F00WSQJmhsnj0p1mi6RWmH8UDTa2Vq1h9RcbifBjluZuK_mknw_ojcnJoJzOXBsV_koFZ2phcqcnnKk7pk67DzP9EMMoYaQnwrhHDlZJYy0bAEc-aSFAlFwdF" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><img alt="" data-original-height="400" data-original-width="600" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEig2EtZdiR-2OJKvCHY-O6JsJWkFW8VqN-zmCeb4qVuz6zztP7ewyqPIDUhpQaRRIwQcg5F00WSQJmhsnj0p1mi6RWmH8UDTa2Vq1h9RcbifBjluZuK_mknw_ojcnJoJzOXBsV_koFZ2phcqcnnKk7pk67DzP9EMMoYaQnwrhHDlZJYy0bAEc-aSFAlFwdF=w337-h224" width="337" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><u><span>Texto bíblico</span></u></b><b><span>: Evangelho segundo </span></b><b><span style="font-size: 10pt;">Mateus
6,1-6.16-18</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 10pt;">Na oração:</span></b><span> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Para fazer uma “travessia
quaresmal” é preciso uma inspirada preparação e uma mobilização de todo nosso
ser.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">-
Como você se propõe a viver as “três práticas quaresmais: oração, jejum e
esmola? <o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">-
O tema da CF deste ano (fraternidade e amizade social) tem ressonância em seu
interior? Que gestos concretos você poderia assumir para romper com essa
cultura do ódio e da indiferença que provoca tantas divisões?</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-61008584615941934292024-02-08T20:04:00.006-03:002024-02-08T20:04:23.401-03:00Jesus terapeuta, reconstrói as relações fraternas - 6º Domingo Comum (B)<p><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 6º. Domingo do Tempo Comum (Ano B).</span></p><p align="center" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"> “<span style="font-size: 10pt;"><i><b>Eu
quero, fica curado!”</b></i></span><span style="font-size: 9pt;">
(Mc 1,41)</span></span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;"><span lang="pt-PT">Continuamos
no primeiro capítulo de Marcos que resume a habitual maneira de
Jesus atuar. E o evangelho de hoje nos fala de um </span></span><span style="font-size: 12pt;">leproso
cara a cara com Jesus de Nazaré! Um leproso em Israel não era, de
modo algum, um enfermo qualquer: seu grau de impureza era tal que sua
exclusão sócio-religiosa era a mais radical das exclusões
ordenadas na Lei: </span><span style="font-size: 10pt;"><i>“O
homem atingido de lepra andará com as vestes rasgadas, os cabelos
soltos e a barba coberta, gritando: ‘Impuro! Impuro!’. Durante
todo o tempo em que estiver contaminado de lepra, será impuro.
Habitará a sós e terá sua morada fora do acampamento”</i></span><span style="font-size: 12pt;">
(Lv 13,45-46). </span>
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">Não
é fácil imaginar a carga de sofrimento e marginalização imposta
pela enfermidade da lepra na Palestina do séc. I. O doente era
obrigado a carregar não só o peso da enfermidade, da
vulnerabilidade e do medo que procedem dela, mas também o estigma de
ser considerado “pecador” e com a marca da rejeição que se
concretizava numa severa norma de marginalização social. Tudo isso
fazia com que o leproso fosse visto como um “empesteado” em todas
as dimensões (física, social e religiosa).</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Mas, mesmo nos casos mais
desesperados, ainda havia a esperança de recuperar a saúde e, com
ela, a possibilidade de reintegrar-se mais plenamente na vida social.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Compreende-se, então, que quem
padecia de lepra desejasse, acima de tudo, “ficar limpo”. E essa
é a petição que faz com que o leproso do relato se aproximasse de
Jesus.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">“<span style="font-size: 10pt;"><i>Chegou
perto de Jesus, e de joelhos pediu: se queres tens o poder de
curar-me”.</i></span><span style="font-size: 12pt;">
Esta atitude indica ao mesmo tempo valentia, porque se atreve a
transgredir a Lei, mas também temor de ser rejeitado, precisamente
por isso. </span>
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A ação terapêutica de Jesus
acontece em quatro passos. O número quatro representa o aspecto
terreno, o ser humano é reestabelecido em sua humanidade, à imagem
do Deus que o criou.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O primeiro passo da cura: Jesus
tem compaixão para com o leproso e se abre para o doente. O segundo
passo: Ele estende sua mão, prolongando seu coração compassivo e
estabelecendo assim um contato.
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O terceiro passo: o Mestre toca o
leproso, quebrando uma norma legal que o excluía por ficar
contaminado. Jesus não tem medo do contato físico; aproxima-se do
doente, ativa todos os seus sentidos para senti-lo, demonstrando
assim sua dedicação incondicional.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O quarto passo: o Mestre diz ao
doente <span style="font-size: 10pt;"><i>“Eu
quero, fica limpo”. </i></span>Ele
demonstra sua dedicação ao doente.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">O
gesto de Jesus de “tocar o leproso”, expressão de sua profunda
compaixão, revela uma clara confrontação com o que era exigido
pela Lei; fala, de um modo eloquente, da forte reação de Jesus
diante da exclusão, à qual está submetido um ser humano.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">Jesus
despede o leproso já curado para que os sacerdotes do Templo de
Jerusalém atestem sua cura e autorizem sua integração junto à
sociedade: respeitoso do código social de pureza-impureza, o Galileu
situa o homem curado diante da Lei como caminho para recuperar seu
lugar na comunidade.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
leproso curado não permanece passivo, simplesmente acolhendo o dom
que acabara de receber, senão que </span><span style="font-size: 12pt;">participa
também, em certa medida, na cura da qual é o beneficiário.</span></span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Mas, o curioso é que acontece
algo fascinante: o excluído perde todo interesse em sua inclusão
social a partir da Lei; em vez de ir ao Templo de Jerusalém,
torna-se um propagandista da pessoa de Jesus. Sem dúvida, o
ex-leproso encontra no mesmo Jesus a possibilidade nova de inclusão
em uma comunidade que não gira em torno à Lei, mas em torno à
igualdade fraterna. É justamente o gesto da imposição de mãos de
Jesus um desafio implícito ao mundo da Lei que abre ao leproso um
horizonte radicalmente diferente: o Reino de Deus, no qual se sente
incluído.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Permanece,
então, a memória da </span><span style="font-size: 12pt;"><b>mão
estendida</b></span><span style="font-size: 12pt;">
de Jesus de Nazaré sobre a pele do leproso como gesto crítico às
leis de uma sociedade que rejeita todo aquele que não se acomoda aos
seus pré-conceitos; ao mesmo tempo, tal gesto se revela como uma
forte exigência à comunidade universal de discípulos que o Mestre
fundara para ser o espaço de inclusão que, de modo alternativo,
venha a ser o lar de todos os excluídos. O fato de que Jesus se
aproximasse dos doentes e se deixasse tocar por eles, ou de que os
curasse de forma pouco ortodoxa, era um atentado contra as normas de
pureza que fora imposta à sociedade palestina daquele tempo. Jesus
não teve receio em transgredir estas normas, pois só assim podia se
aproximar daqueles que estavam em situação de exclusão.</span></span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O que chama a atenção é a
<b>“gestualidade”</b>
de Jesus: Ele se aproxima dos homens e mulheres de sua época, toca
os enfermos, impõe as mãos, toma as pessoas pela mão, estende as
mãos...</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 0.95cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">As verdadeiras curas e milagres
de Jesus são, antes de tudo, gestos de <b>“humanização
evangélica”.</b><span style="font-size: 12pt;"><b>
</b></span><span style="font-size: 12pt;">
</span>Curar é sua forma
de amar e seu amor curador o impulsiona à proximidade, estima para
com o enfermo, respeito à capacidade de cura da própria pessoa. Seu
amor que cura é gratuito.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Ao curar fisicamente uma pessoa,
Jesus busca fazer emergir um ser humano mais sadio e inteiro, a
partir de suas raízes, a partir de seu coração, centro e fonte das
decisões. Jesus se compromete com a saúde radical e integral do ser
humano, e devolve às pessoas a saúde em seu corpo, em suas emoções,
projetos, relações e abertura ao Transcendente.
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 0.95cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Através das curas Ele mobiliza
todas as dimensões da pessoa, reestrutura seu universo relacional e
abre sua interioridade à alteridade; ao mesmo tempo Ele potencia a
<b>liberdade</b>
do ser humano, recuperando a autonomia e a capacidade de dar direção
à própria vida.
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 0.95cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A enfermidade e o sofrimento têm
muito a ver com a fragmentação, a dispersão e a divisão. A pessoa
curada por Jesus recupera a harmonia, a unificação interior, a
reconciliação com a vida e a relação com os outros.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Ser curado implica assumir uma
responsabilidade que leva a implicar-se na transformação pessoal e
social. A saúde integral tem a “carga” da maturidade e da
responsabilidade na própria vida e no próprio processo.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
evangelista Marcos destaca que, em Jesus, a </span><span style="font-size: 12pt;"><b>“comoção
das entranhas”</b></span><span style="font-size: 12pt;">
é o núcleo de sua ação curativa.</span></span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
sofrimento das pessoas desperta n’Ele a compaixão e o amor. </span>
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">De
fato, o primeiro sentimento que aflora em Jesus quando se vê diante
dos enfermos é o da </span><span style="font-size: 12pt;"><b>compaixão.</b></span><span style="font-size: 12pt;">
Movido por ela, viola a lei que proibia aproximar-se e, muito mais,
tocar o leproso. E assim revela que é a compaixão que cura as
pessoas e não a simples observância da lei. </span>
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A <b>compaixão</b>
constitui, ao mesmo tempo, o sentimento e a atitude nuclear de Jesus
e um dos eixos do evangelho. Na realidade, todas as grandes tradições
espirituais reconhecem a compaixão como o “test” que verifica a
autenticidade do caminho espiritual.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Não se trata de um mero
sentimento superficial que brota de nossa sensibilidade diante do
sofrimento do outro. É um sentimento infinitamente mais profundo,
uma comoção interior que nos faz estremecer com a pessoa que sofre
(“com-paixão”, “cum-passio” significa literalmente
“sofrer-com”; no grego “sym-pátheia, termo eloquente que evoca
atitudes de simpatia e de empatia); sentimento que nos põe na pele
do outro, nos faz sentir com ele, e nos mobiliza a uma ação eficaz
de ajuda.</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmRqZ9s7I0abSF28ZXGHI1eHWv5IVKrehLrdxt5huxktSP33rdA_Cx_9Izz9tuXKCnUt6nvTqQcgh0D7gs9ipYp3EzOphyuuPgD2M2ylUlSF9jeVibaHUIIko5bMZON-c0sUJSRUARAcNX05NfIWtRW2ty_VM5F-D_MKox1gbKGqXjULHRSdJMr4fwdw8J" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><img alt="" data-original-height="400" data-original-width="600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmRqZ9s7I0abSF28ZXGHI1eHWv5IVKrehLrdxt5huxktSP33rdA_Cx_9Izz9tuXKCnUt6nvTqQcgh0D7gs9ipYp3EzOphyuuPgD2M2ylUlSF9jeVibaHUIIko5bMZON-c0sUJSRUARAcNX05NfIWtRW2ty_VM5F-D_MKox1gbKGqXjULHRSdJMr4fwdw8J" width="320" /></span></a></div><p></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><u><b>Texto
bíblico</b></u><b>:
Evangelho segundo Marcos </b><span style="font-size: 10pt;"><b>1,40-45</b></span></span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 10pt;"><b>Na
oração: </b></span>
</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Há
tantas dimensões de nossa vida nas quais o <b>corpo</b>
fala mais alto: maneira de nos aproximar dos outros, de acolher, de
cuidar, a delicadeza com que nos relacionamos... Nosso corpo pode
expressar compaixão ou rigidez, calor humano ou frieza, acolhida ou
preconceito...</span></p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">-
Suas mãos são o prolongamento das mãos divinas?
Abertas, generosas, solidárias, que se estendem e envolvem os outros
num abraço, sabem “bordar uma carícia”? Sabemos que nesses e em
muitos outros gestos Deus está verdadeiramente ao alcance das <b>mãos.
</b>
</span></p><p>
</p><p align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b>-
</b><span style="font-size: 10pt;"><i>“Devemos
tocar a carne de Cristo” </i></span><span style="font-size: 10pt;">(Papa
Francisco)</span>. Como
você sente suas <b>mãos?
</b>Elas são o
prolongamento do seu coração compassivo para poder “tocar em
Deus”? </span>
</p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-42365440753168138322024-01-31T16:12:00.000-03:002024-01-31T16:12:02.329-03:00Casa, lugar da mão estendida - 5º Domingo Comum (B)<p><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 5º. Domingo do Tempo Comum (Ano B).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Ele
aproximou-se, tomando-a pela mão, levantou-a”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mc 1,31)</span><span style="font-size: 8pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Continuamos no “primeiro dia” da atuação de Jesus em Cafarnaum, onde o
evangelista Marcos procura “pintar” a figura de Jesus com grandes linhas e
traços firmes. Trata-se de uma forte descrição para deixar muito clara a
maneira habitual que Jesus tinha de desenvolver seu ministério terapêutico.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Não podemos desligar o relato deste domingo com aquele de domingo
passado; ambos formam um todo teológico progressivo, que começa com Jesus na
sinagoga e termina orando sozinho em um lugar deserto. Assim Ele consegue
reavivar a experiência de Deus que lhe permite falar e agir com autoridade.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Marcos dá um destaque especial à passagem imediata da </span><b><i><span style="font-size: 12pt;">sinagoga à casa;</span></i></b><span style="font-size: 12pt;">
Jesus deu início a um movimento de vida nas casas, pois não encontrou acolhida
nos “espaços sagrados” (sinagogas). Da sinagoga onde há “espíritos impuros”
Jesus se dirige à casa (oikia), ambiente natural do clã familiar, onde também
se encontram pessoas fragilizadas por diferentes tipos de enfermidades.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus passa da sinagoga, lugar oficial da religião judaica, à casa, lugar
onde se vive a vida cotidiana junto aos seres mais queridos. Nas casas também
vai sendo gestada a nova família de Jesus, espaço onde não há predomínio da
Lei, mas um lar onde se aprende a viver de maneira nova em torno a Jesus.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus quer
comunicar a salvação a todos os lugares onde se desenrola a vida e a todas as
pessoas que têm necessidade de libertação. Com toda naturalidade, o texto de
Marcos apresenta a sogra de Pedro; no começo da cena vemos uma mulher prostrada,
separada, possuída pela febre. Em seguida, essa mesma mulher, já curada, está
integrada à comunidade e servindo aos demais; ela se torna discípula pois entra
no fluxo do serviço vivido por Jesus. Jesus cura a mulher para que ela possa
servir. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Nas
primeiras comunidades cristãs o serviço era a expressão mais clara do
seguimento de Jesus. Os cristãos elegeram precisamente a palavra <b><i>“diakonia”</i></b>
para expressar o novo fundamento das relações humanas na comunidade. O mesmo
Jesus dirá que não veio para ser servido, mas para servir.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">No centro do texto está a chave
do relato: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Jesus,
aproximando-se, a tomou pela mão e a fez se levantar”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"> Não só entra na casa, mas no
quarto interior onde encontra-se uma mulher prostrada; na casa, lugar da
comunidade cristã há uma mulher sem nome, conhecida como “a sogra”, prostrada.
E falaram dela a Jesus, porque sabiam que para Ele as mulheres eram importantes,
faziam parte de seu projeto e de sua nova família. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A sogra não pode sair para
acolhê-los pois estava prostrada em cama com febre. De novo, Jesus vai romper a
lei sabática pela segunda vez no mesmo dia. Para Ele, o importante é a vida
sadia das pessoas, não as observâncias religiosas. O relato descreve com todo
detalhe os gestos de Jesus com a mulher enferma.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Ele
realiza três gestos: <b><i>aproximou-se, tomou-a pela mão e a levantou.</i></b>
Todos os gestos proibidos: aproxima-se de uma mulher que não é a sua, toca-a e
cura em dia de sábado. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><i>“Aproximou-se”:</i></b> é
o primeiro gesto que Jesus sempre faz, ou seja, aproxima-se daqueles que
sofrem, olha de perto seus rostos e, compassivamente, acolhe suas dores. Logo, <b><i>“tomou-a
pela mão”:</i></b> toca a enferma, não teme as regras de impureza que o proíbem
fazer isso. Suas mãos prolongam seu coração. Jesus quer que a mulher sinta sua
força curadora. Por fim, <b><i>“levantou-a”,</i></b> colocou-a de pé,
devolveu-lhe a dignidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Assim está sempre Jesus em meio
aos seus: com uma <b><i>mão estendida</i></b> que nos levanta, como um amigo
próximo que nos infunde vida, como uma presença que desperta o melhor que há em
nós, como uma sensibilidade que desperta nossa identidade e nos põe de pé. Não
fomos criados para ficarmos prostrados. Jesus só sabe servir, não ser servido.
Por isso, a mulher curada por Ele entra no fluxo do serviço e se põe a “servir”
a todos. Ela aprendeu de Jesus. O distintivo dos seus seguidores(as) está em
prolongar estes gestos cristificados, acolhendo e cuidando uns dos outros.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Gestos
tão escassos hoje na vivência cristã e que Jesus deixou transparecer: próximo,
carinhoso, terno. Ele se aproxima da mulher enferma, quebra distâncias, tira os
medos e com a mediação do melhor pedagogo, a mão carinhosa, levanta-a da
prostração; para a mulher, tal gesto é a que a despertou para uma vida nova.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Seria um erro pensar que a <b>comunidade
cristã </b>é uma família que pensa só em seus próprios membros e vive de costas
ao sofrimento dos outros. O relato de Marcos nos diz que nesse mesmo dia,
“depois do pôr-do-sol”, quando terminou o sábado, levam até Jesus todo tipo de
enfermos e possuídos por algum mal.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Como seguidores(as) de Jesus
devemos gravar bem este detalhe: ao chegar a obscuridade da noite, a cidade
inteira, com seus enfermos, </span><i><span style="font-size: 10pt;">“se ajunta à porta da casa”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"> Os olhos e as esperanças
daqueles que sofrem buscam a “porta” dessa casa onde está Jesus: uma porta
sempre aberta, acolhedora. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A Igreja só atrairá de verdade
quando for “porta aberta” que recebe a todos, e as pessoas que sofrem puderem
descobrir dentro dela a presença de Jesus que cura a vida e alivia o
sofrimento. À porta de nossas comunidades há muita gente sofrendo, que pede
proximidade para estender a mão carinhosa e levantá-los.</span><span style="font-size: 8pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><i><span style="font-size: 10pt;">“A cidade inteira se aglomerou em frente da casa”.</span></i><span style="font-size: 10pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">E a porta
não estava fechada, nem tinha que chamar, nem</span><span style="font-size: 10pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">esperar numa ante-sala..., porque
Jesus estava fora, acessível, com tempo, sem pressa. Ao curar os enfermos
àquela tarde, ou o leproso no dia seguinte, Ele estava comunicando a todos uma
superabundância de vida, mas sem convidá-los a fazer um ato explícito de fé
nele nem a fazer parte de seu grupo de discípulos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Tocava-os com um enorme respeito à liberdade e no
que cada um tinha de único, e os enviava simplesmente à verdade de sua
existência. Eram homens e mulheres, habitados por um desejo de viver, que se
aproximavam dele porque intuíam que Ele possuía o poder de comunicar-lhes essa
vida. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O Reino que se aproximou deles abria diante de cada
um uma infinita variedade de respostas. Jesus deixava transparecer para eles
algo da compaixão d´Aquele que dominava a arte de acolher, de amparar e de
oferecer proteção entre seus braços a tantas vidas feridas e a tantos corpos
maltratados de homens e mulheres.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Para
Jesus,<b> ser “humano” é ser casa aberta e acolhedora. </b>Tal atitude pede “mais portas e janelas e
menos espelhos”. No espelho nós nos vemos; e o que vemos não é o que
somos, mas o que aparentamos ser. Desta percepção não saímos. O horizonte
perceptivo é mínimo. O espelho é incapaz de revelar a verdade de nosso ser e de
ampliar nosso mundo afetivo e social. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">As
portas e janelas, pelo contrário, ampliam nosso horizonte. Através delas
renova-se o ar denso e irrespirável do interior da casa que geramos fechados em
nós mesmos. As portas e janelas nos situam em comunhão com a natureza e com a
sociedade, sem a qual não existe relação humana. Elas servem para apontar aos
outros que eles fazem parte de nossa vida e que, abertas, indicam que podem
entrar em nossas vidas.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Como
seguidores(as) de Jesus, habitando em casas construídas sobre a rocha do
Evangelho, deveríamos nos preocupar mais com as portas e janelas e menos com os
ornamentos dos espaços interiores. Outros rostos é preciso descobrir e de
maneira especial, rostos feridos, machucados e necessitados de abraço.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Contemple
essa <b>mão estendida</b> de Jesus. É seu
primeiro gesto silencioso no Evangelho de Marcos, e nele se evoca em esboço
tudo o que Ele veio a ser para a humanidade decaída: uma mão estendida que nos
agarra para nos tirar de nossa prostração, para nos livrar de nossas febres,
para nos conduzir rumo ao serviço de seus irmãos menores.<b><o:p></o:p></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Entre
no âmbito dessa força, deixe-se levantar por essa mão, agradeça a força e a
libertação que lhe chegam por meio dela. Pergunte-se pelo potencial que há em
suas mãos: como flui? rumo a quem? retém ou entrega? derruba ou levanta?...</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOa9jFnZl9JtIc8ObTfG49-Gy_UdL2mtNTQHeF5fjS7bF4-VIEmzhrVISzkV0RPuDgn3Oiwbr_PaV2SpL2_6yxBl6QoXPqGiDFoq8SPye2FfzX-u26xWIWAZx-pWYDk_oTKdXNOwHOQ_Y6Oyesr0gg0syAmsyfaV9z61L940Mun42uVdCjcQ4c-LxZcY9C" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="728" data-original-width="713" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOa9jFnZl9JtIc8ObTfG49-Gy_UdL2mtNTQHeF5fjS7bF4-VIEmzhrVISzkV0RPuDgn3Oiwbr_PaV2SpL2_6yxBl6QoXPqGiDFoq8SPye2FfzX-u26xWIWAZx-pWYDk_oTKdXNOwHOQ_Y6Oyesr0gg0syAmsyfaV9z61L940Mun42uVdCjcQ4c-LxZcY9C=w301-h307" width="301" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: Evangelho segundo </b><b><span style="font-size: 10pt;">Marcos 1,29-39</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 10pt;">Na oração:</span></b><span style="font-size: 12pt;"> <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A casa “imprime caráter” ou nós imprimimos
caráter à casa? Tudo vai depender como se encontra a “casa interior”, o próprio
coração.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Nesse sentido a casa torna-se Templo do
Espírito pois ela nos ajuda a fazer contato com nossas <b><i>“moradas
interiores”:</i></b> lugar de intimidade com Deus, espaço de contemplação,
ambiente de discernimento e construção de decisões.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">- É do “interior habitado por uma Presença”
que brota o impulso para a saída de si e viver a “cultura do encontro”.<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">- Seja “casa cristificada” onde a mão
estendida se revela como gesto contínuo, sinal visível de um coração compassivo
e acolhedor.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-53508642684229331202024-01-24T13:26:00.002-03:002024-01-24T13:27:41.562-03:00A “Autoridade” Humanizadora de Jesus - 4º Domingo Comum (B)<p><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 4º. Domingo do Tempo Comum (Ano B).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“...ensinava-lhes com autoridade e não como os escribas”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mc. 1,22)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">No evangelho de Marcos, o começo da atividade
pública de Jesus coincide com as primeiras curas. Isso nos sugere que é o
início de um caminho ou itinerário pessoal que cada um(a) deve realizar.
Trata-se de “ordenar” nossa própria “sinagoga” interior: carregamos pesadas
imagens de Deus que herdamos ou foram reforçadas em determinados momentos de
nossa vida; um Deus “cansativo” que impõe leis, normas e ritos que acabam
travando o acesso à autêntica vivência humana, tecida de dignidade e verdade;
um Deus “controlador” que manipula a liberdade de seus filhos(as) e condena
aqueles que ousam desobedecê-lo; um Deus que tem prazer em complicar a vida de
todos com ameaças e castigos. Tais falsas imagens de Deus impedem viver nossa
condição humana com mais plenitude. Deus deixa de ser um aliado para se
apresentar como inimigo de tudo o que é humano. Aqui está a fonte primeira das
culpas, das angústias, dos sentimentos doentios, dos remorsos... que nos
impedem viver com mais alegria e sentido.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">As falsas imagens de Deus são
nossos próprios “demônios” que devemos desmascarar em nosso interior para poder
descobrir e nos abrir a uma experiência d’Aquele que é Presença íntima, Pai-Mãe
de misericórdia, Amigo incondicional que nos convida a viver de maneira
criativa e livre; é Ele que ativa em nós a capacidade de amar a nós mesmos(as)
tal como somos, amar os outros e amar toda a criação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 107%; margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Quantas crenças
tóxicas, normas e leis religiosas estéreis, ritualismos vazios, práticas
piedosas alimentadoras de culpabilidades... que as religiões, os mestres da lei,
impuseram sobre nós ao longo dos séculos, asfixiando-nos, paralisando nossas
vidas e impedindo-nos buscar o bem maior! Tudo isso são os “maus espíritos” que
não nos deixam perceber a Luz e a Vida escondidas no interior de cada ser
humano. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Foi nesse
ambiente “religiosamente carregado” que Jesus marcou sua presença original e
provocativa. Ele entrou em conflito com as “autoridades religiosas” que
manipulavam a imagem de Deus para controlar as vidas das pessoas. </span><span style="font-size: 12pt;">Jesus começou a curar,
libertando a todos de um “deus” opressor e dominador. Suas palavras ressoavam
radicalmente diferente daquelas dos mestres da lei; e as pessoas, reunidas na
sinagoga, ficavam surpresas ao escutá-lo. Jesus falava e agia com <b><i>autoridade,</i></b>
a partir de sua experiência interior, não daquilo que ouvira; despertou a
confiança e não o medo; reacendeu o amor a Deus-Abbá e não a submissão à lei
que ignora o ser humano; sua presença ativou a liberdade e não a servidão; e,
sobretudo, suscitou o perdão e não o rancor ou o ressentimento sempre presente.
Jesus proclamou, com liberdade e valentia, um Deus pura bondade, que reconstrói
com compaixão e misericórdia todos os seus filhos e filhas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Marcos nos
apresenta Jesus como o grande <b>Mestre:</b> seu ensinamento é novo, pois, ao
mesmo tempo que ensina, liberta. É o início da missão de Jesus; e Ele começa
justamente lá onde os “espíritos maus” produzem estragos no ser humano.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Diferentemente
dos mestres da Lei e dos escribas, cujo ensinamento está centrado em “decorar”
e conservar a Lei, o <b><i>ensinamento</i></b> de Jesus parte da realidade
humana de sofrimento, exclusão, preconceito...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Aqui estamos
numa sinagoga em dia de sábado: lugar e dia de comunhão, de encontro, de
festa... No entanto, na mesma sinagoga Jesus encontra alguém preso por
“espíritos maus”, impedido de viver sua condição humana de maneira mais digna.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A missão de Jesus é a de aliviar o sofrimento
humano; Ele reconstrói o ser humano ferido, fragilizado, privado de sua
dignidade, sem poder dar direção à sua própria vida. Os “maus espíritos” podem
ser símbolo de tudo o que desumaniza as pessoas. Podem ser os traumas,
experiências de rejeição e exclusão, as feridas existenciais, falta de
perspectiva frente ao futuro, o peso do legalismo e moralismo, a força de uma
religião que oprime e reforça os sentimentos de culpa, as instituições que
atrofiam o desejo de viver...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Enfim, tudo aquilo que prejudica as pessoas,
provoca miséria, tira a dignidade do homem e da mulher.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Marcos
reforça que Jesus fala e atua com <b>“autoridade”, </b>que é diferente de ter <b>“poder”.<o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus não
exerceu<b> poder</b> porque o poder nunca é mediação para a libertação do ser
humano (seja poder político, religioso, ou qualquer outra expressão de poder).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Jesus
despoja-se do <b>poder;</b> Ele tem <b>autoridade: </b></span><i><span style="font-size: 10pt;">“ensinava-lhes com autoridade e não como os
escribas”<o:p></o:p></span></i></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus revela sua<b> autoridade</b> e esta é o
caminho para o serviço e a promoção da vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Por isso a <b>autoridade</b>
de Jesus não tem nada a ver com o <b>poder</b> que se impõe ou a <b>liderança</b>
que arrasta.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A palavra
<b>“autoridade”</b> vem do verbo latino <b><i>“augere”, </i></b>que significa
literalmente: aumentar, acrescentar, fazer crescer, dar vigor, robustecer,
sustentar, elevar, levantar o outro, colocá-lo de pé, impulsioná-lo para
frente... É a qualidade, a virtude e a força que serve para apoiar, para
alentar, para ajudar as pessoas a serem elas mesmas, para fazê-las crescer,
desenvolvendo suas próprias potencialidades.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 12pt;">“Autoridade” </span></b><span style="font-size: 12pt;">significa também recuperar a autoria, devolver a
autonomia àquele que está impedido de optar e de fazer seu caminho. </span>Nesse
sentido, a <b>autoridade</b> nunca é perigosa para a pessoa, jamais é imposição
ou atentado contra sua legítima autonomia ou liberdade. A <b>autoridade</b> é
essencialmente <b>amor.<o:p></o:p></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus tem <b><i>“autoridade”</i></b>
porque o “centro” está no outro; Ele veio para servir.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Quem tem
“poder”, ao contrário, o centro está em si mesmo; por isso é que toda expressão
de poder é violenta, exclui, impõe-se sobre o outro...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">O
“ensinamento” de Jesus, no entanto, é <b><i>humanizador;</i></b> parte da
realidade humana ferida e liberta a pessoa, colocando-a no centro da sinagoga.
Para Jesus, não é a Lei que deve ocupar o centro, mas o ser humano.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">As pessoas
percebem n’Ele um novo Mestre, cujo ensinamento desperta o assombro e a
admiração.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Jesus é tão entranhavelmente <b>humano</b> que nos
desconcerta, a ponto de parecer estranho, extravagante e, para muitos,
escandaloso. Mas, precisamente dessa maneira, Ele nos revela não só sua
profunda humanidade, senão o grau de “desumanização” a que podemos submeter os
outros.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Ao entrar na sinagoga, Jesus se volta para quem
estava excluído e não recebia atenção; o homem “possuído” é o símbolo de todas
as pessoas despersonalizadas às quais lhes foi negado o direito de falar e agir
como sujeitos da própria vida, que dependem de “outros” que pensam, falam e
agem por elas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Chama-nos a
atenção o fato de que Jesus, quando se aproxima dos endemoniados, não os toca
como fará com outros enfermos: leprosos, cegos, paralíticos. Mantém-se à
distância e ordena com sua voz para que os “maus espíritos” abandonem a pessoa
escravizada. Com um taxativo </span><i><span style="font-size: 10pt;">“cala-te e
sai dele!” </span></i><span style="font-size: 12pt;">Jesus provoca a reação pessoal para nos libertar de
nossos “egos diabólicos”, algo que ninguém poderá fazer por nós. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Deslocar e afastar esses “egos” e acolher com
firmeza e compreensão o “eu profundo” que fará desaparecer qualquer “demônio”
que pretenda intrometer-se ou manipular nossa existência. A mesma coisa faremos
quando nos encontrarmos diante de pessoas que, até em nome da religião, nos
prendem com as amarras do legalismo, do ritualismo e da obediência infantil: <i><span style="font-size: 10pt;">“afasta-te de quem pretende desumanizar-te ou separar-</span></i>te <span style="font-size: 10pt;">de Deus!”.</span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">É urgente despertar em nós um <b><i>“eu original”,</i></b>
que seja capaz de desmontar as armadilhas desses “egos” que pululam nossa mente
e nosso interior; um <b><i>“eu fiel”</i></b> que recebe a Luz e a força de Deus
ocultas no mais profundo de todo ser humano. Livra-nos, ó Abbá, dos espíritos
que nos desumanizam!</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 107%; text-align: justify;"><span lang="ES" style="font-size: 8pt; line-height: 107%;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhx-ziqxOgiNliXvKv2aqrMk2eYTjhXjJh4cL4JlasUti0jvkaBkl-iAA2tYRLhmsf3mOwUPGA7ShuBVmW1BXFAFlfo9sykCrq5ZRj81P0P1t7FaInLdes41ZVw3jrfO3OKMvuLhUu4xyWGRR-Z9dILcDxyDvuF61PTx711jjjcVk6ZKCfW8hO7cQDc6Uly" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="371" data-original-width="820" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhx-ziqxOgiNliXvKv2aqrMk2eYTjhXjJh4cL4JlasUti0jvkaBkl-iAA2tYRLhmsf3mOwUPGA7ShuBVmW1BXFAFlfo9sykCrq5ZRj81P0P1t7FaInLdes41ZVw3jrfO3OKMvuLhUu4xyWGRR-Z9dILcDxyDvuF61PTx711jjjcVk6ZKCfW8hO7cQDc6Uly" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: </b><b><span style="font-size: 10pt;">Evangelho segundo Marcos 1,21-28</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Na oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Proliferam
os mestres, mas escasseiam os testemunhos de vida; aumentam os especialistas em
leis, mas escasseia a vida; multiplicam-se os que discutem ideias, mas
escasseiam aqueles que compartilham uma nova vida; cresce o número dos
profissionais da religião e até da Palavra de Deus, mas são raros aqueles que,
com suas vidas, sejam os melhores “exegetas” da Bíblia.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b>A
Igreja precisa de homens e mulheres que ensinem a arte de abrir os olhos, de
maravilhar-se diante da vida e interrogar-se com simplicidade pelo sentido
último de tudo</b>.
Homens e mulheres que amem a vida, proclamem a vida, façam do prazer de viver a
alegria da vida.<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">-
Desça à sua sinagoga interior: quem é o “senhor” que ali atua? Os
“maus-espíritos” do legalismo, do moralismo, do preconceito... Ou os “bons
espíritos” de vida, de comunhão, de compaixão...?</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-66023460467329967512024-01-15T14:47:00.003-03:002024-01-15T14:47:38.489-03:00A vida é feita de tempo - 3º Domingo - Tempo Comum (B)<p><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 3º. Domingo do Tempo Comum (Ano B).</span></p><p><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><br /></span></p><p align="center" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"> “<span style="font-size: 10pt;"><i><b>O
tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo” </b></i></span><span style="font-size: 9pt;">(Mc
1,15)</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">O
evangelho deste domingo é um texto de transição, pois fecha o
prólogo (Mc 1,1-13) e abre a narração propriamente dita do
evangelho. João Batista continua sendo pessoa de referência e
servirá de contraponto histórico e teológico da história
posterior. A prisão dele revela o ambiente de oposição e
perseguição onde Jesus atuará, anunciando a Boa-Notícia.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">
“<span style="font-size: 10pt;"><i>Jesus
foi para a Galil</i></span><span style="font-size: 10pt;"><i>e</i></span><span style="font-size: 10pt;"><i>ia”:</i></span><span style="font-size: 12pt;">
</span>o espaço
geográfico (e teológico) de João Batista era o deserto com o rio<span style="font-size: 12pt;">
</span>Jordão. O espaço
de Jesus, no entanto é a Galileia.
Ele não se retira ao lugar da prova, nem se instala à margem da
terra prometida; também não busca um lugar de missão junto aos
átrios de Jerusalém, santuário nacional. Jesus se encontra
vinculado à terra e às pessoas simples da Galileia,
junto a um mar simbolicamente aberto às nações vizinhas. Ele se
faz “margem” e começa seu ministério junto às margens.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O evangelista Marcos quer
desligar a pregação de Jesus de toda conotação oficial: longe das
autoridades religiosas, longe do templo e de tudo o que isso
implicava. Galileia
era região fronteiriça, terra da exclusão e da violência,
habitada pelos mais pobres e sofredores.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Se algo chama a atenção em
Jesus é sua paixão por um projeto de sentido que Ele denominou como
<b>Reino de Deus.</b>
Toda sua pessoa está mobilizada e polarizada por esse sonho, por
essa utopia carregada de esperança ativa. Jesus é consciente de que
com Ele começa uma <b>história
nova. </b>A <i><b>esperança</b></i>
se faz realidade. A <i><b>consumação</b></i>
do mundo está começando.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Mas,
a Galil</span><span style="font-size: 12pt;">e</span><span style="font-size: 12pt;">ia
em si mesma não basta. A novidade do Evangelho se fundamenta na
mensagem de Jesus:</span> <span style="font-size: 10pt;"><i>“cumpriu-se
o </i></span><span style="font-size: 10pt;"><i><b>tempo</b></i></span><span style="font-size: 10pt;"><i>
e chegou o reino de Deus; convertei-vos e crede no evangelho”. </i></span><span style="font-size: 12pt;">Esta
é a afirmação-chave, que consta de duas frases paralelas duplas,
cada uma com duas partes, unidas por um “e”. Como é usual em
Marcos, a segunda serve para precisar o sentido da primeira:
cumpriu-se o tempo “e” chega o reino (o reino define e dá
sentido ao tempo); convertei-vos “e” crede no evangelho (a fé dá
sentido à conversão).</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O progresso temático é claro:
passamos do Batista (deserto/rio) à Galileia,
descobrindo ali a mensagem de Jesus, aberta a todas as pessoas. Ele
não se fecha nas casas, sussurrando ao ouvido um segredo de
iniciados; não se instala numa escola, oferecendo cursos longos de
ensinamento especializado; não oferece sua palavra à beira do
templo sagrado (aos puros), nem à margem do rio/deserto (aos
especialistas da penitência). Dirige-se à Galileia,
oferecendo seu evangelho a todos; faz isso com claridade (para que
seja bem entendido), em voz alta (que o escutem), como arauto ou
mensageiro de boas notícias que devem se estender pelos povoados.
Por isso, <b>anúncio</b>
e <b>chamado</b>
estão profundamente unidos; com seu anúncio, Jesus desperta o que
há de mais humano em cada um e o chama a entrar no fluxo da Sua
nobre missão: <span style="font-size: 10pt;"><i>“farei
de vós pescadores do humano”.</i></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Atento ao “tempo oportuno”
Jesus pôs-se a proclamar a <i><b>“boa
notícia”</b></i> da
parte de Deus. Ele não espera, como João, que as pessoas venham ao
seu encontro. Faz-se peregrino e dirige-se às pessoas, sobretudo
aquelas que estavam à margem, excluídas e sem esperança.
Cumpriu-se o “kairós”, ou seja, o tempo oportuno, carregado de
sentido e de Presença; um tempo que se abre às surpresas de Deus e
que mobiliza cada pessoa a viver de uma maneira diferenciada,
rompendo com a vida rotineira e repetitiva.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A
fé do povo de Israel sempre se deixou guiar pelo </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo</b></span><span style="font-size: 12pt;">
de Deus, por suas intervenções salvíficas.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Esta
fé é a que lhe conduz a uma visão histórica do </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo</b></span><span style="font-size: 12pt;">,
enquanto se trata do “hoje eterno de Deus” apontando para a Terra
Prometida, lugar do destino do povo. Descobre-se o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo</b></span><span style="font-size: 12pt;">
como momento no qual acontece algo qualitativamente novo e não
explicável a partir do ritmo cíclico da natureza.</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A atividade profética vai
significar um passo decisivo na concepção do <b>tempo</b>
dentro de Israel.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Os profetas anunciam um novo ato
salvífico de Deus que está por chegar e que será decisivo para
Israel.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A partir desse momento, o povo
vai viver o <b>tempo</b>
como expectativa e espera ansiosa de um momento definitivo em sua
existência: a realização da Promessa.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">E Jesus inicia sua missão
pública entrando no fluxo dessa expectativa do povo.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O Filho do Homem vive na espera
paciente de seu <b>momento.
</b>Sua sabedoria consiste
em saber aguardar que o <b>tempo</b>
chega à sua colheita, sem cair na tentação de forçar sua
maturação.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Nessa
perspectiva, não podemos viver o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo
</b></span><span style="font-size: 12pt;">como
se este fosse algo meramente plano e indiferente. O Senhor do tempo e
da História se faz presente em nossos corações, através do seu
Espírito de Amor. E o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo</b></span><span style="font-size: 12pt;">
se faz, simultaneamente, </span><span style="font-size: 10pt;"><i>princípio
e fim, Alfa e Ômega.</i></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Cada dia e cada momento tem seu
matiz, sua cor e sua novidade. Não é o mesmo a primavera que o
inverno, ou o sábado que a segunda-feira.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Para Jesus, o <b>tempo</b>
que se recebe em graça e que se converte em missão, é que dá
sentido à sua vida neste mundo. Ele acolhe de seu Pai o <b>“dom
do tempo”</b> e o
encarna na história humana de maneira iluminadora. Receber este <i><b>“dom
do tempo”</b></i> requer
uma disposição nova por parte do ser humano.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
sentido do </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo</b></span><span style="font-size: 12pt;">
é o grande desafio na condução da nossa vida. </span>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">Inconscientemente,
muitas vezes resistimos a fazer uso adequado deste bem precioso e
insubstituível; outras vezes, usamos o tempo de forma mais contra do
que a favor de nossos desejos e objetivos.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Ao
irromper no tempo histórico como presença viva de Deus-Amor, Jesus
nos convoca a nada mais esperar: </span><span style="font-size: 12pt;"><i>“O</i></span><span style="font-size: 10pt;"><i>
tempo já se completou”.</i></span>
<span style="font-size: 12pt;">O
apelo de Jesus deve estar encaminhado a descobrir o que estamos
fazendo com nosso tempo. Podemos estar desperdiçando ou perdendo
aquilo que nos foi dado para vivermos com intensidade e inspiração.
Os anos vão se passando e com eles as oportunidades de dar
verdadeiro sentido à nossa vida. </span>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Só quando a pessoa recupera o
sentido do transcurso do tempo, estará preparada para bem viver.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Afinal, <i><b>“não
temos tempo, somos tempo”. </b></i>Nós
não temos o tempo; o tempo é o que somos, pois quando não somos,
já não há tempo que valha a pena; o tempo torna-se “normótico”,
pesado, insuportável...</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">
“Somos tempo” e por maiores
que sejam os avanços tecnológicos e de pensamento, isso não
mudará. É o mais valioso que nós temos; é o maior presente que
podemos fazer uns aos outros: nosso tempo.
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
que define nossa cultura pós-moderna é o consumo do </span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo.
</b></span><span style="font-size: 12pt;">Se
antes o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>ter</b></span><span style="font-size: 12pt;">
deslocou o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>ser,
</b></span><span style="font-size: 12pt;">agora
o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>fazer</b></span><span style="font-size: 12pt;">
está deslocando o </span><span style="font-size: 12pt;"><b>ter
</b></span><span style="font-size: 12pt;">como
prioridade. Acumular ações, ter agenda cheia, ativismo... é o que
está de moda. Estão sendo desenvolvidas as estratégias mais
sofisticadas para que qualquer pessoa busque ocupar o tempo. Até o
descanso foi despojado de sua gratuidade: os fins de semana e os
tempos de férias são preenchidos com uma carga excessiva de
atividade. </span><span style="font-size: 10pt;"><i>“Os
domingos estão precisando de feriados”</i></span><span style="font-size: 10pt;">
(Bonder).</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O
</span><span style="font-size: 12pt;"><b>tempo</b></span><span style="font-size: 12pt;">
está tão medido e amordaçado que não há espaço para a duração,
a gratuidade, a criatividade...</span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed; font-size: 12pt;">O
pior, no entanto, não é ter feito do ativismo o “modus vivendi”
por excelência, mas é o fato da pessoa estar perdendo a noção da
temporalidade, ou seja, a perda do sentido da história.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O ritmo cronológico da vida
acaba desembocando na tirania da imediatez. O<b>
“carpe diem”</b>, está
contribuindo para que o dom do <b>tempo</b>
seja objeto de consumo e acabe, portanto, consumido, ou seja, gasto e
extinto. Espera-se tudo do presente, e os dias se reduzem a uma soma
de instantes sucessivos sem especial conexão. Ao dia de hoje não é
necessário saber o que fizemos ontem e nem o que faremos amanhã.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Vivemos numa cultura onde
preenchemos nosso tempo de <i><b>“afazeres”</b></i>
para não nos deixarmos <i><b>“fazer”</b></i>
pelo Espírito de Deus. “Perdemos” nosso tempo quando não nos
conscientizamos, por alienação ou escapismo, de toda a densidade do
momento como possibilidade e oportunidade de Vida.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiNR4cSa2gdKXMT8UHvSzdxMArv6GLbp9k3SJypw2_DeoD1IjJyZpmsFvNUHsbeTRSRXzrEoV2Ue9yLuovjK_dUjTB5yTK4UgoydHDyYIP_O4D0B8aiQLw94r0fgMHM4BrD4X4mkSSIyr8r1guuH6APSHaG0p6uYoxJwHtwrEP3HVhVihESxOrUt0hOgmVS" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiNR4cSa2gdKXMT8UHvSzdxMArv6GLbp9k3SJypw2_DeoD1IjJyZpmsFvNUHsbeTRSRXzrEoV2Ue9yLuovjK_dUjTB5yTK4UgoydHDyYIP_O4D0B8aiQLw94r0fgMHM4BrD4X4mkSSIyr8r1guuH6APSHaG0p6uYoxJwHtwrEP3HVhVihESxOrUt0hOgmVS" width="320" /></a></span></div><p></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><u><b>Texto
bíblico</b></u><span style="font-size: 10pt;"><b>:
Mc 1,14-20</b></span></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 10pt;"><b>Na
oração: </b></span>
</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O
tempo da oração é o tempo de deixar-se afetar, cativar,
entusiasmar..., pela pessoa, pela missão, pelo projeto de Jesus; é
o tempo do amadurecimento e da concretização das opções e dos
compromissos para segui-Lo pelos caminhos que Ele percorreu.</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Mais
que “preencher” o <b>tempo,</b>
a atitude espiritualmente cristã de conversão é deixar-se
“preencher” pela bondade de Deus <b>no
</b>tempo; agora é o
tempo de deixar-se conduzir, de encontrar-se...</span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Fé
é criar, é deixar passar por nós a energia criadora-libertadora do
Deus-providente, Senhor dos “tempos novos”.
</span></p><p>
</p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Viver
o <b>tempo</b>
como oportunidade é arriscar-nos a ver o que cremos, a perceber a
presença d’Aquele que se “faz tempo” e dá sentido pleno ao
nosso tempo. É no tempo que expressamos o louvor, a ação de
graças...</span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-79646814932079972502024-01-09T10:40:00.008-03:002024-01-09T10:40:30.567-03:00Perguntas que destravam vidas - 2º Domingo - Tempo Comum (B)<p><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 2º. Domingo do Tempo Comum (Ano B).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">“Voltando-se
para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: o que estais
buscando?”</span></i></b><b><i><span style="font-size: 8.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></i></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Nem todas as <b>perguntas</b> são iguais. Às
vezes surge uma pergunta, algo nos interessa e logo queremos saber; basta uma
simples busca rápida para saciar nossa curiosidade; poucas curiosidades
permanecem em nossa mente, pois logo são satisfeitas com muitas informações que
não tem nenhuma ressonância em nossas vidas. Tal pergunta superficial revela um
perigo: pelo fato de serem respondidas em questão de segundos, nossos desejos
mais profundos se acostumam a se mover nessa velocidade. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 11.0pt;">É preciso situar-nos diante de outro tipo de <b>perguntas,</b>
as mais decisivas e essenciais, aquelas que não podem ser respondidas com um
“click” e nos movem a uma tomada de decisão. São <b>perguntas</b> que exigem
tempo, um ritmo diferente e tem a ver com o núcleo escondido do interior de
nossas vidas: </span><i>que
quero fazer</i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><i>de minha vida? Que estou
buscando? Por que há algo que sempre me remorde por dentro dizendo que eu
poderia investir mais e melhor na minha missão? Que desejos me mobilizam, dando
calor e sabor à minha vida? <o:p></o:p></i></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Estas perguntas são mais difíceis de serem respondidas.
Às vezes ficam ali, em um rincão de nossa vida, mas enquanto permanecem vivas
são como umas brasas que voltam a se acender cada vez que a vida as sopra. Tais
perguntas nos fazem mais humanos e são tão importantes como o ar que
respiramos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, continuamente deveríamos nos perguntar:
sinto vivas em mim as <b><i>perguntas radicais?</i></b><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">É neste nível que se situa a <b>pergunta </b>de
Jesus aos dois discípulos de João. O Mestre propõe a pergunta fundamental, </span><i>“e vós, o que estais buscando?”;</i><span style="font-size: 12pt;"> uma pergunta que exige
deles um exame sério, que tomem consciência do que pretendem, que explicitem as
reais motivações da busca por Ele.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A <b>pergunta</b> de Jesus é desafiadora, e não
simples curiosidade e inquietação, e se dirige a todos nós. Cada um tem de dar
sua resposta. Ela exige uma tomada de posição, um ato de fé. Por isso, o
processo da <b>busca</b> dos dois discípulos se amplia, despertando nos outros
igual movimento de busca; um encontro não termina em Quem encontra: a partilha
da descoberta faz brotar uma “reação em cadeia”.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Porque <b>buscam, </b>os dois discípulos movem os
outros à busca.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><i>“O Evangelho é um itinerário para
abrir com profundidade a interioridade humana”</i><span style="font-size: 11.0pt;"> (Rovira Belloso), e nele vemos como Jesus provoca nas
pessoas o retorno ao interior; sua pedagogia é a da <b>pergunta</b> que
des-vela e move a pessoa a entrar no interior de si mesma para encontrar-se com
a fonte que mana e corre.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Quando os discípulos de João descobrem a Jesus, este,
em vez de dar uma explicação ou uma exortação, lhes dirige uma pergunta que os
remete ao centro de seu coração, àquilo que os move: <b>“quê buscais?”<o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O evangelho de João apresenta diferentes perguntas: no
diálogo com a samaritana e com Nicodemos, o Mestre os conduz ao profundo deles
mesmos; com Maria Madalena Ele se aproxima como desconhecido e faz a mesma
pergunta dirigida aos primeiros discípulos: “Mulher, que buscas?”; com Simão
Pedro, após a ressurreição, por três vezes lhe pergunta sobre o amor.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Podemos então afirmar que a busca de Deus e o encontro
com Ele, a partir de Sua iniciativa, coincidem com a busca e o encontro de nós
mesmos, de modo que buscar a Deus é buscar-nos a nós mesmos, na nossa própria
interioridade, onde o Senhor nos habita e nos move.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Encantam-nos as pessoas que têm mais <b><i>perguntas</i></b>
que respostas. Aquelas que se apresentam com muitas respostas e poucas
perguntas nos provocam tédio, nos cansam e acabam provocando afastamento. São
encontradas em todos os lugares: nas igrejas, nos partidos políticos, no
trabalho, nos meios de comunicação, nas redes sociais... Felizmente, também
encontramos, em todos os lugares, muitas pessoas que têm mais perguntas que
respostas. Embora tenham visões e crenças diferentes, nos sentimos em profunda
comunhão com elas; com suas perguntas, elas nos provocam, nos enriquecem,
mobilizam nossos melhores recursos e ativam a criatividade; essas pessoas nos
ajudam a buscar, nos fazem perguntas novas que nos movem a sair de nós mesmos.
Com elas podemos ver a realidade de maneira diferente, sob outra perspectiva.
Suas perguntas despertam em nós outras perguntas e assim nossa vida entra em
outro movimento. As perguntas movimentam, as respostas paralisam.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Alguém já afirmou que as perguntas têm uma força que
não encontramos nas respostas. Só o fato de nos perguntar ou ouvir alguém que
nos pergunta, pulsa em nós uma força, uma curiosidade que não se apaga com uma
simples resposta. Perguntar-se na vida é o que nos mantém em busca. Como são
nossas perguntas?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Deveríamos agradecer por tantas perguntas que nos
foram feitas. Em um diálogo, as perguntas são a ponte entre as vozes, a
confluência de corações, a faísca de luz partilhada. Todas e cada uma delas nos
fizeram crescer, mesmo aquela mais trivial. Porque cada pergunta vem carregada
de matizes: umas de carinho, outras<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">de atenção ou de interesse, e inclusive, algumas
de desafio. Umas foram respondidas, outras ainda não soubemos respondê-las,
talvez nunca saibamos respondê-las...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Quantas perguntas deixamos de fazer com
frequência! A pergunta verdadeira tem sempre o aroma da humildade: é o
reconhecimento de nossa ignorância e o da capacidade de nosso irmão para nos
ajudar. A pergunta é uma frase não concluída, um verso que busca palavras de
outro para dar cumprimento à sua beleza e à sua mensagem. A pergunta tem a cor
do respeito infinito pela liberdade do outro.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Jesus se revelou como um homem das perguntas
mobilizadoras. Há uma infinidade de vezes que Jesus se aproxima das pessoas e
as interroga. Desde o </span><i>“que
buscais?” </i><span style="font-size: 12pt;">inicial
em João, à tríplice interpelação a Pedro – </span><i>“tu me</i><span style="font-size: 12pt;"> </span><i>amas?”</i><span style="font-size: 12pt;"> -, ou o apelo ao cego – </span><i>“que queres que eu te faça? -,</i><span style="font-size: 12pt;"> ou a delicadeza com o
cego na piscina de Betesda – </span><i>“queres
ficar curado?”.</i><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Aquele que é Verdade, Caminho e Vida também revela
sua identidade através de perguntas que despertam o melhor que há em cada
pessoa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Não é fácil responder à pergunta
simples, direta, fundamental, a partir do interior de uma cultura “fechada”
como a nossa, que se revela como “cultura da superficialidade”, onde a
preocupação está centrada só com as aparências, com a vaidade e o prestígio...
Que é o que buscamos exatamente?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Para alguns, a vida é um grande
supermercado e o único que lhes interessa é adquirir coisas com os quais poder
consolar um pouco sua existência. Outros, buscam escapar da enfermidade, da
solidão, da tristeza, dos conflitos e do medo. Mas, escapar para onde? Para
quem?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Outros já não buscam mais; o que querem
é que lhes deixem sozinhos: esquecer os outros e ser esquecidos por todos. Não
se preocupam com ninguém e que ninguém se preocupe com eles.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A maioria busca simplesmente cobrir
suas necessidades diárias e continuar lutando por ver realizados seus pequenos
desejos. Mas, mesmo que todos eles se realizem, ficaria seu coração
insatisfeito. Não apaziguaria sua sede de consolo, libertação, felicidade
plena...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">As verdadeiras perguntas estão
empapadas de ternura e delicadeza. É impossível o diálogo sem perguntas; é
impossível que uma criança fale com sua mãe ou pai sem perguntas, nem um amigo
com outro amigo, nem um esposo com sua esposa. Não é possível o amor sem
perguntas. Não é possível a oração sem perguntas. Chegará o “Dia do Senhor”, o
dia da Grande Resposta. Mas, até lá, as <b><i>perguntas</i></b> farão parte de
nosso viver, farão emergir o mais verdadeiro de nosso ser, darão sabor e calor
ao nosso peregrinar.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 42.55pt; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><i>Vive agora as perguntas. Talvez
assim, pouco a pouco, sem dar-te conta, possas algum dia viver as respostas”</i> (Rainer Maria Rilke).</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgdJb-nXVVWUNP6uyyq_e-8GMPuw_Loy0k-wmM2siDaklIm28kWsf7f7lpwQbIYwrsiDaCIqbNww-qiXII5v7hqIHoYAmctB8xDnR3CFunrO87BvDB9Kh7TAhzaZkb-A05a1Vo94Pn9-_nXGKsDjLDGQwOQXf78igzUQ1NH9Yv3hJ-2nRDruCyhmHd5_9Wh" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="578" data-original-width="999" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgdJb-nXVVWUNP6uyyq_e-8GMPuw_Loy0k-wmM2siDaklIm28kWsf7f7lpwQbIYwrsiDaCIqbNww-qiXII5v7hqIHoYAmctB8xDnR3CFunrO87BvDB9Kh7TAhzaZkb-A05a1Vo94Pn9-_nXGKsDjLDGQwOQXf78igzUQ1NH9Yv3hJ-2nRDruCyhmHd5_9Wh" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><u><span style="font-size: 11pt;">Texto bíblico</span></u></b><b><span style="font-size: 11pt;">:</span></b><b><span style="font-size: 12pt;"> Evangelho
segundo </span></b><b>João
1,35-42</b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Na
oração: <o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Ter os olhos centrados em Jesus deixando-se impactar
pelo Seu modo de viver, Sua paixão pelo Reino, Sua missão, Suas perguntas...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- O que você busca ao fixar os olhos em Jesus? O que
sente ao perceber os olhos de<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"> Jesus fixos em você?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- Que consequências tem para sua vida o modo de ser,
de viver e de fazer do próprio Jesus? <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- Quais são seus sonhos? Quê esperanças você carrega
no coração?<o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- A quê você se anima a gastar sua vida? </span></span><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: ES-TRAD; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">que medos o(a) paralisam?</span><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-33694135479146209192024-01-07T13:50:00.006-03:002024-01-07T13:50:45.525-03:00Epifania: não perca a “estrela” de sua vida!<p><span style="color: #274e13;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho da celebração da Epifania do Senhor (Dia de Santos Reis).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #274e13;"><b><i><span lang="PT" style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT;">“Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”</span></i></b><span lang="PT" style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-weight: bold;">(Mt 2,2)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;">Epifania</span></b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;">
significa “manifestação”. No sentido original significa a primeira luz que
aparece no horizonte, antes de sair o sol. Essa luz foi tomada como símbolo da
iluminação espiritual em muitas religiões; por isso, a <b>luz</b> vem sempre do
Oriente. Toda manifestação de Deus tem a marca da universalidade. Na relação
com Deus estão excluídos os privilégios e exclusivismos. </span><i><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;">“Fora da Igreja há salvação!”</span></i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;"> <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #274e13;">Na Epifania, não estamos celebrando a data de um
acontecimento, mas a realidade de quem é Deus e a imensa alegria de poder
descobri-Lo presente em tudo e em todos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">Se o Senhor não se manifestasse,
sua Encarnação não teria chegado à toda a humanidade. Pois bem, a manifestação
de Deus em Jesus tem um alcance universal, está destinada a toda humanidade. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">É interessante que a tradição tenha
interpretado que os <b>Três Magos</b> procediam dos três continentes até então
conhecidos: África, Ásia e Europa. O mago negro aparece sempre. No Reino de
Jesus Cristo não há distinção de raça ou de origem, não há diferenças
nacionais, nem sociais, nem raciais. Todos somos filhos do mesmo Pai. Jesus
Cristo une todos os povos e todas as pessoas, sem perder a riqueza de sua
diversidade. A tradição também relacionou os três reis com as três idades da
vida do ser humano: a juventude, a idade madura e a velhice. Deste modo, todos
podemos nos ver representados nos três magos que vão ao encontro do
menino-Deus.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="color: #274e13;">Mateus começa e termina seu evangelho dando a
Jesus o título de <b><i>“rei dos judeus”.</i></b> Trata-se de um rei que nasce
e morre rompendo todos os esquemas das realezas mundanas: nasce em uma gruta
que acolhia animais e morre numa cruz. Em seu nascimento, os Magos vão em busca
do “rei dos judeus”. Se estamos falando de um rei, compreende-se que eles o
buscassem na cidade dos grandes palácios, ou seja, em Jerusalém. Equivocaram-se
de caminho e de lugar, porque o rei que tinha nascido era tão diferente e tão
novo que só podia nascer entre os pobres. O evangelista Mateus não se refere a
nenhuma realeza que não seja a de Jesus. São as tradições populares posteriores
que, usando muita imaginação, consideraram os Magos como “reis”. O evangelista
só reconhece um rei, que é Jesus. Por isso os magos se prostram diante dele e o
adoram.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">Os Magos representam todos aqueles
que vem dos confins da terra ao encontro do Menino, os estranhos ao povo judeu,
os que não são da raça do recém-nascido, os afastados. Também para eles nasceu
o filho de Maria. E também a eles deve chegar a boa notícia do Evangelho.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">Os Magos representam também a
humanidade inteira em busca de paz, verdade e justiça. Representam o desejo
profundo do espírito humano, a marcha das religiões, da ciência e da razão
humana ao encontro d’Aquele que se “humanizou” plenamente.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #274e13;">À luz do relato de Mateus podemos afirmar: o <b>Reino de
Deus</b> não se limita aos contornos de uma religião. O amor, a entrega, a
capacidade de sair de si e ir ao encontro do outro, a compaixão... são os
melhores recursos e possibilidades presentes no interior de todo ser humano. O
que celebramos hoje é a revelação de Deus a todos os homens e mulheres, não a
submissão de todos à doutrina ou disciplina de uma determinada religião. Onde
se encontra uma pessoa que cresce em humanidade, amando os outros, ali está se
manifestando Deus; onde a compaixão, o cuidado e o serviço se revelam como
atitudes gratuitas, ali Deus está revelando seu rosto. Não podemos entender a
abertura aos pagãos como proposta para que se convertam à religião cristã. O
importante é potencializar o que há de mais nobre e humano em cada pessoa,
mesmo que não conheça Jesus.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="color: #274e13;">Os Magos, discernindo os sinais da natureza, se
depararam com o forte esplendor de uma <b>“estrela”, </b>e puseram-se a
caminho. Talvez o relato dos <b>Magos e a estrela</b> tenha suas raízes na
bonita tradição judaica que diz: quando uma criança nasce, “acende-se” uma
estrela no céu. Por isso no céu há tantas estrelas. Quando nasce uma criança,
acende-se uma luz, um mundo de possibilidades, um universo pessoal no espaço da
comunidade humana.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">Jesus Cristo como “estrela”, é guia
da humanidade e por isso desce à terra. De fato, a estrela se deteve no
presépio, onde estava Jesus. A estrela, portanto, é Jesus presente no cosmos;
logo, o cosmos fala implicitamente de Cristo, embora sua linguagem não seja
totalmente decifrável para o ser humano. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">A Criação deixa transparecer os
atributos do Criador: bondade, compaixão, verdade, justiça... Desperta também a
expectativa, mais ainda, a esperança de que um dia este Deus se manifestará
plenamente.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">A partir de então, as verdadeiras
estrelas da humanidade são as pessoas que nos mostram o novo caminho para o
Deus encarnado.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #274e13;">Também hoje continuamos necessitados de <b>estrelas</b> que
iluminem nossos caminhos e guiem nossos corações, porque a noite é escura, as
certezas se debilitam ou se petrificam, os abusos de poder violentam, destroem
e marginalizam, a esperança continua sendo um desafio para quem consentiu acreditar.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #274e13;">Essas estrelas são pessoas, gestos, conversações que
iluminam nossa vida cotidiana e nos recordam a verdade salvadora que se encarna
em Jesus. Mas também são acontecimentos, sinais dos tempos, mudanças que ajudam
a crescer e a melhorar, porque guiam para esses lugares que nos fazem mais
humanos, que nos ajudam a compreender que nem tudo está dito e nos recordam que
Deus continua sendo surpresa e impulso, que sua salvação não é algo do passado
ou de um futuro distante e enigmático, mas presente e atuante em cada geração e
em cada pessoa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">Como Igreja e como cristãos temos
de repensar muitas coisas, mas não a partir do poder (Herodes e Jerusalém), mas
a partir da <b>Luz.</b> A revelação, a estrela, estão no fluxo da história da
Igreja e da humanidade; precisamos procurar fazer nossa essa luz para que
ilumine cada situação humana e eclesial.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: Calibri;"><span style="color: #274e13;">A Boa Notícia de Jesus nos levanta, nos convida a caminhar
com a certeza de que sempre haverá estrelas que alimentem nossa esperança,
orientem nossos projetos, nos sustentem nos momentos vulneráveis, nos abram na
obscuridade. Nem sempre é fácil pôr-se de pé, fugir das seguranças do poder e
do êxito, começar de novo... Mas, aí está uma multidão de estrelas que
continuarão comprometidas em acompanhar-nos em todos os nossos esforços.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Calibri;">Mais
uma vez somos convidados(as) a ser “magos/as”, caminhantes e buscadores que
sabem seguir a estrela sem medo a que nos leve a lugares desconhecidos,
surpreendentes ou inesperados. Magos/as que presenteiem perdão, bondade e
solidariedade sem esperar outra coisa em troca a não ser fraternidade e
empatia. Magos(as), em definitiva, que coloquem a confiança naquilo que
constrói e liberta, e abandonem tudo aquilo que é imposto, violento ou interesseiro.
</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Não é um caminho
fácil. Não basta escutar o chamado do coração; é preciso pôr-se em marcha,
expor-se, correr riscos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">O gesto final dos magos é sublime.
Não matam o menino, mas o adoram. Inclinam-se respeitosamente diante de sua
dignidade; descobrem o divi-no no humano. Esta é a mensagem de sua adoração ao
Filho de Deus encarnado no menino de Belém.</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #274e13;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrj_JNHPaxqPlr_UTCcc3lkhI-pYZ20tpZ8aJJZO9ATIEYzO6Re6Ft6HvWTnkJoTojZ3a4AAOh_ioE01_whUNa1g7VQvt2Jru3CrYiSFdhPqNt5zFKEqEe3HQ7x-qwQzxLtMuHTkDmfXJN/s312/DIA+DE+REIS+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="250" data-original-width="312" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrj_JNHPaxqPlr_UTCcc3lkhI-pYZ20tpZ8aJJZO9ATIEYzO6Re6Ft6HvWTnkJoTojZ3a4AAOh_ioE01_whUNa1g7VQvt2Jru3CrYiSFdhPqNt5zFKEqEe3HQ7x-qwQzxLtMuHTkDmfXJN/s640/DIA+DE+REIS+3.jpg" width="312" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><b><u><span lang="PT" style="font-family: "Bookman Old Style",serif; mso-ansi-language: PT;">Texto bíblico</span></u></b><b><span lang="PT" style="font-family: "Bookman Old Style",serif; mso-ansi-language: PT;">: </span></b><b><span lang="PT" style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT;">Mateus 2,1-11</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="color: #274e13;">Na oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">Como
cristãos, devemos nos sentir capazes de acolher todas as expressões religiosas
e culturais de todos os povos. Só nesse sentido se pode falar de <b>“epifania”.</b> Não se trata só de ir e
levar aos outros o que temos. Trata-se de receber aquilo que os grandes “magos”
dos povos também nos oferecem. Epifania não combina com preconceito,
fundamentalismo, proselitismo...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">-
“Fazer memória” das pessoas que foram “estrelas” inspiradoras em sua vida.<o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="color: #274e13;">-
Situações em que você foi “presença iluminante”, apontando horizontes de
sentido para muitas pessoas.</span><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-23589751431498283982024-01-07T13:42:00.007-03:002024-01-07T13:42:30.030-03:00Onde está o ‘novo’ do Ano Novo?<p><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho da Solenidade da Santa Mãe de Deus, em que se celebra também a chegada do Ano Novo e o Dia Mundial da Paz. Desejamos a todos uma inspirada "travessia" em direção ao Novo Tempo: dom do "Senhor dos tempos".</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Os
pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e
ouvido”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;">
(lc 2,20)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Começar
de novo...”, </span></i><span style="font-size: 12pt;">diz
o refrão de uma conhecida música; pois é exatamente o dom de <b>re-começar</b>, sempre,</span> <span style="font-size: 12pt;">que nos caracteriza como
humanos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Hoje começamos um <b>Novo Ano.</b> Mas, o que pode ser para nós
algo realmente <b><i>novo?</i></b> Quem fará nascer em nós uma alegria nova? Quem ativará em
nós novos sonhos? Quem ensinará a sermos mais humanos? O decisivo é estar mais
atentos ao melhor que se desperta em nós e viver sintonizados com a eternidade
de Deus.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Esta união com Deus faz com que
o <b>tempo </b>seja pleno. Também para nós
o tempo pode ser de plenitude na medida em que vivemos unidos a Deus e nos
abrimos aos irmãos pelo amor. Pois o amor é o que faz com que o tempo deixe de
ser enfadonho e caduco e se abra a uma plenitude que se renova cada dia.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Neste início de um Novo Ano, somos
impelidos a caminhar para algo novo: novo tempo, novas relações, novos
desafios, novas experiências... <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; tab-stops: 191.4pt; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="PT">Não é
este o momento de permanecermos imóveis só porque o caminho está obscuro e
inexplorado. </span><span lang="PT">O que deve impulsionar a
vida cristã atual é a espiritualidade da <b>criação,</b>
da <b>iniciativa,</b> do <b>momento presente...</b> <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Nossa experiência nos diz que todo começo põe
em marcha novos recursos, novas atitudes, abre novas possibilidades, amplia
nossas expectativas... <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Quando
celebramos um <b>“Ano Novo”,</b> celebramos precisamente isso, que é <b>“novo”.</b>
Somos presenteados com uma nova oportunidade preciosa para superar intrigas,
inaugurar tempos de acolhida e perdão, olhar para a frente, despojar-nos de
tudo aquilo que não nos faz mais humanos e, se somos cristãos, mais
evangélicos, tolerantes e compassivos. Viver em chave de “possibilidade”,
“oportunidade” ou “novidade” nos afastam de afirmações estéreis como estas: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“sempre foi
feito assim”, “eu te disse que não ia funcionar”, não se poderia esperar outra
coisa desta pessoa...”</span></i><span style="font-size: 12pt;"> Certamente que isso não nos conduz pelo caminho da
humildade, de sentir-nos companheiros de caminho, irmãos em missão e,
sobretudo, homens e mulheres enraizados na esperança.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 30.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A lógica da nossa sociedade de consumo reprime
nossa criatividade, nos faz retroceder em nossa humanidade e nos impede de
aproximar de toda experiência mais profunda. Marcados por tradições e hábitos
caducos, dialogamos com o possível, o já esperado, o já testado, o “sempre
fizemos assim”... Por isso, sentimos o desejo do retorno à espontaneidade e de
aventurarmos na descoberta de um mundo diferente, ainda que assustador e
incerto. <i> </i><i><span style="font-size: 10pt;">“A princípio, estranha-se. Depois, entranha-se”</span></i><span style="font-size: 10pt;"> (Fernando Pessoa).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Porque
acreditamos no <b>“novo”</b> é preciso nos afastar de uma ingenuidade alienada,
de uma visão pouco perspicaz, de um senso comum que não confia na bondade do
ser humano...; caso contrário, nos tornaremos incapazes de ler este “novo
tempo” e de oferecer uma proposta criativa, a partir de nossa opção e maneira
de viver. Talvez estejamos ainda muito marcados por um clima de ódio e de
suspeita, de divisões nos relacionamentos, de identidades pouco éticas, de
narcisismos institucional ou pessoal, de incapacidade para alegrar-nos com quem
se alegra, de relações doentias que aumentam as distâncias e a frieza diante de
quem pensa, sente e ama de maneira diferente.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Tais atitudes insanas escondem algo
que é mais triste: a falta de propostas à luz do Evangelho, de liderança
humanizadora, de criatividade mobilizadora dos nossos melhores recursos...
Quando isso não acontece, mergulhamos na segurança do “costumeiro”, confundimos
poder com autoridade, acreditamos estar em posse do monopólio da verdade,
provocamos confusão de funções...; tudo isso nos enreda na mediocridade da vida
e mata a criatividade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Sem dúvida,
o “Ano Novo” não chega simplesmente pela mudança de alguns dígitos, nem por
arrancar uma página do calendário. Talvez o “tempo novo” já esteja começando
naquelas pessoas que não negociam valores inegociáveis, não se compactuam para
manter uma estrutura social injusta, não se envolvem em “redes sociais”
carregadas de “fake News” e mensagens preconceituosos, não fomentam guetos
nazifascistas, não estimulam conflitos, mas se abrem à riqueza da pluralidade,
respeitam e acolhem o bom que vem dos diferentes, alimentam uma presença que se
revela inspiradora, focada na mensagem da Boa Notícia. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Dizer <b>“evangelho”</b>
é dizer <b><i>“terra de oportunidades”,</i></b> o lugar a visão teológica que
nos faz amar e compreender que todos <b><i>“somos”.</i></b> Bendito “tempo
novo” que nos faz recordar tudo isto!<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 5.0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A sabedoria deste <b>Novo Ano</b> vai, progressivamente,
ativando uma luz que nos indica, de novo, que o caminho é de Deus e que Ele nos
convida a nos deslocar, a entrar em sintonia com seus sinais surpreendentes, a
colocar-nos em caminho como os pastores em direção à Gruta, onde um Menino os
espera; ali, ficam assombrados pela Vida que se visibiliza nas margens, abrindo
um horizonte de sentido para todos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; tab-stops: 5.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Para iniciar este Novo Ano, nada melhor que ativar
a atitude contemplativa dos pastores na Gruta em Belém:<span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">“viram o Menino”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span>E isso fez toda a diferença. Tudo se tornou “novo”;
voltaram para o<span style="font-size: 12pt;"> </span>cotidiano
do pastoreio carregando uma presença na memória. O sentimento de gratidão
aflorou:<span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">“voltaram
glorificando</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">e louvando a
Deus”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Quem
contempla a realidade com os olhos simples dos <b>pastores,</b> não faltarão ocasiões para reconhecer a criatividade de
Deus em ação, a inovação do Espírito movendo corações, criando cenários novos,
mais humanos, com mais profundidade, mais do Reino...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; tab-stops: 5.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A experiência de colocar-nos a caminho, a abertura
ao mistério, o fato de estarmos conectados, despertos e abertos à passagem de
Deus, permite que Sua Graça desbloqueie as nossas amarras interiores e nos
mobilize a uma presença diferenciada, no deserto da vida.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, o
sentimento dominante que precisa ser ativado neste momento de transição é a da <b>gratidão.</b><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Sabemos que a gratidão autêntica constitui uma unidade íntima
com a vida, flui com ela. Nasce e se apoia na compreensão de que, para além dos
juízos que nossa mente possa fazer, tudo é graça. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">A gratidão, como força que esvazia nosso ego, nos faz tomar
distância de nossos pequenos interesses e nos abre à compreensão profunda de
que, em último termo, <b><i>tudo é dom, tudo é dado, tudo é Graça.</i></b><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgU6DRt6pUKQC3AZJzCKFBlPhNwv_e7idYISBpow5gZ-LCp6U3pBhxl4F5bxGwR1urfoUkgVruheZhJ7flm6gOF-1jeXGX6yycWcSzEA7GEfwlKKu4P4ZpsrJgUxUiv8rvTGk7UliJbtBdoxW7VmVK7IvfcP2g-hVQHvEI3hKNtmeLVk4VlHYtSWYvpqMuk" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="446" data-original-width="800" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgU6DRt6pUKQC3AZJzCKFBlPhNwv_e7idYISBpow5gZ-LCp6U3pBhxl4F5bxGwR1urfoUkgVruheZhJ7flm6gOF-1jeXGX6yycWcSzEA7GEfwlKKu4P4ZpsrJgUxUiv8rvTGk7UliJbtBdoxW7VmVK7IvfcP2g-hVQHvEI3hKNtmeLVk4VlHYtSWYvpqMuk" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="tab-stops: 5.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;"><b><u><span lang="ES">Texto
bíblico</span></u></b><b><span lang="ES">: </span></b><b><span lang="ES" style="font-size: 10pt; line-height: 107%;">Lucas
2,16-21</span></b><b><u><span style="font-size: 8pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></u></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Na oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Esperança, indignação, coragem. Preciosas atitudes para este novo tempo
em que temos o privilégio<span style="font-size: 12pt;"> </span>de
viver. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">- Você se atreveria assumir tais atitudes? <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">- Você se arriscaria, por um novo começo? <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">- Que riscos concretos você se sente chamado a assumir?</span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; tab-stops: 5.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: Roboto Condensed;">Um
abençoado <b>Ano Novo</b> feito de promessas, de caminhos... de ternura
infantil.</span><o:p></o:p></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-79103499781434786152024-01-07T13:31:00.001-03:002024-01-07T13:31:06.125-03:00Feliz Ano Ano! Feliz 2024<span style="color: #274e13; font-family: Josefin Sans;">Prezados leitores e prezadas leitoras,</span><div><span style="color: #274e13; font-family: Josefin Sans;"><br /></span><div><span style="color: #274e13; font-family: Josefin Sans;">Depois de um tempo sem as postagens semanais dos textos de reflexão do Evangelho da liturgia dominical escritos pelo Pe. Adroaldo Palaoro, SJ estamos de volta!</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: Josefin Sans;">Um ano efetivamente novo é resultado de novos olhares, novas perspectivas e novas atitudes. Que tenhamos sabedoria e força para construir o novo.</span></div><div><span style="color: #274e13; font-family: Josefin Sans;">Desejamos a todas as pessoas de boa vontade um ano fecundo e cheio de bênçãos de vida!</span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhFBRU4V2_yclSZjIn2sxMTwI8M0PKwc7IpmxKTeKHuYE7J4wUfTij9SDsBadSwaPBCNWd--qpsgVOqPGjbG1btNsQVrXwUEuqwqmr70gI7HgvbsLNjgUTaAS0gYvV7aqgjfY6EOmlxVAAPHMMRoEGR5iPexSCoHBeYx9LOnCoS5fruagh8AHMP6ldb7DMT" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhFBRU4V2_yclSZjIn2sxMTwI8M0PKwc7IpmxKTeKHuYE7J4wUfTij9SDsBadSwaPBCNWd--qpsgVOqPGjbG1btNsQVrXwUEuqwqmr70gI7HgvbsLNjgUTaAS0gYvV7aqgjfY6EOmlxVAAPHMMRoEGR5iPexSCoHBeYx9LOnCoS5fruagh8AHMP6ldb7DMT" width="320" /></a></div><br /> </div></div>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-12007690626309181642023-09-08T13:37:00.002-03:002023-09-08T13:37:07.810-03:00O difícil caminho do “eu” ao “nós”<p><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 23º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></p><p><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><br /></span></p><p></p><p align="center" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">
“<span style="font-size: x-small;"><i><b>Onde
dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio
deles”</b></i></span><span style="font-size: x-small;">
(Mt 18,20)</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;">O
evangelho deste domingo faz parte do chamado </span><span style="font-size: small;"><b>“discurso
comunitário”,</b></span><span style="font-size: small;">
onde Mateus recolhe os ensinamentos de Jesus a respeito das </span><span style="font-size: small;"><i><b>“relações
oblativas”</b></i></span><span style="font-size: small;">
que devem reinar em sua comunidade.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;">De
fato, em seu ministério público, Jesus não só se revela como o
“fundamento” da comunidade dos seus discípulos, mas ativa
aqueles </span><span style="font-size: small;"><b>“atributos”</b></span><span style="font-size: small;">
que são essenciais para alimentar os vínculos entre aqueles(as) que
o seguem: </span><span style="font-size: x-small;"><i>“tornar-se
como criança”, “não ser pedra de tropeço para os pequenos”,
“cuidado com a ovelha que se perde”,</i></span><span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: x-small;"><i>“a
vivência do perdão”, “a correção fraterna”, “a oração
em comum”...</i></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed; font-size: small;">Profundo
conhecedor da condição humana, Jesus tinha plena consciência que o
ser humano é frágil, limitado, e que nenhuma comunidade subsiste
sem uma contínua atitude de abertura e de acolhida do “outro”.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Sabemos por experiência que a
presença do outro (“alter” em latim) sempre nos “altera”.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O ser humano é incapaz de
amadurecer em solidão. Desde nosso nascimento, viemos ao mundo em um
estado de fragilidade que faria morrer muitos animais; por isso,
precisamos uns dos outros. Fomos concebidos dentro de uma matriz de
<i><b>relações</b></i>
e vivemos sempre em um mundo densamente povoado de surpreendentes
presenças humanas, que são imprescindíveis para chegarmos a ser
“pessoas”.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">As relações interpessoais são
fundamentais em nossa vida. Portanto, somos chamados a acolher os
outros, reconhecer sua dignidade, sentir-nos responsáveis por eles,
assumir a alteridade como princípio e lugar de crescimento e de
formação pessoal...</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">O
Evangelho de hoje aponta para esta realidade: nós nos constituímos
como </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>“humanos”</b></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
pelas nossas </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>relações;
</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">em
outras palavras, só nas </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>relações</b></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
com os outros podemos crescer em humanidade.</span></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Estamos
sempre em contato com o </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>“outro”.
</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">E
o </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>outro</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
é pessoa. O </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>outro</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
revela certa magia, ao mesmo tempo sedutor e enigmático. O </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>outro</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
é plural, apresenta múltiplos rostos; é diferente, inédito...</span></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Só
seremos nós mesmos quando alguém nos </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>descobre,</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
nos </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>acolhe</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">,
nos </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>aceita...
</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">respeita
nossa verdadeira </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>identidade.
</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">O
</span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>outro</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
é a realidade que nos permite tomar consciência de nós mesmos.</span></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Essa
</span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>identidade</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
se revela por meio das </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>relações:
</b></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">ninguém
cresce sozinho, precisamos dos </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>outros;</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
precisamos viver relações sadias e maduras com os outros (família,
amigos, trabalho, grupos, comunidades...).</span></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span lang="pt-PT"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Nesse sentido,
uma pessoa encontra somente sua realização na interação com o
ambiente que a cerca.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">O ser humano
está comprometido com os </span><span lang="pt-PT"><b>outros;</b></span><span lang="pt-PT">
por sua própria natureza, ele se torna </span><span lang="pt-PT"><b>pessoa
humana</b></span><span lang="pt-PT">
somente em interação com os </span><span lang="pt-PT"><b>outros;</b></span><span lang="pt-PT">
ele possui impulsos naturais que o levam em direção ao convívio, à
cooperação, à comunhão...; ele é reserva de humanidade e
compromete-se com a dignidade humana. </span>
</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">O ser humano é
um ser constitutivamente </span><span lang="pt-PT"><i><b>aberto,</b></i></span><span lang="pt-PT">
essencialmente em referência a outras pessoas: estabelece com os
outros uma interação, entrelaça-se com eles, e forma um </span><span lang="pt-PT"><b>nós:
</b></span><span lang="pt-PT">a
</span><span lang="pt-PT"><b>comunidade.</b></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed; font-size: small;"><span lang="pt-PT">Mas,
o “discurso comunitário” em Mateus nos adverte que não podemos
partir de uma comunidade de “perfeitos”, mas de uma “comunidade
de irmãos” que reconhecem suas limitações, fragilidades... e
necessitam do apoio mútuo para superar as dificuldades e reforçar
os laços internos.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">“<span style="font-size: x-small;"><i>Em
verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no
céu...”</i></span><span style="font-size: small;">
Esta expressão fora dita, anteriormente a Pedro (cf. Mt 16,19), como
presença de unidade e comunhão da comunidade. Agora Mateus expõe
que a graça (e o dever) de perdoar é concedido a toda a comunidade,
a cada membro. Ninguém fica excluído da busca de diálogo ou de
soluções diante de um conflito. É de todos a responsabilidade da
marcha comunitária e do bem comum. A todos lhes é exigido uma
maturidade que vai sendo alcançada, pouco a pouco. Para isso, a
</span><span style="font-size: small;"><i><b>correção
fraterna</b></i></span><span style="font-size: small;">
e o </span><span style="font-size: small;"><i><b>acompanhamento
mútuo</b></i></span><span style="font-size: small;">
se fazem indispensáveis.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A comunidade é a última
instância de nossas relações com Deus e com os demais. O Evangelho
de hoje insiste que é preciso esgotar todos os recursos para ajudar
o outro a sair de seu erro. Qualquer pessoa que, sem saber, vai pelo
caminho equivocado, agradeceria se alguém lhe indicasse, com amor,
seu erro e lhe mostrasse o verdadeiro caminho. Se ao fazer hoje a
correção fraterna, damos por suposto que o outro tem má vontade,
será impossível que ele aceite a retificação. A partir dessa
perspectiva estamos dando por suposto que nós somos bons e o outro é
mau.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;">A
</span><span style="font-size: small;"><b>correção
fraterna</b></span><span style="font-size: small;">
é um sinal de grandeza e delicado amor; começa com a correção a
sós; caso não tenha resultado, chamar outros dois ou três e, se
for preciso, recorrer à comunidade.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed; font-size: small;">Numa
comunidade cristã todos devemos ser acolhidos com nossas limitações
e capacidades, com nossos erros e acertos; a comunidade cristã, se é
comunidade e se é cristã, não é espaço de acusação e
julgamento quando nos equivocamos; nela somos absolvidos quando somos
culpados, somos buscados quando nos perdemos, somos perdoados quando
erramos.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A <i><b>correção
fraterna</b></i> não é
condenar, ou castigar, ou expulsar, mas des-velar as limitações,
sem ódio, sem espírito de crítica, de vingança, sem rancor. O
objeto da correção fraterna não é dizer que eu tenho razão e que
o outro está equivocado e, por isso, é mal. O objeto da correção
não é sancionar para servir de lição. O objeto da correção
fraterna é “ganhar” o irmão.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">É no horizonte do amor que a
correção fraterna acontece e não no horizonte da lei. O amor e a
caridade são muito superiores a uma justiça entendida a partir de
uma mera aplicação da lei corretiva.
</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">É muito difícil cumprir hoje
esse encargo da correção fraterna porque ela está pensada para uma
comunidade, e o que hoje mais falta é precisamente o sentido de
<i><b>“comunidade”.</b></i>
</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">O
sentido da </span><span lang="pt-PT"><b>relação</b></span><span lang="pt-PT">,
sadia e amorosa,</span><span lang="pt-PT"><b>
</b></span><span lang="pt-PT">com
os outros </span><span lang="pt-PT">é
um </span><span lang="pt-PT"><b>dom</b></span><span lang="pt-PT">
de Deus, que nos foi dado a todos.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Deus
nos fez </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>amor</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
para o mútuo encontro, para a doação, para a comunhão...</span></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Fomos
criados </span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT"><i>“à
imagem e semelhança”</i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
do </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>Deus
Trindade,</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
comunhão de Pessoas (Pai-Filho-Espírito Santo). Como criaturas,
fomos atingidos pela marca </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>trinitária</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
de Deus. Quanto mais unidos somos, por causa do </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><b>amor</b></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
que circula entre nós, mais nos parecemos com o Deus Trindade. </span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT"><i>“Se
nos </i></span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT"><i><b>amarmos</b></i></span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT"><i>
uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu</i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i>
</i></span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT"><i><b>Amor</b></i></span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT"><i>
em nós é perfeito”</i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
</span></span><span style="font-size: x-small;"><span lang="pt-PT">(1Jo.
4,12). </span></span>
</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Deus
colocou em nossos corações impulsos naturais que nos levam em
direção ao </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>convívio,</b></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">
à </span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>cooperação,
</b></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">à
</span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>acolhida,
</b></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">à
</span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><b>solidariedade...</b></i></span></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">Deus é o
ponto focal para enxergarmos o </span><span lang="pt-PT"><b>outro</b></span><span lang="pt-PT">.
Se há “</span><span lang="pt-PT"><b>eu</b></span><span lang="pt-PT">”
e se há “</span><span lang="pt-PT"><b>tu”,</b></span><span lang="pt-PT">
então a presença de Deus se revela.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">A
</span><span lang="pt-PT"><b>fraternidade,
</b></span><span lang="pt-PT">a
</span><span lang="pt-PT"><b>vida
em comum</b></span><span lang="pt-PT">
se mede pelo amor, por atos e gestos de doação, de perdão, por
vivências de comunhão, por experi-ências de partilha do mesmo ser,
da mesma vida, da entrega mútua...</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.06cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">O </span><span lang="pt-PT"><b>amor</b></span><span lang="pt-PT">
é olhar o </span><span lang="pt-PT"><i><b>outro</b></i></span><span lang="pt-PT">
com olhos tão limpos, bondosos, desinteres-sados, tão profundos,
que só desejamos que o </span><span lang="pt-PT"><b>outro</b></span><span lang="pt-PT">
seja único e ori-ginal, na sua verdadeira identidade. </span>
</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O autêntico seguimento de Jesus,
portanto, significa que a qualidade da comunidade possibilita
encontros cheios de graça.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">As duas realidades – <b>pessoa</b>
e <b>comunidade </b>–
se condicionam e se complementam.<span style="font-size: small;">
</span><i><b>“A pessoa faz a
comunidade e a comunidade faz a pessoa”.</b></i></span></p><p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1cm;"><i><b><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"></span></b></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><b><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4YfGEgsr0FtfmfDyNbVXBsjggSR02WDqotkvkiUn0ZEHfRSLxK9_TXs77dVSnZvLRt_99QZrsG1QX8-9cNbuU8_TZ_6_w-kJGihCXiCZtQctKmjbQ5jSHQG76aFfmLWlC0UP_Wv80Da_9LWEiTEt12deEDv4jMDs3xXGvurSHCS3AM-ZeUWFbxfHxaC96" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="664" data-original-width="1264" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4YfGEgsr0FtfmfDyNbVXBsjggSR02WDqotkvkiUn0ZEHfRSLxK9_TXs77dVSnZvLRt_99QZrsG1QX8-9cNbuU8_TZ_6_w-kJGihCXiCZtQctKmjbQ5jSHQG76aFfmLWlC0UP_Wv80Da_9LWEiTEt12deEDv4jMDs3xXGvurSHCS3AM-ZeUWFbxfHxaC96" width="320" /></a></span></b></i></div><p></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><u><b>Texto
bíblico</b></u><b>: </b><span style="font-size: x-small;"><b>Mt
18,15-20</b></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: x-small;"><b>Na
oração:</b></span><span lang="pt-PT">
</span>
</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">Não
podemos esquecer que cada um de nós é um </span><span lang="pt-PT"><b>“outro”
</b></span><span lang="pt-PT">para
os outros.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">E
poderíamos nos perguntar que espécie de </span><span lang="pt-PT"><b>“outro”</b></span><span lang="pt-PT">
temos sido para os outros.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="pt-PT">-
Ser </span><span lang="pt-PT"><b>“outro”</b></span><span lang="pt-PT">
é mandamento, é apelo à responsabilidade, à ajuda mútua, ao
perdão re-construtor...</span></span></p><p></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-85313372284348267782023-09-01T19:52:00.001-03:002023-09-01T19:52:10.860-03:00Quando a Cruz deixa de ser “peso morto”<p><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 22º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Se
alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mt 16,24)</span><span style="font-size: 8pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A paixão-morte de Jesus foi, para os primeiros
cristãos, o ponto mais impactante de suas vidas. Seguramente, o primeiro núcleo
dos evangelhos foi constituído pelo relato da paixão-morte de Jesus. Não nos
deve estranhar que, ao relatar o restante de sua vida, se faça a partir dessa
perspectiva. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, até quatro vezes Jesus anuncia sua
paixão e morte no evangelho de Mateus. Não era preciso ser profeta para dar-se
conta de que a vida d’Ele corria sério perigo. O que Ele dizia e o que fazia ia
contra à religião oficial, e os encarregados de sua custódia tinham o poder
suficiente para eliminar uma pessoa tão perigosa para seus interesses. Até seus
familiares mais próximos quiseram impedi-lo, forçando-o a levá-lo para sua
casa, porque havia escolhido um caminho de loucos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Pedro se
rebela só de imaginar Jesus Crucificado. Não quer vê-Lo fracassado; só quer
seguir a Jesus vitorioso e triunfante. Também nossa sociedade, marcada pelo
imediatismo, competitividade, busca de resultados e rejeição a todo tipo de
fracasso, a presença da <b>Cruz</b> é um escândalo inaceitável. <b><o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">De fato,
nela mesma, a <b>Cruz </b>não tem sentido. Se a Cruz é de tal modo exaltada,
fazendo com que a vida e a ação de Jesus fiquem reduzidas a ela, então acontece
que ela se torna angustiante e aflitiva, incapaz de motivar ao <b>seguimento</b>
ou de acender a <b>esperança.<o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Jesus não morre na cruz para buscar
o sofrimento, mas por ser consequente até o fim com sua mensagem: o amor
incondicional do Deus da vida. Ele não fugiu, não contemporizou, não deixou de
anunciar e testemunhar, embora isso o levasse a ser crucificado. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 30.0pt; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Nesse sentido, a <b>Cruz</b> de Jesus não permanece
confinada em si mesma; ela se insere no interior da paixão dolorosa do mundo e
seu sentido mais profundo reside em sua <b><i>solidariedade</i></b> para com
todos os crucificados da história.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Com a <b>Cruz</b> “descemos” com Jesus até à cruz
da humanidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A solidariedade com os pobres, a fidelidade à vida
evangélica, nos fazem descer aos porões das contradições sociais e políticas,
às realidades inóspitas, aos terrenos contaminados e difíceis, às periferias insalubres
das quais todos fogem e onde os excluídos deste mundo lutam por sobreviver. Ali
nos encontramos com o Crucificado, identificado com os crucificados da
história.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Como diz Jon Sobrino, não podemos crer no
Crucificado de um modo coerente se não estamos dispostos a fazer descer da <b>Cruz</b>
aqueles que estão dependurados nela.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A <b>cruz</b>
e a <b>morte</b> só são dignas quando são consequência da luta contra a “cruz”
e a “morte” impostas às pessoas e quando expressam solidariedade com os
crucificados. Aqui há espaço de transformação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A cruz se ilumina quando requer o abraço de uma
situação inevitável. Se a enfermidade não tem cura, se a morte de um ser
querido nos arrebata, se uma catástrofe natural nos deixa impotentes, se a
denúncia profética de uma injustiça acarreta perseguições etc., crescemos
quando abraçamos essa cruz e a superamos espiritualmente.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A Cruz liberta quando não termina nela mesma, mas
na ressurreição. Enquanto a carregamos é leve se ela aponta para um horizonte
de esperança. </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Vinde
a mim, vós todos que estais cansados sob o peso do vosso fardo e</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">eu vos darei
descanso... Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve”</span></i><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 10pt;">(Mt 11, 28-30).</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Mas, para carregar a Cruz como Jesus, é preciso
passar por um processo de esvaziamento de nosso “falso eu” que, continuamente,
busca seus interesses, alimenta vaidades, quer ser o centro das atenções, sem
nenhuma sensibilidade solidária com os sofredores e vítimas de uma sociedade
que violenta e exclui.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">O chamado de Jesus a <b><i>“renunciar a si mesmo”</i></b>
é um convite ao descentramento, a não viver girando obsessivamente sobre o
próprio eu. Os místicos falam com
frequência da “morte do próprio eu”, e da felicidade que brota do interior
quando a pessoa se deixa possuir pelo amor de Deus.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Há uma forma de viver agarrada ao
próprio eu, que é fonte permanente de sofrimento. Muitas vezes, o que mais
sofrimento gera na pessoa é precisamente esse modo de viver apegado a ela mesma,
buscando cegamente e acima de tudo o próprio êxito, a boa imagem, a aprovação e
a estima dos demais. Esse cultivo equivocado do ego inflado se converte em
fonte de preocupação e sofrimento.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Inconscientemente, a pessoa pode
alimentar falsamente seu “ego” e inclusive agigantando-o de forma
desproporcional, organizando todo seu entorno a partir dele: minha pátria, meu
partido, minha igreja, minha ideologia; o ego vai então ficando cada vez mais
seduzido e mais exposto a toda sorte de problemas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A atitude mais saudável está em
tomar consciência de que a origem de tanto sofrimento inútil está no indivíduo mesmo, nesse coração
cheio de egoísmo, de apegos, de invejas, de falsas ilusões, de sede de poder,
de ressentimento, de vazio interior... Da mesma forma que a dor física é um
sinal de alerta que avisa que algo funciona mal no organismo, existe todo um
conjunto de sofrimentos que revelam modos equivocados de viver: apegos,
servidões, contradições e incoerências que impedem um desenvolvimento sadio da
pessoa.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Este sofrimento não é uma cruz que devemos
carregar, mas uma carga que devemos “soltar”, se quisermos viver com o espírito
de entrega de Jesus<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">No que se refere à experiência específica de
seguimento, deveríamos retomar o sentido da mensagem de Jesus referente ao <b><i>“negar-se
a si mesmo”</i></b> para poder viver. “A negação de si” enquanto negação
daquilo que nega a vida. “Negar-se a si mesmo”<b> </b>é deixar de identificar-nos
com a tirania das mensagens de nossos pequenos <b>“eus”,</b> que se refletem em
nossa própria linguagem. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">“Negar-se a si mesmo” é um conselho sábio:
significa negar o que na realidade “não somos”, despertar da ilusão e do
engano, deixar de girar em torno de um suposto <b>“eu”</b> que não existe, para
viver a unidade de todos e de tudo em Deus e agir assim de um modo coerente na
vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Não somos um pequeno <b><i>“ego”</i></b>
que cremos ser. Precisamos despertar dessa ilusão e entrar em contato com nosso
verdadeiro <b>Eu,</b> nosso Ser e, a partir dele, olhar a vida, olhar nossa
atividade e olhar os outros, a fim de viver em conformidade com quem somos em
profundidade. É esse o modo de <b><i>“ganhar a vida”.<o:p></o:p></i></b></span></p><p class="MsoBodyText" style="margin-left: 1.0cm;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Precisamos perceber que aquilo que para
nosso ego é “perda” e perigo, para nosso Eu verdadeiro é ganho profundo e
libertação. Ganhamos mais vida quando ela se esvazia de “ego” e se deixa
conduzir pelo amor oblativo que procede d’Aquele que é pura fonte de Amor.</span></span></p><p class="MsoBodyText" style="margin-left: 1.0cm;"><span style="font-size: 11pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgtu5hCWQnhUe8OzvMzFmcm0uuHu21WzoNR3NuGrikMO-ZIsePgMgW7l4pAcOmplQTDoCZREW2Ah_uaYDbkR-yNNX4T6Vs9YNbxUsG1WiK0pSKzSJelAysZ2FB0fMOon2JDvJJzqxbg94KyPdzHFyRbC5PuGkcU4c6Aopustk3q8ff7QRU4vbKizlOp9aWM" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><img alt="" data-original-height="500" data-original-width="500" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgtu5hCWQnhUe8OzvMzFmcm0uuHu21WzoNR3NuGrikMO-ZIsePgMgW7l4pAcOmplQTDoCZREW2Ah_uaYDbkR-yNNX4T6Vs9YNbxUsG1WiK0pSKzSJelAysZ2FB0fMOon2JDvJJzqxbg94KyPdzHFyRbC5PuGkcU4c6Aopustk3q8ff7QRU4vbKizlOp9aWM=w275-h275" width="275" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>:
</b><b><span style="font-size: 10pt;">Mt 16, 21-27<o:p></o:p></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 10pt;">Na
oração:</span></b> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Todos
nós somos habitados por um conjunto de <b><i>“eus”,</i></b> alguns conscientes,
outros inconscientes. São os <b><i>“pequenos amores”</i></b> ocultos (um eu
orgulhoso, irado, triste, prepotente, avarento, luxurioso...) que habitam
reprimidos nosso interior. São elementos de nossa própria <b>sombra,</b> aos
quais deveremos prestar atenção se quisermos avançar rumo a uma pleni-tude
humana e espiritual. Uma experiência espiritual profunda consiste em estar cada
vez mais lúcidos com relação a eles e identificando-nos prazerosamente com
nosso <b>Eu</b> verdadeiro. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">-
Quais são seus <b><i>“amores”</i></b> (afetos desordenados que exigem alto investimento) que
fragilizam e atrofiam o seguimento de Jesus?<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">-
Diante da presença inspiradora da Graça, dê “nomes” aos seus “falsos eus” para
não se deixar determinar por eles. Ao mesmo tempo “dê nomes” às expressões do
seu “eu” original, que plenificam e dão sentido à sua vida.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-2631398925168223932023-08-24T00:07:00.007-03:002023-08-24T00:07:32.225-03:00Somos Petra/Rocha sobre a qual Construímos Nossa Vida<p><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 21º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Tu és pedra, e sobre esta rocha eu
construirei minha Igreja”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mt. 16,18)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">O evangelho deste domingo nos situa num destes momentos em
que Pedro, com sua habitual ousadia e rapidez, responde à pergunta que Jesus
lhes dirige sobre sua identidade: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Tu és o Messias, o Filho do
Deus</span></i><span style="font-size: 10pt;"> <i>vivo”.</i></span><span style="font-size: 12pt;"> Diante da pronta confissão Jesus o chamou, em hebraico, <b>“Kephas”.<o:p></o:p></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">O texto grego usa duas expressões: <b><i>“petros”</i></b> e <b><i>“petra”.</i></b>
Simão é por si mesmo um “petros” (pedregulho, cascalho), mas, através de sua
confissão messiânica, afirmando que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, ele
realizou uma missão essencial no princípio da igreja; assim, o mesmo Jesus acolheu
esta profissão de fé e lhe chamou bem-aventurado (“makarios”), acrescentando
que sobre a rocha da confissão de Pedro (“petra”) edificará sua Igreja. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Por
ter recebido uma revelação muito alta de Deus, o próprio Simão que em si mesmo
é “petros” (pedra movediça, incapaz de ser alicerce) se converte, de maneira
muito profunda, em Petra/rocha firme, revelando-se o alicerce da nova
comunidade. O texto distingue e vincula assim duas palavras fundamentais: a) <b>Pe-tros</b>
(Pedro masculino), pedra-cascalho do caminho; b)<b> Petra</b> (rocha,
feminino), na qual se expressa a revelação do Pai (<i><span style="font-size: 10pt;">“não foi um ser humano que te
revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”</span></i><span style="font-size: 10pt;">).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A realidade
de Pedro está vinculada à sua história familiar, ao mundo conhecido ao qual
pertence, à sua personalidade: é Simão (“petros”). No entanto, o olhar intenso
e profundo de Jesus vai mais além, “perfura” essa realidade, descobrindo em
Pedro a sua verdadeira identidade para o qual foi chamado a ser, ao se abrir à
Graça: é “Petra” (Cefas). A missão para a qual foi chamado a ser, Pedro ainda
não a conhece, mas é um dom que lhe foi dado já desde antes de nascer. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A acolhida
de Jesus se expressa na palavra de verdade oferecida e não imposta, uma palavra
que o leva a dialogar consigo mesmo e a aprofundar: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Tu és ‘petros’ e sobre esta ‘Petra’ construirei a minha Igreja”.</span></i><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b>Pedro</b> aparece, então, como o primeiro discípulo que
manifesta sua fé pessoal em Jesus. E o evangelho faz um convite para que cada
pessoa, cada seguidor(a), expresse para si mesmo qual é sua fé em Jesus. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Como
consequência, essa mesma fé, que aflorou na primeira comunidade cristã, é a que
emerge e se prolonga, ao longo dos séculos, em cada seguidor(a) de Jesus, com
sua fortaleza (petra-rocha) e, ao mesmo tempo, com sua fragilidade (petros-pedra);
sem dogmatismos nem doutrinas, mas com a modesta manifestação de alguém que se
sente interpelado e animado pelo modo como Jesus viveu e pelos estímulos que
Ele lhe deu para caminhar na direção da nova humanidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Por isso, continua sendo decisiva a pergunta de Jesus: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“E vós, quem dizeis que eu
sou?”</span></i><span style="font-size: 12pt;"> No
entanto, não basta ter uma ideia clara sobre Ele ou um conceito teológico
apurado, mas viver uma relação que se expressa como adesão a um estilo de vida
cristificado. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">O seguimento de Jesus não é questão de razão ou um profundo
conhecimento da cristologia; é questão de sedução, de atração, de paixão... Só
podemos responder à sua pergunta com o coração. Se a pessoa de Jesus – seu modo
de ser e viver – não provoca um impacto afetivo em nosso interior, o seguimento
vai se tornando estéril e sem maiores implicações na vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A
pergunta sobre “quem é Jesus para nós” é fundamental para radicalizar nosso
seguimento, e é fundamental para entendermos a nós mesmos; cada um precisa se
situar de maneira única e original diante da mesma pergunta feita a todos. Em
muitas ocasiões as perguntas nos ajudam a avançar mais que as nossas próprias
respostas. As “perguntas existenciais” são provocativas e mobilizadoras pois
sacodem nossas vidas e despertam os recursos mais nobres em carregamos em nossa
interioridade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Por
isso, a pergunta por Jesus se volta a nós mesmos; perguntar por Jesus é
perguntar por nós mesmos. Nesta rede de perguntas e respostas o que está em
jogo não é tanto a identidade de Jesus, mas a nossa identidade de
seguidores(as) seus(suas). No centro das perguntas que nos fazemos na vida vão
surgindo respostas com as quais vamos configurando nossa existência,
identificada com a vida de Jesus.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Mas hoje, talvez num gesto de ousadia e atrevimento,
poderíamos inverter as perguntas. No Evangelho, é Jesus quem pergunta e nós
respondemos; agora somos nós que fazemos as perguntas a Jesus. Se Ele está
interessado em saber o que os outros pensam dele, também nós estamos
interessados em saber o que ele pensa de nós: <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Senhor, que dizes, que pensas de
mim?”</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">
“Senhor, que pensas e dizes de mim como batizado(a) e teu(tua) seguidor(a)? Sou
realmente essa imagem do(a) homem/mulher novo(a) nascido(a) de tua Páscoa?”
Senhor, que pensas e dizes de mim como: jovem? adulto? cristão/ã?
trabalhador(a)...?”</span></i><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">“Senhor, Tu que pensas de mim
como pessoa? Porque tu me deste a vida não para que a conserve atrofiada, mas
para que me realize humanamente e chegue a ser uma pessoa livre, madura e comprometida.
Tenho amadurecido no amor, chegando a ser essa pessoa que Tu esperas de mim?”<o:p></o:p></span></span></i></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Talvez,
de início, possamos sentir um pouco de medo da verdade que Ele dirá sobre nós.
Mas, pensando bem, podemos concluir que Jesus pensa melhor sobre nós que nós
sobre Ele. E se nos dá vergonha responder às suas perguntas, certamente que
Jesus não sentirá vergonha alguma em responder às nossas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Ao responder nossas perguntas, Jesus nos faz ter acesso
àquilo que é o fundamento, a rocha sobre a qual construímos nossa vida. Assim
como Ele respondeu, afirmando a verdadeira identidade de Pedro, podemos afirmar
que <b><i>“petros”</i></b>
é o que em nós é fragilidade, incoerência, vulnerabilidade, limitação... <b><i>“Petra”,</i></b>
ao contrário, é o que é sólido, firme, consistente, sobre o qual fundamentamos
a vida.</span> <i><span style="font-size: 10pt;">“Carregamos
um tesouro em vaso de</span></i> <i><span style="font-size: 10pt;">barro” </span></i><span style="font-size: 10pt;">(2Cor. 4,7). </span><span style="font-size: 12pt;">Como seres humanos vivemos a
integração de “petros” e “petra”.</span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Nossa<span lang="PT"> própria <b>interioridade</b>
é a rocha consistente e firme, bem talhada e preciosa que temos, para encontrar
segurança e caminhar na vida superando as dificuldades e os inevitáveis resistências
na vivência do seguimento de Jesus. O “eu profundo” constitui-se como um centro
sólido, consistente e estável de nosso ser, radicalmente diferente das
experiências fluidas que o atravessam. Existem camadas sólidas da experi-ência
do “eu” que devem se contrapor às experiências passageiras de sentimentos
vazios, desejos peri-féricos, sonhos sem paixão.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 1.0cm; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">É no <b><i>“eu mais profundo”</i></b> que as <b>forças
vitais</b> se acham disponíveis para nos ajudar a crescer dia-a-dia, tornando-nos
aquilo para o qual fomos chamados a ser. Trata-se da dimensão mais verdadeira
de nós mesmos, a sede das <b><i>decisões vitais,</i></b> o<b><i> </i></b>lugar
das <b><i>riquezas pessoais,</i> </b>onde vivemos o <b><i>melhor</i></b> de nós
mesmos, onde se encontram os <b><i>dinamismos</i></b> do nosso crescimento, de
onde brotam as nossas <b><i>aspirações</i> </b>e <b><i>desejos</i></b>
fundamentais, onde percebemos as dimensões do <b>Absoluto</b> e do <b>Infinito</b>
da nossa vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Vivemos um contexto social e
cultural no qual se constata um modo de vida que não favorece o contato com a
nossa <b><i>rocha interior.</i></b> Seduzidos por estímulos ambientais, envolvidos
por apelos vindos de fora, cativados pela mídia, pelas inovações rápidas,
magnetizados por ofertas alucinantes... nós nos esvaziamos, nos diluímos,
perdemos a interioridade e... nos desumanizamos. Tudo se torna <b><i>líquido:</i></b> o amor, as relações, os valores, a ética, as
grandes causas... (cf. Bauman).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Diante desta <b><i>“cultura líquida” </i></b>é
urgente gerar espaços que facilitem o acesso à rocha da <b><i>interioridade,</i></b>
possibilitar o retorno à “base interior” onde é gestada a nossa <b>identidade </b>e as nossas <b>opções </b>mais firmes. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Somos um <b>mistério</b> no meio
de mistérios, em um mundo de surpresas e de assombros.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.significadodossonhos.inf.br/wp-content/uploads/2021/03/equilibrar_pedras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="345" src="https://www.significadodossonhos.inf.br/wp-content/uploads/2021/03/equilibrar_pedras.jpg" width="345" /></span></a></div><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><br /></span></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>:
</b><b><span style="font-size: 10pt;">Mt 16,13-20</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Na oração:<o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Muitos caminhos
conduzem à nossa própria interioridade. A <b>oração</b> é a chave de acesso;
ela é esse silencioso exercício de deixar que Deus nos habite para que possamos
abrir as portas do coração e janelas da mente àqueles que encontramos. Onde o
Deus de Jesus tem liberdade de atuar, ali desaparece todo resquício do medo<b> </b>que
desumaniza.<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">- Deixe que a
“chave” da oração abra as portas do seu coração e mostre todos os seus tesouros
escondidos nas arcas de seu interior. Permita que a “petra” de sua existência
brote com leveza das profundezas de seu ser.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-50299820760990694712023-08-17T23:39:00.001-03:002023-08-17T23:39:12.385-03:00Maria, mulher da “memória agradecida”<p><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho da festa da Assunção de Nossa Senhora.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“A minha alma engrandece o Senhor, e o
meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Lc 1,46-47)</span></span><span style="color: #0c343d; font-family: "Roboto Condensed"; font-size: 8pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Maria foi assunta ao céu porque desceu ao mais profundo de sua humanidade
e da humanidade dos outros.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A <b>Assunção</b> nos revela que ela foi humana por excelência; toda sua
humanidade foi atravessada pelo divino: nela não havia resquícios de ego
inflado, de vaidade, de busca de prestígio e poder. Reconheceu-se como “humilde
serva” porque desceu ao “húmus” de sua vida e aí deixou-se conduzir por Aquele
que entra na história de cada um pelo lado da fragilidade, limitação,
pobreza... Ela viveu a assunção em todos os momentos de sua vida, porque se
sentia envolvida pela presença misericordiosa e providente de Deus.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Toda a vida de Maria foi “assumida”
por Deus porque ela cuidou da vida, colocou sua vida a serviço a vida, ativou
todos os seus recursos de vida... Vida aberta, comprometida, vida que se fez
visita e se deixou visitar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Maria “desapareceu” no divino porque
mergulhou no humano. Sua humanidade foi plenificada. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, a Assunção é uma vitória
solidária: nela, todos seremos “assumidos por Deus”. Esta é uma realidade que
não acontecerá apenas no fim dos tempos; é realidade sempre atual: já vivemos
em Deus, n’Ele nos movemos e existimos; Ele nos envolve continuamente com sua
providência, misericórdia e cuidado. Vivemos, então, em contínuo <b><i>“estado
de assunção”.</i></b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Portanto, a <b>Assunção de Maria</b> diz respeito a todos nós; todos
estamos implicados neste mistério; experimentamos a assunção através de dois
movimentos:<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">No <b><i>primeiro,</i></b> vivemos a assunção quando descemos ao mais
profundo de nossa humanidade, às raízes de nossa existência. Há muitos recursos,
dons, potencialidades, desejos nobres, inspirações, beatitudes originais,
presentes em nosso interior e que querem emergir, elevar-se... A assunção
começa em nosso interior quando o </span><i><span style="font-size: 10pt;">“que
há de divino em nós”</span></i><span style="font-size: 12pt;"> se expande, plenificando e dando
sentido à nossa existência. Deus assume tudo o que é humano em nós e ilumina,
plenifica... Nada do que é humano lhe escapa; Ele nos eleva, nos faz planar
sobre suas asas de águia, para ampliarmos nossos horizontes, nossa visão da
realidade... Com sua Graça, desperta e ativa todos os nossos dinamismos e
potencialidades internas. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Quem vive a assunção sonha alto,
deseja grande, torna-se criativo e um eterno buscador. Sua vida torna-se
oblativa, descentrada, é movimento de saída de si... A assunção o faz viver com
os pés plantados no chão da vida e da história e, ao mesmo tempo, o faz
transcender, romper fronteiras, ir além de si mesmo...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Quem não se deixa inspirar pelo
mistério da assunção limita-se a uma vida “normótica”, repetitiva, mecânica,
estreita, atrofiada... Perde o sabor da vida, trava sua criatividade e mata sua
capacidade de sonhar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">O <b><i>segundo</i></b> movimento despertado pelo mistério da Assunção é
este: a partir de uma interioridade expandida a pessoa se eleva na direção do
outro, através do serviço solidário, da presença compassiva e do compromisso
eficaz na transformação da história. A assunção move a pessoa a reforçar os
laços, alimentar a comunhão, mobilizar a viver a cultura do encontro; a
assunção faz romper fronteiras geográficas, sociais, culturais, religiosas...
conclamando à vivência da fraternidade universal. Ela abarca a humanidade
inteira. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Porque parte do chão da humanidade, a assunção nos humaniza e nos
capacita a criar mediações humanizadoras. Não é possível crer na assunção da
humanidade se nos deixamos levar pela cultura da aparência, do ódio, da
intolerância, da violência...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Quem entra no fluxo desses dois movimentos da Assunção, sente despertar
em si uma profunda <b>gratidão;</b> brota de seu coração e de seus lábios um
novo “magníficat”, onde reconhece a ação criativa de Deus, em si mesmo, nos
outros e na criação... Proclama que Deus fez, faz e fará maravilhas nele(a),
por ele(a), através dele(a)... Vive com vibração e intensidade porque sente que
tudo é Graça, de graça, envolvido pela graça...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Assim, celebrar a Assunção é entrar no fluxo da gratidão que Maria canta
no seu “magnificat”. É modo de ser e
viver inspirado na vida de Maria; é preciso nos situar de “maneira mariana” diante
de nossa <b>história.</b><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><i><span style="font-size: 10pt;">“O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”,</span></i> é uma exclamação que Lucas põe nos
lábios de Maria para fazê-la nossa e repeti-la com frequência. Quando algo ou
alguém nos emociona, não podemos evitar expressar esse sentimento. O regozijo
não é completo se não o compartilhamos. A experiência prazerosa de um Deus que
é Misericórdia e Santo fez brotar os mais belos salmos e orações que nos foram
legados, cheios de benção e assombro agradecido. A <b>gratidão</b> perpassa o
Magnificat e é o sentimento mais nobre que brota das profundezas do coração do
ser humano, ao se sentir cumulado de tantos dons.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Todos temos experiência que a
nossa história carrega lembranças de fatos e de vivências negativas: crises,
fracassos, rejeições, erros, pecados... Os desencontros, quebras e rupturas...
costumam deixar feridas. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Tudo isso pesa na <b>memória</b> e continua influenciando
negativamente no presente. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Com isso, ela se torna <b><i>“memória
mórbida, doentia”:</i></b> depósito de rancores, ressentimentos,
hostilidades...; ao se fixar no passado, a “memória mórbida” alimenta remorsos,
sentimentos de culpa, desânimo, angústia..., embotando a vida, queimando
energias, paralisando a pessoa e não abrindo futuro de sentido.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Pessoa doente na memória é
doente no seu coração, na sua afetividade, nos seus sentimentos...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Se a memória não é
“evangelizada”, ela continua remoendo aquilo que aconteceu, num desgaste muito
grande de energia. Não há mudança e conversão se não houver mudança e conversão
da memória.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Somente
através da <b>“memória redentora”,</b> a
pessoa é capaz de se colocar diante do passado, de modo livre e aberto,
dando-lhe um novo significado.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A <b><i>memória
sadia</i></b> não muda o passado, mas o “re-corda” (coloca de novo o coração)
de modo novo e inspirador. A <b>memória</b>
resgata referências, cura feridas, reconcilia-se com a vida e consigo mesma,
com as próprias riquezas e fraquezas, com o próprio passado; ela tem sua função
de lugar santo do louvor e da gratidão, pois ajuda a tomar consciência dos
benefícios recebidos e <span style="font-size: 12pt;">possibilita
ter acesso às <b><i>recordações </i></b>não neutras, mas aquelas que tem um significado
para o presente. </span>Ela é capaz de tirar proveito de todas as
vivências pessoais (nada é descartado, tudo é integrado); abre possibilidade
para rever a própria história e lê-la como História de Salvação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Através da memória pacificada, nossa
vida é iluminada, provocada, sacudida..., para que ela saia do “fatal ponto
morto” e entre no movimento expansivo da Graça.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Ativar a atitude de assombro e gratidão diante do muito que recebemos, em
lugar de viver centrados naquilo que nos falta, tem uma consequência enraizada
em cada um de nós: saber-nos e sentir-nos abençoados nos motiva a compartilhar
o que recebemos; quem é grato(a) deseja corresponder e o serviço gratuito é a
melhor resposta ao amor de Deus, presente em mil formas e intensidades na nossa
vida.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Abrir-nos ao assombro é uma genuína manifestação da humildade que esvazia
toda pretensão de nosso ego inflado e prepotente. A humildade é também o melhor
caminho para ativar a admiração frente às nossas próprias capacidades ainda
adormecidas. Carecemos da “faísca” própria da experiência assombrosa de
sentir-nos amados(as) por um Deus providente e cuidador.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Entremos no movimento vital da
Assunção! Sejamos simplesmente humanos! Vivamos com sabedoria e intensidade,
numa atitude de contínuo agradecimento! É isso que Deus deseja a todos os seus
filhos e filhas.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiFw58oIj0BnCg9YZ-Wn3JdefEmqL-OoAlk3kT_Y7aoE6wfCEx-2labsRoTjpEahuB_pNWlULwy0CQgU8AFZ1Rxzue58et8fV4DAvhEBp0KvOym9O1WT73E7xAYciV2h7P3hxQNP45yMm1zSKUx4FzPmzOuFw9rQYErPhpycEdwUTt9zpwJB5gUVeRq0PWj" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="308" data-original-width="390" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiFw58oIj0BnCg9YZ-Wn3JdefEmqL-OoAlk3kT_Y7aoE6wfCEx-2labsRoTjpEahuB_pNWlULwy0CQgU8AFZ1Rxzue58et8fV4DAvhEBp0KvOym9O1WT73E7xAYciV2h7P3hxQNP45yMm1zSKUx4FzPmzOuFw9rQYErPhpycEdwUTt9zpwJB5gUVeRq0PWj=w336-h265" width="336" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: </b><b><span style="font-size: 10pt;">Lc 1,39-56</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Na oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Por que canta Maria? A
resposta mais bela e mais óbvia está, talvez, num verso de São João da Cruz:<i>
</i><i><span style="font-size: 10pt;">“Todos os apaixonados cantam!”.</span></i><i> </i>Maria canta porque está apaixonada. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">É muito importante notar que a
oração mariana por excelência não coloca em cena ideias, mas fatos. O Senhor
realiza maravilhas: nela, nos outros, em cada um de nós.<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">- Faça de sua oração um canto
apaixonado: louve, agradeça, silencie..</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">.<o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-78815389800883567502023-08-12T09:42:00.005-03:002023-08-12T09:42:28.544-03:00Travessia existencial para a outra margem<p><span style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 19º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></span></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">“Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar...” (Mt 14,22).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Jesus, “homem do mar”. Os evangelhos o apresentam como carpinteiro/operário da construção. Mas tinha amigos pescadores e com eles aparece nos evangelhos passando, várias vezes, de um lado a outro, pelo mar da Galileia. Jesus não vive só no “terreno sólido”; Ele vive também “no terreno do mar”, sai dos limites conhecidos, aventura-se ao novo, abre-se ao diferente...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">O evangelho deste domingo nos fala de uma realidade muito humana: somos seres de travessia e vivemos contínuos deslocamentos, desde o ventre materno. Saímos de lugares estreitos em direção a espaços mais amplos, até à travessia definitiva. Toda travessia tem um “para que” (um sentido); ela aponta para algo maior, inspirador. O perigo é deixar-nos determinar pelo medo, bloquear nosso espírito aventureiro e nos “acostumarmos” com a margem conhecida.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">O relato sobre a travessia do mar em Mateus nos revela que há muitas tormentas e ameaças ao nosso redor. Em meio à tempestade levantam-se ondas de obscuridades sem sentido, de medos paralisantes, de dúvidas angustiantes... Sopram outros ventos tempestuosos que nos ameaçam, arrastando tantas seguranças que nos sustentaram, quebrando tantos salva-vidas aos quais nos agarrávamos...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Mas, em meio às tempestades urge não perder a calma, ter a coragem de “permanecer na barca” e não permitir que o ruído dos ventos nos vença, que os relâmpagos nos ceguem, que as ondas nos levem...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">“Permanecer na barca” é a palavra-chave: permanecer firmes nos compromissos assumidos, nos passos que buscam abrir caminhos novos, ainda que seja arriscado; permanecer ancorados na fidelidade a Jesus e a seu Reino e consentir que os ventos levem todos os nossos velhos padrões mentais, ideias fixas e atitudes petrificadas, preconceitos e tudo o que já está caduco e que não nos impulsionam para a outra margem...; permanecer apenas com a pessoa de Jesus e seu sonho como o melhor legado que podemos oferecer aos nossos contemporâneos, sacudidos por tormentas que os afundam sem poderem vislumbrar um novo horizonte e um novo sentido para suas existências.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Na tempestade também é necessário “soltar amarras e içar velas”, ou seja, atrever-nos a “viver no Vento”. Aproveitar dos “ventos contrários” para transformá-los em “ventos favoráveis” que conduzam nossa vida para a “outra margem”. Soltar as amarras e âncoras de nossos apegos, de nosso consumismo, de nossa prepotência, afã de domínio, fundamentalismos, patriarcalismo, machismo... Precisamos perder o medo dos novos ventos e içar as velas das novas ideias, das visões arrojadas, dos projetos criativos, da riqueza da pluralidade de culturas, religiões, raças, deixar-nos mover pelo vento dos movimentos de libertação (povos em desenvolvimento, negros, indígenas, os sem-terra, os movimentos ecologistas, pacifistas, feministas...), enfim, acolher o vento que nos impulsiona em direção ao novo e diferente... </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">A barca de nossa vida naufragará na estreita calma de mares mortos se não formos capazes de desatar os antigos nós de marinheiros que impedem içar as velas para receber os novos ventos da história. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Durante a tormenta aprender a recordar que depois da tempestade vem a calma, para não perder assim o horizonte nem a esperança. Afinal, somos “seres de travessia”. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Temos entranhas ardentes de voltar ao alto mar, a disposição de enfrentar tormentas, o desejo de descobrir terras desconhecidas, a exploração do novo, a paixão por um horizonte de sentido.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Tantos anos ancorados em portos seguros, com ritmos e horários pre-fixados, sem criatividade e sem intuição...; agora é tempo de nos perder no mar, com a proa voltada para a imensidade...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Este é o desafio: despojar-nos do medo, romper os limites e confiar no Sopro, sutil ou tormentoso, que continua nos conduzindo para onde não sabemos. Reconhecer o temor nos impulsiona fortemente a atravessá-lo, a abandonar desculpas esfarrapadas, a não nos deixar prender pelos custos previsíveis. Continuar quebrando nossas pobres seguranças, despojar-nos daquilo que nos alivia e sair, sem alforge, nem duas túnicas, sem sandálias...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">A travessia traz e leva inovação. Deslocar-se, querendo ou não, implica uma mudança de posição, uma alteração do ângulo habitual, uma exposição ao diferente, um amadurecimento do próprio olhar, um reconhecimento de que alguma coisa nos falta, uma adaptação a realidades, tempos e linguagens, ou a descoberta de uma incapacidade para tal; um confronto indispensável, um diálogo tenso ou deslumbrado que nos deixa, necessariamente, com uma tarefa futura (Card. Tolentino).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">O primeiro desejo de chegar à outra margem nasce de dentro, do coração, que sabe estar longe de seu centro e entende sua missão de busca e peregrinação interior, de colocar-se em movimento...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Sair da margem conhecida, “velha”, rotineira... para encontrar a nova margem: lugar de relação, de questionamento, de criatividade...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">A outra margem: lugar provocador, incitador e que desperta curiosidade... É aqui que brotam as grandes experiências religiosas, as intuições, os projetos ousados, as ideais vitais.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Caminhar para a outra margem é sair do centro, da segurança, da acomodação... e ir em busca das surpresas, das novas descobertas; implica arriscar, ter ousadia, não ter medo de caminhar para os “confins da terra”, para regiões desconhecidas em seu próprio interior...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Os poetas, artistas, místicos... são aqueles que fazem a experiência da “outra margem”, vislumbram o outro lado, tocam as raízes mais profundas do próprio ser.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">O seguidor de Jesus tampouco sabe o que há do outro lado. A ele, como aos demais, lhe custa ver claramente. No entanto, considera que a outra margem é talvez diferente, mas tão apaixonante como esta margem onde ele está; e então, decide animar-se a cruzar a vastidão do mar interior.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Em resumo: nessa experiência não se trata tanto de “chegar”, mas de “ser levado”, pois nossos remos não servem para vencer a distância e a correnteza, e precisa do vento benfeitor que sopre, dirija, empurre e persevere, até a outra margem.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">No nosso processo espiritual queremos desenvolver esta capacidade de ver quem nós somos e onde estamos, sem o temor de nos defrontarmos com respostas desagradáveis. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Somente partindo da realidade de nós mesmos, que é sempre uma realidade rica e original, é que poderemos crescer como “peregrinos” em direção à nossa interioridade e em direção a um maior compromisso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">A percepção e o sentido da nossa própria identidade vão se ampliando quando surge uma capacidade de interessar-nos por realidades mais amplas e desafiantes...Novas ideias, novos mundos, novos sonhos e projetos... vão definindo nossa identidade pessoal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Se uma pessoa não criar intensos interesses “fora dela mesma”, viverá alienada em sua existência, fechada no seu pequeno mundo. Se ela se expande passará, então, a participar de outras esferas significativas da vida, dedicando-se a uma grande quantidade de interesses e projetando-se ardorosamente para o futuro. Isso significa ser “habitante de fronteira”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhc2fNKqVIDynMedDsOIFRj3XfsE01I6bkvW_Q-5jTtAjdMB1GVeITewr2DdzncEbZ7om9mx5Rha4LsaG16yL-9VCgejPFcxhE3UuBJF2t-O8SGhZJesIjPgPC0PoGHY6WgaVrGu-IbG3gQQSN2eeE84ehwqlkS6kNTeaq3AwyloObEbl7XMb0um0olQfMx" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="490" data-original-width="874" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhc2fNKqVIDynMedDsOIFRj3XfsE01I6bkvW_Q-5jTtAjdMB1GVeITewr2DdzncEbZ7om9mx5Rha4LsaG16yL-9VCgejPFcxhE3UuBJF2t-O8SGhZJesIjPgPC0PoGHY6WgaVrGu-IbG3gQQSN2eeE84ehwqlkS6kNTeaq3AwyloObEbl7XMb0um0olQfMx=w427-h239" width="427" /></a></div><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Texto bíblico: Mt 14,22-33 </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Na oração: </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;">Diante de Deus, deixe seu coração responder:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"> - Tenho medo de alguns “aspectos” de minha vida?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"> - O que está me “amarrando”, impedindo-me atravessar para a outra margem?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"> - Tenho consciência que em meu interior ainda existem “terras inexploradas”?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0b5394; font-family: Roboto Condensed;"> - Que “meios” utilizo para chegar a esta “fronteira do coração”?</span></div><p></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-36386203456936777332023-08-03T12:41:00.000-03:002023-08-03T12:41:02.743-03:00Transfigurar nossa capacidade de escuta<p><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho da Festa da Transfiguração do Senhor (Ano A).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o
meu agrado. Escutai-o!”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mt 17,5)<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O apelo do Deus de Jesus a seu
povo, a cada filho e filha é este: <b>“escutar”.</b> O maravilhoso <b><i>“Shemá
Israel”,</i></b> que nossos irmãos judeus tanto repetem e veneram, esteve nos
lábios de Jesus infinitas vezes ao longo de sua vida. Em seus lábios sim, como
bom judeu que era, mas sobretudo em sua vida, como uma atitude.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">De Jesus falamos mais de suas
palavras e de seus feitos, o que Ele “fez e disse”. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Quando nos referimos ao seu <b><i>“fazer”,</i></b>
nós nos fixamos em suas curas, em seus gestos eloquentes como multiplicar o pão
para alimentar a multidão, no gesto de lavar os pés dos seus discípulos, de devolver
vida e força às pessoas alquebradas por enfermidades etc.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">E o que Ele <b><i>“disse”,</i></b>
os textos canônicos e apócrifos conservam para serem rezados, estudados,
repetidos diariamente em centenas de liturgias, nos corações orantes, nos
estudiosos enamorados da Palavra...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">De
Jesus falamos muito pouco de sua <b>escuta.</b> Jesus é “Shemá” em sua mais
pura essência. Embora pareça que tenha falado muito, sempre nos inspira uma
etapa longa de sua vida, antes de seu batismo, na qual vivia uma vida normal,
como todo bom judeu, cujo guia foi a fidelidade ao “Shemá”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Jesus
escutava seu Abba, sua realidade social e religiosa e continuou escutando. E
porque escutou, se tornou um buscador; encontrou João no deserto e o escutou.
Depois de um tempo, tomou uma decisão, deixou-se batizar e imediatamente foi
conduzido pelo Espírito ao deserto para escutar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O
motor da atividade de Jesus foi a <b><i>escuta</i></b> da voz do Pai, dos
textos revelados e do pulsar da vida.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Assim como aconteceu com Jesus,
ativar a capacidade de escuta é a que nos possibilita a entrada no mistério. A <b><i>escuta</i></b>
é como um sacramento que nos unge para a trajetória do seguimento de Jesus, para
a travessia que nos faz sair das pequenas ou grandes atrofias: maneiras de
pensar, opiniões petrificadas e inamovíveis sobre Deus e os outros, atitudes
petrificadas, moralismos doentios, culpas mórbidas... para poder caminhar em
direção à plenitude de vida, que é a meta. Tal plenitude não é um lugar físico,
é um “estado interior” que nos ajuda a descobrir a direção e a felicidade. Na
mentalidade judaica trata-se da “Terra prometida”.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Esta
não consiste simplesmente em estarmos bem, mas em estarmos em comunhão com
tudo, em descobrir que somos uno, que estamos conectados, que somos uns com os
outros, que possivelmente passou por nossos pulmões o mesmo oxigênio que passou
pelo resto da humanidade, que somos pó de estrelas...; logo, pertencemos ao
infinito, ao cosmos e desfrutamos contemplando as estrelas. Somos família.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 12pt;">Escutar</span></b><span style="font-size: 12pt;"> é perigoso, subverte; e é
libertador, pois nos arranca da estabilidade e da acomodação. Quem escuta sai
de si e se põe em movimento. Escutar é conectar com o pulsar de tudo e sentir
que é preciso ser pessoa de travessia para outra margem, pessoa capaz de soltar
para acolher, para abraçar e acompanhar.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A vida não é um mistério para
aqueles que elegem caminhos seguros. Nossa vida começa a sentir o mistério
quando escutamos e entramos em sintonia com a realidade e de sua mão nos
deixamos introduzir em outro nível, o do “Shemá”, o da escuta da pulsação d’Aquele
que é Presença providente e cuidadosa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A <b><i>festa
da Transfiguração</i></b> nos anima a que nos tornemos homens e mulheres de
“Shemá”, de escuta. Deixar que o longo tempo que Jesus se dedicou a escutar nos
contagie; deixar que este aspecto de nossa essência configure mais e mais nossa
identidade como pessoas “escutadoras”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A escuta mais profunda se realiza a partir da
quietude e do silêncio interior. Como no lago sem ondas, em cuja superfície
lisa se refletem as imagens, o ouvido interno capta o som de vida criada e
criadora só quando os ruídos artificiais forem aquietados. É preciso afinar
mais a capacidade de escuta interior para melhor sentir, discernir e optar. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Ao escutar Jesus nos sentiremos movidos a sair de
nosso conformismo, romper com um estilo de vida egóico no qual estamos, talvez,
confortavelmente instalados e começar a viver mais atentos à interpelação que
nos chega a partir dos mais excluídos e desvalidos de nossa sociedade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Saber
escutar nos liberta do fechamento indiferente, do fanatismo e do
conservadorismo que aprisiona a vida; liberta-nos também da surdez cúmplice dos
ruídos alienadores que bloqueiam os clamores que provém da Terra machucada e
dos irmãos violentados.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">O
“ouvido evangelizado” nos permite abrir ao diferente, à palavra e ao silêncio,
à brisa e ao rugir da tormenta. Através do ouvido podemos saborear a beleza das
melodias da natureza (água, vento, árvores, pássaros...) e da criação
artística. Um ouvido atento que possa perceber o Silêncio, um silêncio
carregado de Presença, e o Mistério que pode ser nomeado de diversos modos:
Transcendência, Ser, Energia Puríssima, Alá, Deus, Ser, Presença...; Jesus de
Nazaré o denominou “Abba”, como expressão de sua experiência de relação
amorosa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Saber escutar foi e continua sendo uma aprendizagem
longa e difícil, que não termina nunca, e que vai nos conduzindo a um encontro
com a Vida; portanto, a uma aprendizagem no caminho em direção ao amor.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">É preciso aprender o ofício de “escutadores/as”;
escuta descentrada que nos coloca no lugar da outra pessoa, escuta para ativar os
dois ouvidos: um atento às necessidades dos outros, e o outro atento às nossas
próprias ressonâncias interiores.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Por isso, é importante aprofundar no que significa
fazer do ouvido um lugar para o encontro com o Ser, com a vida, com o Amor,
porque isto supõe uma aprendizagem, requer arte e técnica, supõe transitar caminhos
diferentes, cultivar um modo original de nos fazer presentes na realidade que
nos envolve.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">É
preciso afinar cada vez mais nossos ouvidos para poder escutar a voz dos sem
voz, daqueles que já não tem nem forças para gritar, daqueles que perderam a
esperança de serem escutados, daqueles que ficaram exaustos, atirados nos
caminhos que eles acreditavam serem de vida e na realidade se converteram em
ratoeiras de morte. Escutar não só os sem voz, mas todas as vozes silenciadas
pelo medo, opressão, exclusão, violência, machismos imperantes durante tantos
séculos. Vozes de quem não lhes damos voz, porque não são dos nossos, porque
nos parece que não tem nada a contribuir, ou porque suas vozes diferentes das
nossas nos ameaçam em nossas “seguranças-inseguras”, porque nos deslocam e nos
põem em dúvida, porque nos denunciam e desmascaram nossas mentiras pessoais,
sociais, culturais e religiosas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Nossos ouvidos estão muito condicionados pelo nosso
lugar social, racial, geográfico, familiar, ideológico...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Escutar não é ouvir. Ouvir é um processo
fisiológico, escutar é outra coisa. É um processo psicológico e espiritual que
supõe a implicação de toda a nossa pessoa, requer atenção, interesse,
motivação... <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Saber escutar é uma arte e uma missão, uma
aprendizagem no qual podemos nos exercitar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A escuta é, em si mesma, terapêutica pela
capacidade que tem de facilitar a chave de compreensão da realidade do outro e
de nós mesmos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">Sem <b>escuta</b> profunda a vida se desumaniza e o ser humano se automatiza
egoísticamente.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 8pt;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEha8Vap7Ol-Qp3EdfRLA0zZfPHmaRD4WBoHBLCAYGecqNET514TIaDSof7P23x_ChKMlEjuWZnFr1FmSrLPFkUkG1OpdZDIGO15OmImtJJoUQItqrUWNxpz9OntbxIWRwdMB1vE785_J58jFx0GYLtUgMZyT17aS8HU8S9CAJqKpWv6jy-bvIRl3ulBzJmA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="350" data-original-width="750" height="169" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEha8Vap7Ol-Qp3EdfRLA0zZfPHmaRD4WBoHBLCAYGecqNET514TIaDSof7P23x_ChKMlEjuWZnFr1FmSrLPFkUkG1OpdZDIGO15OmImtJJoUQItqrUWNxpz9OntbxIWRwdMB1vE785_J58jFx0GYLtUgMZyT17aS8HU8S9CAJqKpWv6jy-bvIRl3ulBzJmA=w363-h169" width="363" /></a></span></div><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: </b><b><span style="font-size: 10pt;">Mt 17,1-9</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><b><span style="font-size: 10pt;">Na
oração: </span></b><span lang="PT">Inimiga número um da escuta é a <b><i>pressa</i></b> e a <b><i>ansiedade</i></b> que ela costuma
trazer consigo. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">A <b>oração, </b>por si mesma, é uma rebeldia
contra a pressa dominante: uma oração mesclada de silêncio profundo, de
respeitosa contemplação, isto é, de verdadeira <b>escuta.</b><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 49.65pt; text-align: justify;"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;"><span lang="PT">- Tome consciência daquilo que obstrui os seus ouvidos e os torna </span><i><span lang="PT" style="font-size: 10pt;">“incapazes de prestar atenção</span></i><i><span lang="PT">”</span></i><span lang="PT"> (Jer.
6,10).<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 49.65pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- Tome consciência da superficialidade diante da voz da consciência e da
incapacidade de escutar o outro, fazendo ressoar a sua voz no seu coração. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 49.65pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- Tome consciência de todas as mensagens negativas que transformaram,
seduziram e enganaram seus ouvidos,
tornando-os surdos às mensagens
celestes, à Palavra da verdade e da vida.<o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 49.65pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #4c1130; font-family: Roboto Condensed;">- Tome consciência da hipersensibilidade auditiva que o faz reagir
bruscamente frente à incompreensão ou o seduz diante das vozes de morte que
alienam e matam a capacidade de discernir.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-40779230795002121182023-07-26T16:58:00.007-03:002023-08-03T12:32:15.127-03:00No “chão da vida” está escondido nosso verdadeiro tesouro<div style="text-align: justify;"><span><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 17º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></span></div><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo...; é também como um comprador de pérolas preciosas” (Mt 13,44-45)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As parábolas têm sua força na luz da proposta e não na agressividade do contraste. São implicativas, tem valor universal, não precisam de um passo prévio de preparação intelectual para poderem ser compreendidas. São entendidas porque são transparentes, pequenas, sem contornos sofisticados.</div><div style="text-align: justify;">As parábolas nos evangelhos despertam o dinamismo da fé para acolher a novidade do Reino apresentada por Jesus. É na mesma fé que elas adquirem força para serem propostas, compartilhadas e presenteadas.</div><div style="text-align: justify;">As parábolas são parte essencial dos métodos terapêuticos de Jesus. Ele cura por meio de histórias, cura usando palavras que abrem o coração dos ouvintes para a própria verdade e para uma relação mais sadia com o Pai. Com seus relatos, Jesus desperta e extrai o melhor e mais nobre presente no interior de cada um; quem o escuta sente um novo movimento que o faz sair de si e abrir-se às surpresas da vida.</div><div style="text-align: justify;">Por isso, as parábolas apresentam uma linguagem simples, comum, próxima. Para quem as escuta ou as lê, é preciso alargar seus espaços interiores numa atitude de atenção acolhedora, de encontro, de deixar-se envolver e provocar por elas, sem ter que forçar o texto ou uma interpretação. As parábolas apresentam-se sempre como relatos abertos, provocando diferentes reações, despertando e ampliando a vida.</div><div style="text-align: justify;">Podemos, então, dizer que as parábolas contadas por Jesus são “arriscadas”. Não pertencem à literatura de consumo; ampliam a vida e a comprometem; pronunciá-las ou assumi-las como estilo de vida, dá medo... Colocam-nos no fluxo do divino e precisamente por isso tem um atrativo muito especial: são incontestáveis.</div><div style="text-align: justify;">As parábolas do tesouro escondido ou da pérola procurada, presentes em diferentes tradições sapienciais, constitui um convite a encontrar ou descobrir aquilo que, mesmo sem saber, desejamos: o que realmente somos. Elas contêm várias indicações valiosas: o tesouro e a pérola estão aí, o tempo todo; trata-se simplesmente de descobri-los. Não são algo separado de nós, nem algo do qual carecemos, mas justamente aquilo que somos. Quando os encontramos ou descobrimos, tudo o mais começa a ser visto como algo secundário; e essa descoberta se traduz em alegria perene.</div><div style="text-align: justify;">Todo ser humano anseia por esse tesouro e essa pérola. De fato, é essa aspiração que nos move, nos faz iniciar a busca e percorrer diferentes caminhos, atraídos sempre por seu aroma de plenitude.</div><div style="text-align: justify;">No entanto, nessa busca pode acontecer de tudo: nos distraímos e terminamos enredados; nos conformamos com pequenas “guloseimas” ou nos entretemos com “brinquedos”, esquecendo o tesouro real; calamos a voz do desejo profundo, abafando-nos com múltiplos ruídos; dizemos a nós mesmos que a aspiração profunda é inventada e que é necessário ser “práticos” e não acreditar em “contos” ilusórios...</div><div style="text-align: justify;">E, mesmo no melhor dos casos, quando a busca se apoia numa forte determinação, não é fácil superar a armadilha que nos incita a buscar o tesouro ou a pérola em “algo” fora, longe ou no futuro.</div><div style="text-align: justify;">Há em todos nós o “bom odor” da plenitude. Mas, nossa mente, identificada com nosso ego separado, nos faz crer que a plenitude se encontra fora e aí começamos a correria que não conduz a nenhum lugar.</div><div style="text-align: justify;">As parábolas deste domingo nos recordam esta inspiradora verdade: nós, em nossa verdadeira identidade, somos já o que estamos buscando. Não é preciso correr para fora, porque onde temos de chegar é no nosso eu mais profundo, na nossa essência, onde somos nós mesmos. Basta pacificar a mente e, se tivermos paciência e perseverança nisso, o silêncio nos mostrará o tesouro que desde sempre aspiramos. Quando isto acontece, a busca será concluída: descobrimos o que sempre fomos e que nos permanecia oculto.</div><div style="text-align: justify;">Só podemos encontrar o tesouro e a pérola dentro de nós se descermos ao chão de nossa vida, ou mergulharmos nas profundezas de nossa interioridade. É normal que nós nos surpreendamos frente a frente com um “eu” desconhecido, temido ou reprimido há muito tempo.</div><div style="text-align: justify;">O caminho para o nosso tesouro passa pelo diálogo com os nossos instintos, com nossas paixões, com nossos problemas e fragilidades, nossas angústias e nossas feridas, com tudo quanto grita dentro de nós e consome nossa energia. A espiritualidade cristã nos mostra que exatamente em nossas feridas nós descobrimos o tesouro do nosso verdadeiro “eu” escondido no fundo de nosso coração.</div><div style="text-align: justify;">“Lá onde nós fomos feridos, onde nos quebramos, aí nós também nos abrimos para Deus” (H. Nouwen)</div><div style="text-align: justify;">Se algo nos deixa claro nas parábolas deste domingo é que a renúncia ou desprendimento evangélico não é um meio para ter acesso ao Reino, mas consequência de tê-lo encontrado. É o tesouro e a pérola que exigem e possibilitam a renúncia, uma vez encontrado. Não o inverso. É muito curiosa esta íntima relação evangélica entre a alegria e a perda. Uma alegria que nos mobiliza... e nos despoja.</div><div style="text-align: justify;">“A alegria é o primeiro efeito do amor e, portanto, da entrega... Pelo contrário, a tristeza é um vício causado pelo desordenado amor de si mesmo, que não é um vício especial, mas a raiz geral de todos eles”. (S. Tomás de Aquino).</div><div style="text-align: justify;">A partir daqui se entende muito bem a ligação direta entre alegria e entrega total, pois “cada um tanto se aproveitará em todas as coisas espirituais, quanto sair de seu próprio amor, querer e interesse” (S. Inácio).</div><div style="text-align: justify;">Sempre e quando seja um sair que nos adentra em nós mesmos, nos desaloja para poder viver “em casa”.</div><div style="text-align: justify;">Talvez nos ajude a recuperar o sentido da abnegação e o “custo” (vendeu tudo) como condição necessária para uma vida evangélica. É o duplo movimento do “empobrecer-nos para sermos ricos” (2Cor 8,9), para que o tesouro que nos habita seja o centro de nossa vida e não o ego inflado e estéril.</div><div style="text-align: justify;">E isso porque se trata de descentrar-nos, de esvaziar o ego e converter o “eu” em um receptáculo cada vez mais disponível para que Deus possa irromper e manifestar-se através dos nossos melhores recursos.</div><div style="text-align: justify;">Enfim, podemos proclamar esta certeza: o tesouro e a pérola é o que “Deus é em nós”. Não se trata de um conhecimento discursivo ou racional, mas de uma experiência no mais profundo de nosso ser. Continuamos a investir na descoberta de um Deus que está fora, que nos controla à distância e que nos oferece falsas seguranças. Esse é um caminho equivocado que não conduz a lugar nenhum.</div><div style="text-align: justify;">O tesouro é Deus mesmo presente em cada um de nós. Ele é a verdadeira realidade que somos, e que são todas as demais criaturas. A identidade de todos os seres é dada por essa presença que habita e ilumina tudo: “nos elementos dando o ser; nas plantas, a vida vegetativa; nos animais, a vida sensitiva; nas pessoas, a vida intelectiva; do mesmo modo em mim, dando-me o ser, o viver, o sentir e o entender” (Santo Inácio de Loyola).</div><div style="text-align: justify;">O que há de Deus em nós é o fundamento de todos os valores. O Reino, que é Deus, está em nós. Essa presença é o valor supremo. Quando as religiões esquecem isto, elas se convertem em ideologias escravizantes. O tesouro, a pérola não representam grandes valores, mas uma realidade que está para além de toda valoração. Aquele que encontra a pérola preciosa não despreza as outras. Deus não se contrapõe a nenhum valor, mas potencia o valor de tudo o que é bom, belo e verdadeiro.</div><div style="text-align: justify;">Sabemos que o coração se enraíza onde cremos ter o mais valioso de nossa vida, aquilo pelo qual faríamos qualquer coisa. E a isso que valorizamos como um tesouro, não só lhe entregamos o coração, senão que vivemos correndo atrás dele.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiN3J6hJ8a3ktISRbdj2bD8ABtm4Re_4CVz-e9RDE2k0oyzVhDj0-gXXPDys0FHeBqSiEFmHWQ_yyMHQa_qp5QPjEgOe34UW3rA_AX6ivPrk2dYO8ERSj0zEKy4_XYSaCg9cH_0Y_dpLFV8FA7VVdkI7GAjnVCfIsIviZk5CjjqSvrtiQ3e4N96TLp8zNR1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiN3J6hJ8a3ktISRbdj2bD8ABtm4Re_4CVz-e9RDE2k0oyzVhDj0-gXXPDys0FHeBqSiEFmHWQ_yyMHQa_qp5QPjEgOe34UW3rA_AX6ivPrk2dYO8ERSj0zEKy4_XYSaCg9cH_0Y_dpLFV8FA7VVdkI7GAjnVCfIsIviZk5CjjqSvrtiQ3e4N96TLp8zNR1" width="320" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><b>Texto bíblico: Mt 13,44-52</b></div><div style="text-align: justify;"><b>Na oração:</b></div><div style="text-align: justify;">Diante da presença de Deus, esteja aberto ao contato com a própria realidade interior, para que venha à superfície aquilo que o sustenta e dignifica o seu viver.</div><div style="text-align: justify;">Dirija seu olhar para o mais íntimo de si, onde nascem sentimentos e valores, decisões e gestos... onde você é convidado a se alegrar com os rastros da Graça.</div><div style="text-align: justify;">- Em que investe sua vida, seu tempo mais importante, suas forças? Você busca o máximo que pode alcançar ou se conforma e se instala nas migalhas de segurança e comodidade que se esvai e se escorre como a água?</div><div style="text-align: justify;">- Há uma sede existencial em seu interior que o mantém em permanente “estado de busca”; há uma “voz interior” que o move a buscar o maior, o melhor, ativando todas as suas potencialidades?</div></span><p></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-60463929647113095292023-07-20T12:50:00.003-03:002023-07-21T13:40:43.680-03:00A Paciência que nos Faz Criativos<p><span style="color: #274e13;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 16º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="color: #274e13;"><b><i><span face=""Century Gothic",sans-serif" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Deixai crescer um e outro até a colheita!”</span></i></b><span face=""Century Gothic",sans-serif" style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> (Mt 13,29)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A impressão que temos é que a <b>paciência</b> deixou de ser a virtude
de nosso tempo; parece estar ameaçada de extinção. Aumenta a ansiedade que não
espera, a angústia de não ter ainda o que se busca e a inquietude que parece
não ter fim. Vivemos o tempo do imediatismo, da instantaneidade e da urgência.
A <b><i>pressa</i></b> é a marca do nosso ritmo de vida e, por isso, nossas
ações, decisões e a construção de nós mesmos são tão efêmeras e sem raízes. O
impaciente se afoga em sua instabilidade, atropela tudo e rompe a harmonia, a
beleza e a relação com os outros.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">No entanto, a <b>paciência</b> é a atitude que faz vir à tona um conjunto
de qualidades que nos fazem crescer como pessoas: saber esperar o ritmo das
coisas e pessoas, tolerar o novo e diferente, aprender a conviver com aquilo
que nos é próprio e respeitar o dos demais, firmeza na adversidade, levar
adiante nossas próprias convicções, deixar-nos tocar pela crítica construtiva,
olhar a realidade com uma visão mais ampla, crer naquilo que podemos chegar a
ser, guardar no coração aquilo que ainda não está resolvido, não atropelar as
pretensões dos outros, entrar em harmonia com a natureza, sonhar com uma
realidade nova, trabalhar e confiar, respeitar o tempo de maturação das
pessoas...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A <b>paciência</b>
não é um controle absoluto de tudo, senão impedir que a urgência das coisas nos
arraste para o turbilhão de pressas que nos impede respirar, pensar, decidir e
agir com criatividade.</span><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em
hebraico, a expressão <b><i>“ser paciente”,</i></b> significa <b><i>“ter</i></b></span><b><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></i></b><b><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">grandes narinas”. </span></i></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Isso quer dizer: respirar profundamente. De fato,
ser paciente é ter uma respiração</span><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">larga,
uma respiração profunda.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Observemos
a maneira como respiramos, quando estamos impacientes; a respiração se torna
curta quando estamos ansiosos. Ativar em nós a <b>paciência</b> é entrar no
fluxo do ritmo tranquilo da respiração.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Ser <b>paciente</b>
é voltar sobre nossos próprios pés, enraizar-nos, aterrissar, estar aí, não nos
deixar arrastar pela emoção. Após ter expirado profundamente, alguém é capaz de
escutar o outro, é capaz de ser paciente.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A <b>paciência</b> é tecida na espera, mas também é
uma virtude que se ativa no esforço constante, muitas vezes rotineiro e pouco heroico.
A <b>paciência</b> abre a possibilidade do novo futuro, mantém acesa a busca e
movimenta valores como a perseverança, o discernimento, a confiança, a
resistência, a contemplação...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="break-after: avoid; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 5; page-break-after: avoid; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Segundo o evangelho deste domingo, o <b>mistério</b> escondido numa <b>semente</b> e as <b>potencialidades</b> presentes no ser humano merecem de todos nós o
sagrado respeito pelo ritmo de crescimento, suscitando em nós uma atitude de
admiração e encantamento.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A sementeira já foi realizada com
êxito, as forças de Deus continuam agindo, mesmo ocultas e desenvolvendo-se de
uma forma silenciosa. Ainda não chegou a <b>colheita,</b>
mas, com certeza ela virá. Enquanto isso, convém <b><i>esperar</i></b> pacientes e
tranquilos e <b><i>confiar</i></b> na ação providente de Deus. O ativismo, a pressa e a
inquietação não nos farão atingir os objetivos que almejamos; não são as
pessoas que realizam o Reino de Deus por suas forças; o <b>Reino</b> chega pela força de Deus e vai crescendo silenciosamente, <b><i>“por
si só”, </i></b>sem que se perceba a sua expansão.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">As três pequenas e inspiradas
parábolas deste domingo nos falam de espera paciente, de respeito aos ritmos e
processos, de confiança no dinamismo da vida... Jesus, em diferentes
intervenções, faz referência a todo o processo agrícola, desde o plantio da
semente até a colheita dos frutos. Semear, cuidar do crescimento, colher... tem
seu ritmo próprio, o ritmo da natureza. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">As três parábolas têm uma
mensagem comum. Nas três, o Reino de Deus se compara com algo pequeno e, ao
mesmo tempo, carregado de vida, que cresce e se manifesta pouco a pouco, a
partir de dentro, sem ruídos nem aparências. Não se impõe como uma superestrutura
na qual vivemos ou temos, mas que perpassa e transforma tudo, como uma força
silenciosa, mas potente, que vem da natureza, não de nós mesmos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Infelizmente, estamos perdendo o ritmo da natureza
e queremos que tudo aconteça com a mesma rapidez quando nos comunicamos através
dos meios eletrônicos. Temos “entranhas de impaciência”. Desistimos facilmente
diante da falta de frutos ou as más ervas que crescem no campo da vida;
queremos que as coisas sejam como imaginamos que devem ser; queremos plantar
hoje e encher os celeiros amanhã. É preciso voltar a aprender com a mãe
natureza.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Um <b>olhar</b> repousado e paciente supõe
capacidade contemplativa e vida interior, aprender a diminuir a velocidade de
nossas vidas, ações e pensamentos, e preparar-nos para a serenidade e para a
espera criativa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><i><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“A idolatria começa com um gesto de impaciência”</span></i><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> (Onaknin). </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na
parábola do <b>trigo e joio</b> a impaciência dos</span><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> empregados
leva-os a querer ter o controle do campo, onde fora semeada boa semente. A <b>paciência,</b>
pelo contrário, está na entranha mesma da Vontade de Deus, que quer que cada
coisa se desenvolva em liberdade, com seu tempo e seu espaço, sem que ninguém
se sinta ameaçado. A <b>paciência</b> é mão estendida para Deus e para o outro,
enquanto a impaciência é um punho que ameaça e arrebata.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">O <b><i>“apressado”</i></b>, coloca-se em estado de
revolta contra o que ainda está inacabado, sufocando seu amadurecer e impedindo
o ritmo normal de desenvolvimento.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A <b><i>“pressa”</i></b> tende a mostrar-se raivosa
e impor-se, cega, à realidade. Prisioneiro de suas limitações, o <b>impaciente</b> julga absurda toda demora e
mostra-se incapaz de ter interesse por tudo o que o cerca. Impaciente e irado,
caracteriza-se pela intolerância que é destruidora.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A <b>paciência</b>, por sua vez, nos dispõe a olhar ao
nosso redor e sermos surpreendidos por tanta beleza; ela nos possibilita <b>aguardar</b> e deixar-nos “<b><i>tocar”</i></b>
por algo surpreendente. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Cada um de nós recebeu milhões de boas sementes ao longo de nossa vida. Também
nos foram oferecidos todos os nutrientes que precisamos para crescer em meio às
más ervas, misturadas em nossa realidade interior. Será que somos conscientes
de que germinar e dar frutos, fermentar e mudar nosso ambiente, é um processo
lento que requer nossa colaboração? Como vivemos os tempos nos quais parece que
estamos debaixo da terra, no escuro, para poder sair e dar frutos?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">É preciso, sobretudo, <b>escutar</b> nosso terreno interior com mais profundidade. Ali há um
rico “celeiro” e reservas dos melhores recursos que devem ser mobilizados para
o nosso crescimento e maturidade.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A
espiritualidade <b>inaciana</b> nos revela que a <b>paciência</b> é uma
ferramenta imprescindível no processo de decisão, uma luz que indica o próximo
passo no longo caminho de construção de nós mesmos. O hábito permanente do <b><i>discernimento</i></b>
pode tornar revolucionários os pequenos gestos de cada dia.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">Pois a
paciência implica aprender a parar nas encruzilhadas dos caminhos para eleger o
melhor.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">A <b>paciência</b> faz a vida; ela mobiliza nossos
recursos mais nobres, desperta a criatividade e nos impulsiona a investir
nossas melhores energias naquilo que é essencial e que dá sentido ao nosso
caminhar.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhDX3QyaI7K_CV04Ap4OwY8QawKygb7yU1k8W0G2cy8__EM-cdmVyUnZS9L57rRfBNj3nlBSpQUURW1KObcnZzNOqKZ5rXTGsRB8fAM4i1vbYNxSnts9K6qHcbPS3HLi7U1f7H-qm05eWzFNHhtGs5Zekj8UBg7rFxpVpZdinTlx5JHQ2NFALvZsqvYCDxl" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #274e13;"><img alt="" data-original-height="362" data-original-width="640" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhDX3QyaI7K_CV04Ap4OwY8QawKygb7yU1k8W0G2cy8__EM-cdmVyUnZS9L57rRfBNj3nlBSpQUURW1KObcnZzNOqKZ5rXTGsRB8fAM4i1vbYNxSnts9K6qHcbPS3HLi7U1f7H-qm05eWzFNHhtGs5Zekj8UBg7rFxpVpZdinTlx5JHQ2NFALvZsqvYCDxl" width="320" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><b><u><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Texto bíblico</span></u></b><b><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">: </span></b><b><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Mt 13,24-43</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><b><span style="font-family: "Bookman Old Style",serif; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na oração:</span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Devemos deixar transparecer a <b>paciência</b> do Criador e trazer em nós a
marca do <b>tempo,</b> dominando a <b>pressa</b>, purificando-a pela mística da <b>atenção</b> a tudo e todos que compõem o
nosso cotidiano. Como simples <b>peregrinos</b>
que somos, sempre a caminho, haveremos de suportar, pacientes, o adiamento. Em
clima de <b>festa</b> sentiremos a <b>vida</b>
em sua lenta e promissora evolução.<o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;">- Seu ritmo cotidiano é iluminado
pela paciência do Criador, que trabalha em tudo e em todos ou ele tem a marca
da pressa, da ansiedade, da impaciência?... </span><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-57879208293905809372023-07-14T00:36:00.005-03:002023-07-14T00:36:23.087-03:00Deus é “semente fecunda” em nosso interior<p><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 15º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 92.15pt; text-align: center;"><span style="color: #660000;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">“O semeador saiu para semear”</span></i></b><span style="font-size: 9pt;"> (Mt 13,3)</span></span><span style="font-family: "Roboto Condensed"; font-size: 8pt;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">O ser humano é
surpreendente, inesperado, imprevisível... é pulsação original, é interpelação
inquietante; é existência peregrina, é identidade dinâmica...; é uma mina de
significados e riquezas.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Com inesgotável potencialidade, ele re-cria a natureza e tem a
possibilidade de inventar a sua própria vida. Onde há ser humano há espírito
inteligente, impulso de liberdade e manifestação de tenacidade.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Tratar com
o ser humano é tratar com o imponderável, o misterioso... Ele é seduzido pela
liberdade que lhe apresenta horizontes novos e lhe abre mares desafiantes. Ele
é “espaço à
vida aberta”, “vida que se expande”.</span><span style="font-size: 12pt;"> Com seu pensamento e
seu sonho, ele habita as estrelas e rompe todos os espaços.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Essa capacidade é o que nós
chamamos <b>transcendência,</b> isto é<span style="font-size: 12pt;">,
</span><i><span style="font-size: 10pt;">“transcende, rompe, vai para além</span></i><i>
</i><i><span style="font-size: 10pt;">daquilo que é dado”.</span></i><i>
</i>Numa palavra, o
ser humano é um projeto infinito; tem sentido de<span style="font-size: 12pt;"> </span><b>transcendência,</b><span style="font-size: 12pt;">
</span>projeta-se em muitas
direções.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">O ser humano é mais do que parece
ser. Há nele algo <b><i>maior</i></b> que o leva a ser mais verdadeiro, mais justo, mais
criativo, mais arrojado, mais responsável...<span style="font-size: 12pt;"> </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Desejando e elegendo aquilo que <b>mais</b> nos conduz...”</span></i><span style="font-size: 10pt;"> (Santo Inácio).</span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Jesus
expressa toda essa originalidade e riqueza do ser humano através da parábola do
camponês que, com suas mãos abertas, espalha as <b><i>“sementes”</i></b> em
diferentes terrenos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A parábola
começa afirmando: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Saiu
o semeador a semear”.</span></i><span style="font-size: 12pt;">
Ele faz isso com uma confiança surpreendente. Semeia de maneira abundante. A
semente cai em todas as partes, inclusive ali onde parece difícil que ela possa
germinar. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">De fato, na <b>semente</b>
encontra-se presente uma grande <b>força de
crescimento... </b>A <b>força</b> da vida,
contida no interior da semente, envelhecerá e se extinguirá se não houver quem
confie nela, e arrisque a sua terra, seu tempo e seu trabalho.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Quando a <b>semente</b> é
enterrada na terra, ela já conhece o seu <b>caminho;</b>
ela avança passo a passo, seja durante as horas em que as circunstâncias lhe
são mais favoráveis, porque é de dia e existe <b>luz</b> e <b>calor</b> em
abundância, seja porque é de noite, e o ambiente para seu crescimento já não é
tão propício.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Escondida ali, debaixo da terra,
envolvida pelo absoluto silêncio, a <b>semente</b>
germina e vai crescendo. O talo, a espiga e os frutos conduzem toda a
vitalidade da minúscula semente até a maturidade da planta. E cada árvore vive
intensamente o tempo que lhe cabe viver, o tempo suficiente para produzir
frutos em abundância.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">Ao terminar
o relato da parábola do semeador, Jesus faz este apelo: </span><i><span style="font-size: 10pt;">“Quem tem
ouvidos, ouça!”.</span></i><span style="font-size: 12pt;">
Ele nos pede que prestemos muita atenção à parábola. Mas, em que deve estar
focada nossa atenção: no semeador? na semente? nos diferentes terrenos?<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Tradicionalmente,
nós cristãos nos fixamos quase exclusivamente nos <b><i>“terremos”</i></b> onde
cai a semente, para revisar qual é nossa atitude ao escutar o Evangelho. No
entanto, é importante dirigir nossa atenção ao <b><i>semeador</i></b> e a seu <b><i>modo
de semear.<o:p></o:p></i></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Para nós que crescemos em um
contexto religioso desde a infância, a leitura literal desta parábola
condicionou nossa visão da realidade em dois aspectos determinantes: o <b>dualismo</b>
e o <b>moralismo.</b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Em tal leitura aparecia a imagem do
Deus semeador como um alguém separado e, portanto, distante.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Essa crença de separação, não só
alimentava um dualismo religioso – Deus frente ao mundo – de nefastas
consequências, mas que era a fonte de outras ideias igualmente perigosas em
suas consequências: o pecado, a culpa, a alienação, o infantilismo religioso...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Com frequência, o dualismo
religioso era acompanhado de moralismo. Se a semente não dava fruto numa pessoa
devia-se simplesmente à sua própria maldade, já que não havia preparado
adequadamente seu “terreno”. Assim se fazia presente a culpa em quem acreditava
ser um terreno improdutivo ou caía-se no farisaísmo, passando a vida limitando-se
somente a cumprir normas e leis. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><span style="font-size: 12pt;">A verdadeira </span><b><i><span style="font-size: 10pt;">“semente”</span></i></b><span style="font-size: 12pt;"> é o que há de Deus em nós.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><i><span style="font-size: 10pt;">“O
semeador saiu”.</span></i><span style="font-size: 12pt;">
Para semear nos campos, na terra, é preciso sair de casa. Deus é, ao mesmo
tempo, <b><i>“semeador e semente”.</i></b> Ele “desce”, faz um Êxodo, um
deslocamento em direção à humanidade, onde encontra diferentes terrenos. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Em nossa terra interior já está
semeada a <b><i>presença de Deus; </i></b>é como a semente enterrada que permanece
fértil debaixo da terra desértica pela seca prolongada, e o olhar de Deus é
como a chuva que ao cair desperta a vida presente na semente. Também gerará
novidades em nós, convertendo-nos em vidas germinais.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Deus
se derrama em todos e por todos da mesma maneira, não como produto elaborado,
mas como <b><i>semente,</i></b> que cada deve acolher e deixar-se fecundar por ela,
para poder frutificar. O decisivo é tomar consciência do <b>divino</b> que nos habita e viver em harmonia com essa realidade. O
fruto seria uma nova maneira de nos relacionar com Deus, conosco mesmo, com os
outros e com as criaturas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">A semente é o mesmo <b>Deus-Vida</b>
germinando em cada um de nós; sua presença é sempre fecunda. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Deus habita em suas criaturas e se
manifesta em todas elas como algo tão íntimo que se constitui como semente de
tudo o que é. Não devemos dar a entender que nós os cristãos somos os
privilegiados que temos recebido a semente (Escritura). Deus se derrama em
todos e por todos da mesma maneira (a mão-aberta). <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Somente
aquele que se deixa semear experimenta o sabor da seiva da vida de Deus
entrando por suas raízes, percorrendo seu ser inteiro, fazendo-o crescer e
dando os frutos de que nosso povo precisa. Aquele que não se deixa semear vive
de ilusões e fantasias que envenenam sua existência.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Entrar no
fluxo da ação do Semeador divino é preciso sair de nossos espaços seguros, de
nossas ideias e convicções atrofiadas, de nossos próprios esquemas fechados e
abrir-nos aos diferentes terrenos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Semear é
uma tarefa nobre na vida: semear trigo, trabalho, cultura, educação, semear
ética, valores, esperança, respeito, dignidade, sentido da vida...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Ao mesmo
tempo que nobre, semear é uma tarefa de grande responsabilidade. Pais, mestres,
escolas, universidades, meios de comunicação, igrejas, etc., todos temos a
nobre e bela tarefa de semear.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Ao
nos convidar a ter raízes profundas, o Evangelho de hoje está afirmando algo
muito importante: nesta terra, nesta realidade social, cultural, eclesial e
política, já está semeado o Reino, já está viva e ativa a presença do Deus fiel
que cria futuro. Nós nos alimentamos desta Presença na medida em que nos
deixamos semear nela.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjMKMkOZohF85HHecijUvk0gYRbaBjfkzZy8t0x5bASZqw1L0lnDPRL8vIxqXht5Pa1K0Nqs3W9kw7e5xSDryXGNLmMFpCWbCXPzIFUBN3R-CPmWjWw_5syP4xoY3PuuFcR9pbDnNXYRvNFg1F8tjGlHrA8umoPAY_1nNQGMes4avmDLj104oYR35SB59U7" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><img alt="" data-original-height="315" data-original-width="600" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjMKMkOZohF85HHecijUvk0gYRbaBjfkzZy8t0x5bASZqw1L0lnDPRL8vIxqXht5Pa1K0Nqs3W9kw7e5xSDryXGNLmMFpCWbCXPzIFUBN3R-CPmWjWw_5syP4xoY3PuuFcR9pbDnNXYRvNFg1F8tjGlHrA8umoPAY_1nNQGMes4avmDLj104oYR35SB59U7" width="320" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;"><b><u>Texto bíblico</u></b><b>: </b><b><span style="font-size: 10pt;">Mt 13,1-23</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Na
oração: <o:p></o:p></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">Durante nossa vida
somos convidados a nos deixar cultivar, a sermos arados e regados pela presença
de Deus que é capaz de transformar e extrair o melhor fruto de cada um de nós.
Por isso a vocação cristã é tão simples: deixar-nos fecundar por esta presença,
deixar-nos fazer por ela e permitir que ela frutifique em nós.<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: Roboto Condensed;">- Sinta-se como a
própria Terra que, na sua evolução, chegou ao estágio de sentimento, de
compreensão, de vontade, de responsabilidade, de veneração, carregando em seu
ventre a presença d’Aquele que é, ao mesmo tempo, Semeador e semente.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7414415302645446179.post-41843886001166212672023-07-08T10:15:00.001-03:002023-07-08T18:01:49.192-03:00A gratidão dá “sabor e calor” à vida<p><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; caret-color: rgb(51, 51, 51); color: #0c343d; font-family: "Roboto Condensed"; text-size-adjust: auto;">Text</span><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; caret-color: rgb(51, 51, 51); color: #0c343d; text-size-adjust: auto;"><span style="font-family: Roboto Condensed;">o do Pe. Adroaldo Palaoro, sj como sugestão para rezar o Evangelho do 14º. Domingo do Tempo Comum (Ano A).</span></span></p><p class="s3" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s4" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">“</span></span><span class="s4" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">Dou-te graças</span></span><span class="s4" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">, Pai, Senhor do céu e da terra</span></span><span class="s4" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">!</span></span><span class="s4" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">”</span></span><span class="s5" style="line-height: 10.8px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.6px;"> (</span></span><span class="s5" style="line-height: 10.8px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.6px;">Mt</span></span><span class="s5" style="line-height: 10.8px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 21.6px;"> 11,25)</span></span></span></p><p class="s3" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">Sabemos, através dos evangelhos, que Jesus foi sempre um homem de oração, de intimidade profunda com o Pai, nos silêncios da noite, nas montanhas, nos desertos... Nenhum evangelista nos relata o conteúdo da oração nestes momentos de </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">solitude</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> (solidão habitada).</span></span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">No Evangelho deste domingo, Mateus “pega Jesus em flagra” e nos revela não só o modo como Jesus vivia sua relação com o Pai, mas o conteúdo desta intimidade, através de palavras carregadas de gratidão, de assombro, de admiração...; trata-se de um louvor, um canto à vida.</span></span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Estes versículos deixam transparecer um estado de ex</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">u</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">ltação que não nasce de nenhum estímulo exterior concreto. Nada do que precede justifica o canto que segue. Brota</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">,</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> sem dúvida</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">,</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> de um estado permanente, cheio de agradecimento assombrado, que vai mais além de um sentimento momentâneo. É um estado de gratidão que </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">emerge</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> do seu coração comovido, que nem a traição e o fechamento de cidades como </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">C</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">orazim</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> e </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Betsaida</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> são capazes de fazer sombras.</span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">Mateus </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">reúne</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> aqu</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">i</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> v</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">á</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">rios ditos, que parecem expressar atitudes e sentimentos característicos do Mestre de Nazaré. E, nesses sentimentos, </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">deixa transparecer sua verdade mais profunda: </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">a gratidão, a intimidade com o Pai, a proximidade bondosa para </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">com </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">aqueles que estão suportando fardos desumanos, o convite a permanecer na mansidão e na humildade, o oferecimento de uma mensagem que é descanso...</span></span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">A </span></span><span class="s10" style="font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">gratidão</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> parece brotar aos borbotões das entranhas mesmas de Jesus. Isso não é estranho se temos em conta que, junto com a compaixão, a gratuidade constitui a coluna vertebral de toda sua mensagem. E é impossível experimentar gratuidade sem que surja a gratidão.</span></span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Quando tomamos consciência de que tudo é Graça, para além d</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">e todas as expressões superficiais</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">, brota um agradecimento </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">espontâneo</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">, permanente e profundo.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Mas isso requer uma condição: experimentar-</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">nos </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">em sintonia com a corrente da Vida</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> que procede do Pai</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">, na qual reconhecemos nossa verdadeira identidade. </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">De fato, </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">ao reconhecer-nos no fluxo da Vida, em meio a tudo o que </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">acontece, descobrimos</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> que a </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">g</span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">ratidão</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> é outro dos nomes de nossa identidade profunda.</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Na medida em que cresce a compreensão de nós mesmos, reconhecemos que, vista a partir do plano espiritual, a gratidão não é simplesmente uma ação ou qualidade – algo que podemos viver com maior ou menor intensidade -, mas outro nome de noss</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">o ser original</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">: </span><span class="s12" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 21.6px;">“somos gratidão”,</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> é da nossa essência mais nobre.</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Por isso, ao vivê-la conscientemente, experimentamos comunhão, unificação e plenitude: estamos vivendo o que somos.</span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">A </span></span><span class="s10" style="font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">gratidão</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> é</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">, ao mesmo tempo, </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">um sentimento e uma atitude admiravelmente terapêuticos</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">, capaz de sustentar o</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> nosso</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> “tônus vital”. Por um lado, nos afasta do funcionamento da queixa; por outro, constitui o melhor antídoto frente ao desalento ou o desânimo.</span></span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">Na medida em que a exercitamos, ela vai nos transformando interiormente e enriquecendo nosso modo de viver a relação com os outros. Em certo sentido, poder-se-ia dizer que</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> ela</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> expande o</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> nosso</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">próprio coração, favorece a alegria de viver e facilita poderosamente a convivência.</span></span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Por pouco que a observemos, poderemos advertir que a gratidão genuína não depende tanto daquilo que nos acontece, quanto do modo como recebemos aquilo que acontece. Se damos graças unicamente quando nos ocorre algo que consideramos “agradável”, não temos saído ainda de nosso egocentrismo.</span></span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">A gratidão autêntica é profundamente unida com a vida, flui com ela. Nasce e se apoia na compreensão de que, para além dos juízos que nossa mente possa fazer, no fundo, tudo é graça. A gratidão está intimamente relacionada com a capacidade de “ver”. Por isso, quando sabemos ver, a gratidão aflora sem obstáculos.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Pelo contrário, se permanecemos aferrados às nossas expectativas – </span><span class="s13" style="font-style: italic; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">“a vida deve responder ao </span></span><span class="s13" style="font-style: italic; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">meu próprio querer, interesse e </span></span><span class="s13" style="font-style: italic; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">desejo”</span></span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> -, a frustração inevitável trará consigo a resistência e o sofrimento, o enfado, a queixa e o vitimismo.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">A gratidão, como força que nos </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">“</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">des-egocentra</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">”</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">, nos faz tomar distância de nossos pequenos interesses e nos abre à compreensão profunda de que, em últim</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">o</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> termo, tudo é dom, tudo é dado, tudo é graça... Somos seres agraciados, “cheios de graça”.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Como o amor, como a alegria, a gratidão é uma arte. E, enquanto tal, precisa ser exercitada em um treinamento cotidiano, no qual, conscientemente, damos graças por tudo.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Assim compreendido, poderíamos dizer que a existência inteira de uma pessoa sábia é vivida entre duas palavras: “agradecido” e “sim”. Por tudo o que aconteceu, </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">agradecido</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">(</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">a)</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">!; diante de tudo o que virá, sim!</span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">Ao entrarmos em sintonia com o coração “manso e humilde” de Jesus te</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">mos</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> a oportunidade de recuperar algo que a cultura pós-moderna apagou de nossa consciência: a capacidade de admiração, a possibilidade d</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">o assombro diante de tantas realidades, simples, mas divinizadas, que nos passam desapercebidas. Custa-nos muito maravilhar-nos porque não </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">despertamos</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> a capacidade de assombro e de valorizar tudo o que </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">desfru</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">-</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">tamos</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">, desde o cosmos até pequenos prazeres diários como tomar um café em boa companhia.</span></span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Nosso contexto social não facilita um contínuo louvor, um “canto à vida”. Basta repassar o olhar sobre diferentes realidades – político-econômico-religioso-cultural-ecológico – para nos dar conta da dificuldade objetiva de sairmos dos trilhos das lamentações e queixas. Esquecemos muitas coisas porque não as valorizamos até que nos faltem: saúde, convivência, trabalho, possibilidade de ajudar os outros, a capacidade de superação das adversidades, a própria vida em si mesma como um campo maravilhoso no qual podemos nos esforçar para </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">deixar transparecer</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> a</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">s</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> melhor</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">es</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> p</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">otencialidades de nosso ser.</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">..</span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"> </span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s13" style="font-style: italic; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">“Dar graças”, “agradecer”, “louvar”</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> ... é também uma questão de </span></span><span class="s10" style="font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">memória</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">. Por isso o Papa Francisco fala com frequência de </span></span><span class="s14" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">“memória agradecida</span></span><span class="s14" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">”</span></span><span class="s14" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">.</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"></span></span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">Só a “memória agradecida” está em condições de nos ajudar a entender o sentido, a profundidade e a verdade dos acontecimentos</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">, das pessoas</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">,</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> da realidade que nos envolve...,</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> pois temos de adotar determinada perspectiva e certo grau de isenção </span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;">no</span></span><span class="s6" style="line-height: 14.4px;"><span class="bumpedFont15" style="line-height: 21.6px;"> julgamento, a fim de decifrar seu significado. Ela nos distancia estrategicamente dos acontecimentos para poder captar outro sentido, escondido neles. Eles passam a serem vistos sob nova luz para serem ressignificados.</span></span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Só a “memória redentora” mobiliza nossos melhores recursos, ativa os sentimentos oblativos e é fonte de vida espiritual pois continua alimentando ressonâncias n</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">o cotidiano</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">. </span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Re-cordar</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> (visitar de novo com o coração) os benefícios concedidos por Deus nutrem nosso presente com Sua Santidade e nos desperta para um futuro novo.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Por isso, a “memória agradecida” é o húmus natural de onde brota a </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">gratidão.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">Ao “fazer memória” dos dons e bens recebidos, brota naturalmente em nosso interior, o desejo de dar uma resposta generosa e radical ao Deus que é Fonte de tudo. E é Ele mesmo quem, ao criar-nos gratuitamente no amor, nos ensina a “sermos gratuitos e gratos”; só a generosidade gratuita do coração de Deus é capaz de reconfigurar mentes e corações, encorajando atitudes oblativas em nós.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;">É a gratidão que ativa em nós o ânimo e a generosidade diante do futuro de nossa missão.</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Com isso, a </span><span class="s12" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 21.6px;">esperança</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> e o </span><span class="s12" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 21.6px;">entusiasmo</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> por viver vem habitar nosso interior. Trata-se de um momento tão fortalecedor e jubiloso que estremecemos reverentes diante do que vivemos e diante do que virá. </span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: "Roboto Condensed";"><span style="color: #0c343d;">Este é o processo vital que se torna um “estilo de vida”, pois, motiva a busca, desperta o interesse, faz olhar para frente, cria disposição para a construção de respostas novas, desperta o desejo de crescer, amplia os horizontes...</span></span></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: "Roboto Condensed";"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgrQbX5sEJzIVGV-cxV34bhHfdCAFQgBuwy7bFgZXgMZRnI_rN_aG2H9-74d8pnTsAvxr6t-m_KC7TYu1TrseNQ_4DDL_0ww7Wi1TDjsa8asz9L5b8hK0n8E1fsemBHHsIGFVVecQJF-QqgunQ_1Hu7wFJ5jZ3c4bLmxjrC6JDH5927_RNqzXbAYZiOnWfa" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #0c343d;"><img alt="" data-original-height="357" data-original-width="360" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgrQbX5sEJzIVGV-cxV34bhHfdCAFQgBuwy7bFgZXgMZRnI_rN_aG2H9-74d8pnTsAvxr6t-m_KC7TYu1TrseNQ_4DDL_0ww7Wi1TDjsa8asz9L5b8hK0n8E1fsemBHHsIGFVVecQJF-QqgunQ_1Hu7wFJ5jZ3c4bLmxjrC6JDH5927_RNqzXbAYZiOnWfa" width="242" /></span></a></div><p></p><p class="s9" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-left: 28px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d;"><br /></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto Condensed;"><span class="s18" style="font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="color: #0c343d; line-height: 24px;">Texto bíblico: Mt 11,25-30</span></span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s18" style="font-weight: bold; line-height: 12px;"><span class="bumpedFont20" style="line-height: 24px;">Na oração: </span></span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Em sintonia com o coração de Jesus, </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">che</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">io</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">(a)</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> de gratidão, s</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">inta-se</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> convidado</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">(a)</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> a uma leitura orante </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">de </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">todos os </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">sinais</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> do Amor de Deus manifestados ao longo da história da </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">su</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">a vida, bem como trazer à </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">su</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">a </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">memória</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> todos os </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">bens</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> recebidos ao longo deste tempo. </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">Ponderar</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> com muito afeto tudo o que o Senhor</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> fez por você</span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">,</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> por meio de muitas pessoas, da </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">su</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">a história passada e presente; como Ele </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">o(a)</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> cumulou de seus próprios </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">dons</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> e, além disso, continua cumulando</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">-o(a).</span></span></p><p class="s7" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="color: #0c343d; font-family: Roboto Condensed;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">- </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Marcado</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">(a)</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> pela experiência d</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">a oração</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">, </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">deixe emergir</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> a fina percepção de que tudo é </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">dom</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> de Deus, tudo é </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">Graça, </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">tudo é</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> dado </span><span style="line-height: 21.6px;"><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"></span></span><span class="s12" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 21.6px;">“de graça”</span><span class="s12" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 21.6px;">.</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> </span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">Cri</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;">e</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> um clima de</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> contínua</span><span class="s8" style="line-height: 21.6px;"> </span><span class="s11" style="font-weight: bold; line-height: 21.6px;">ação de graças.</span></span></p>Claudia Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09957572623157896144noreply@blogger.com3