terça-feira, 11 de julho de 2017

31 dias com Santo Inácio de Loyola – Dia 11

Dia 11: Contemplação na Ação


A perspectiva da contemplação na ação nos leva a aprender a SER, aprender a VER e aprender a AMAR, mais e melhor.

=> Aprender a SER 
A contemplação está primeiramente relacionada a aprender a SER e a entregar nosso próprio ser à graça de Deus. “Fique tranquilo, e saiba que eu sou Deus" (Sl 46,10). Antes que eu possa agir, preciso saber que é bom simplesmente ser eu mesmo diante de Deus, amado como pessoa, com meus dons e limites. 
No entanto, muitas vezes nos perguntamos: Deus quer aquela qualidade ou aquele defeito que eu tenho? Deus ama minha beleza e minha desordem? Pe. Walter Burghardt, SJ disse que a contemplação consiste em lançar um profundo e amoroso olhar para o real. Mas antes que eu possa lançar esse profundo olhar de amor para qualquer coisa ou pessoa, eu tenho que permitir que Deus lance um profundo e amoroso olhar para mim.

=> Apreender a VER
Contemplação é aprender a ver, estar atento e presente à possibilidade da graça, onde quer que eu esteja e o que quer que eu esteja fazendo. A graça de Deus pode estar numa folha que cai ao sabor do vento, no afago de uma mãe para com o filho, na correnteza de um rio que corre em busca do mar… Quanto estamos muito ocupados ou distraídos é mais difícil perceber a graça de Deus nas coisas simples. 

Em se tratando de práticas assistenciais e de justiça social, também temos que observar e ouvir, em vez de impor nossas ideias sobre o que pensamos que outra pessoa pode estar precisando. Não adianta oferecermos apenas o que nos convém, mas sim procurar conhecer as reais necessidades dos irmãos, para com nossa ajuda diminuirmos suas dores e carências… Quando aprendemos a VER, conseguimos ir além das boas intenções por meio de uma ajuda adequada e efetiva a quem mais precisa.

Quando nos colocamos à serviço de um grupo ou comunidade, o primeiro passo é conhecermos a quem estamos servindo. Aprendemos a VER quando cultivamos relações de igualdade. Jesus disse: “É por isso que eu uso parábolas para falar com eles: assim eles olham e não vêem, ouvem e não escutam nem compreendem” (Mt 13,13). Então estejamos atentos para VER o que os nossos olhos mostram. Se somos conduzidos pela graça de Deus, a contemplação permite que os outros sejam como parábolas, que nos relevam além do que vemos.

=> Aprender a AMAR
A contemplação entra em ação quando aprendemos a AMAR. Somos convidados a amar os pobres, os famintos, os doentes, os cativos, os solitários ou marginalizados de qualquer forma. O amor, no entanto, é mais do que um sentimento. O amor precisa ser fundamentado na realidade.

Quando eu sei que sou amado incondicionalmente, sou mais livre para dar esse amor aos outros. Quando eu tenho o tempo para ver e ouvir, estou melhor preparado para agir com um amor genuinamente receptivo. A contemplação na ação reúne nosso SER, VER e AMAR, como pessoas que foram criadas, vistas e amadas por Deus.

Fonte: Adaptação livre do site Ignatian Spirituality

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